quarta-feira, 30 de setembro de 2020

O QUE PROCURAMOS NO ESPIRITISMO?

O QUE PROCURAMOS NO ESPIRITISMO?


O que é o Espiritismo para nós? O que esperamos dele?
Muitos julgam que uma vez chegados ao Espiritismo, as dificuldades existentes cessam e evitam futuras.
Mas, na verdade, a Doutrina Espírita não nos isenta de desafios uma vez que nos encontramos num planeta de provas e expiações. No entanto, o Espiritismo consola o nosso coração, esclarecendo-nos uma vez que nos oferece um novo roteiro para melhorarmos a nossa vida, melhorando-nos, interiormente.

“Afinal de contas, que buscamos todos nessa palpitante e fecunda questão do Espiritismo? Esclarecermo-nos. Antes de mais nada buscamos a luz, venha de onde vier, e se externamos a nossa maneira de ver, não se trata de uma opinião pessoal, que pretendamos impor aos outros. Entregamo-la à discussão e estamos dispostos a renunciá-la, se nos demonstrem que estamos em erro.”

“Revista Espírita”, Allan Kardec – Novembro de 1858 «Polémica Espírita»

De facto, o Espiritismo não nos retirará as adversidades mas ajudar-nos-á, também, a impedir-nos de criarmos novas causas de aflições
Para além disso, as dificuldades que possam chegar, encontrar-nos-ão diferentes e com maior capacidade para a resolução ou minorização das mesmas.

Para isso, não basta dizermo-nos espíritas se apenas o formos superficialmente.

Só quando abraçamos, verdadeiramente, o Espiritismo, sentindo necessidade de estudá-lo e vontade de seguir os princípios que lhe presidem é que sentiremos os seus benefícios.

"Podeis enganar o mundo..."

"Podeis enganar o mundo, conseguireis enganar momentaneamente a vossa consciência, mas nunca enganareis Deus."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Agosto de 1865

terça-feira, 29 de setembro de 2020

O QUE É O ESPIRITISMO


O QUE É O ESPIRITISMO


Em Junho de 1859, foi publicada a obra "O que é o Espiritismo".

No mês seguinte, a este propósito, Allan Kardec inseriu o seguinte artigo, na "Revista Espírita":


"O Que é o Espiritismo - Por Allan Kardec"

"O que é o Espiritismo?"

INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO DO MUNDO INVISÍVEL OU DOS ESPÍRITOS, CONTENDO OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA DOUTRINA ESPÍRITA E A RESPOSTA A ALGUMAS OBJEÇÕES PREJUDICIAIS.

por ALLAN KARDEC

Autor de O Livro dos Espíritos e diretor da Revista Espírita. Grand in-8 - Preço: 60 c. *

As pessoas que só possuem do Espiritismo um conhecimento superficial são naturalmente levadas a fazer certas perguntas, cujo estudo completo lhes daria sem dúvida a solução, mas lhes falta tempo e muitas vezes vontade para se entregarem a observações seguidas. Desejariam, antes de empreender essa tarefa, ao menos saber do que se trata e se vale a pena se ocuparem com isso. Assim, pareceu-nos útil apresentar, num quadro restrito, a resposta a algumas perguntas fundamentais que nos são dirigidas diariamente. Para o leitor será uma primeira iniciação e para nós, tempo ganho pela dispensa de constantes repetições das mesmas coisas. A forma de diálogo pareceu-nos mais conveniente, porque não tem a aridez da forma puramente dogmática.

Terminamos esta introdução por um resumo que permitirá, numa leitura rápida, apreender o conjunto dos princípios fundamentais da Ciência. Aqueles que depois desta curta exposição julgarem o assunto digno de sua atenção, poderão aprofundá -lo com conhecimento de causa. Na maioria das vezes as objeções nascem das ideias falsas que adquirimos a priori sobre aquilo que não conhecemos. Retificar tais ideias é antecipar-se às objeções. Eis o objetivo a que nos propusemos ao publicar este opúsculo.

As pessoas estranhas ao Espiritismo nele encontrarão os meios de, em pouco tempo e com pouca despesa, adquirir uma ideia do assunto; as que já são iniciadas, a maneira de resolver as principais dificuldades que lhes são propostas. Contamos com o concurso de todos os amigos desta ciência, auxiliando na divulgação desse curto resumo.

ALLAN KARDEC

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* Todas as obras do Sr. Allan Kardec se acham nas casas Ledoyen, Dentu e na redação da Revista.

Julho de 1859"

"Bem-aventurados aqueles cujos corações..."

"Bem-aventurados aqueles cujos corações estão preparados para receber a semente divina que os Espíritos do Senhor lançam aos quatro ventos! Bem-aventurados os que cultivam, no santuário da alma, as virtudes que o Cristo lhes veio ensinar."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Fevereiro de 1868

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

O QUE LEVA OS HOMENS À DISCÓRDIA, EM NOME DE DEUS?


O QUE LEVA OS HOMENS À DISCÓRDIA, EM NOME DE DEUS?


Na obra "A Génese", Allan Kardec fala-nos a este respeito:

"O que alimenta o antagonismo entre as religiões é a ideia, generalizada por todas elas, de que cada uma tem o seu deus particular e a pretensão de que este é o único verdadeiro e o mais poderoso, em luta constante com os deuses dos outros cultos e ocupado em lhes combater a influência.


Quando elas se houverem convencido de que só existe um Deus no universo e que, em definitiva, Ele é o mesmo que elas adoram sob os nomes de Jeová, Alá ou Deus; quando se puserem de acordo sobre os atributos essenciais da Divindade, compreenderão que, sendo um único o Ser, uma única tem que ser a vontade suprema; estender-se-ão as mãos umas às outras, como os servidores de um mesmo Mestre e os filhos de um mesmo Pai e, assim, grande passo terão dado para a unidade."

"Dizeis que passastes a idade das paixões..."

"Dizeis que passastes a idade das paixões!... Não, porque entrais na das vinganças e perseguições. Cuidado! Contudo, seja qual for a vossa sorte entre nós, vereis claro um dia no além-túmulo, e como não creio mais nos castigos sem fim do que nas provas sem frutos, eu vos anuncio que nos encontraremos nalgum lugar, onde nos entenderemos melhor, e onde nos amaremos, em vez de nos combatermos."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Outubro de 1863

domingo, 27 de setembro de 2020

CÓDIGO ADMIRÁVEL

CÓDIGO ADMIRÁVEL


São Vicente de Paulo, deixa-nos um grande incentivo para que possamos sentir-nos melhor.

“Eu gostaria que a leitura do Evangelho fosse feita com mais interesse pessoal. Mas abandonam esse livro; transformam-no em expressão vazia e letra morta; deixam ao esquecimento esse código admirável. Vossos males provêm do abandono voluntário em que deixais esse resumo das Leis Divinas. Lede, pois, essas páginas de fogo do devotamento de Jesus e meditai-as. Eu mesmo me sinto envergonhado de ousar prometer-vos um trabalho sobre a caridade, quando penso que nesse livro encontrais todos os ensinamentos que vos devem levar às regiões celestes.”

“Revista Espírita”, Allan Kardec – Agosto de 1858 «A caridade pelo Espírito de S. Vicente de Paulo»

Muitos ainda zombam do que Jesus nos deixou.
Outros argumentam que embora seja verdade, foi uma circunstância vivida por alguém diferente, num tempo igualmente díspar.
Porém, se atentarmos em tudo aquilo que a obra contém, enquanto mensagem de vida, perceberemos que as circunstâncias descritas são aquelas que todos nós vivemos, no tempo presente. Apenas mudam os protagonistas.

Sintamos alegria por termos a Doutrina Espírita nas nossas vidas, ajudando-nos no dia-a-dia uma vez que muitos não a têm de forma acessível por várias razões. Por este motivo, aproveitemos de forma profunda, mais esta oportunidade divina.
Sintamos o incentivo que esta obra nos oferece para irmos à fonte dos ensinamentos para que eles possam inspirar-nos a melhorar a nossa conduta.

"Aquele que preza mais o sufrágio dos homens que o de Deus..."

"Aquele que preza mais o sufrágio dos homens que o de Deus prova ter mais fé nos homens do que em Deus (...). Quanta gente que não faz favores senão com a esperança de ver o favorecido proclamar o benefício do alto dos telhados; que em plena luz daria uma grande soma, mas na obscuridade não daria uma simples moeda! Eis por que disse Jesus: “Os que fazem o bem com ostentação já receberam sua recompensa.” Com efeito, àquele que busca sua recompensa na Terra, Deus nada deve. Só lhe resta receber o preço de seu orgulho."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Outubro de 1863

sábado, 26 de setembro de 2020

CONHECI O ESPIRITISMO, MAS SERÁ QUE O DEIXEI ENTRAR EM MIM?


CONHECI O ESPIRITISMO, MAS SERÁ QUE O DEIXEI ENTRAR EM MIM?


Corria o ano de 1863(Julho), quando Allan Kardec inseriu na "Revista Espírita", uma carta que lhe foi dirigida e que abaixo transcrevemos, para reflexão de todos nós:

"Ao Sr. Presidente da Sociedade de Estudos Espíritas de Paris."

“Senhor,

“Ser-me-ia permitido aspirar a ser admitido como membro da ilustre Sociedade que presidis?

“Também tive a felicidade de conhecer o Espiritismo e de experimentar, em toda a sua plenitude, a sua benéfica influência. Há tempo eu era vítima de sofrimentos físicos, e consequentemente do sofrimento moral que naturalmente deles decorre quando o pensamento não vê como compensação senão a dúvida e a incerteza. "O Livro dos Espíritos" entrou em minha casa como o salvador cuja mão benfeitora nos tira do abismo, como o médico que cura instantaneamente.

“Li e compreendi, e logo o sofrimento moral deu lugar a uma imensa felicidade, ante a qual morreu o sofrimento físico, porque, desde então, não mais o vejo senão como efeito da vontade e da sabedoria divinas, que só nos envia males para nosso maior bem.

“Sob a influência dessa crença benéfica, meu estado físico já melhorou sensivelmente, e espero que Deus complete sua obra, porque se hoje desejo o restabelecimento da saúde, não é mais, como outrora, para gozar a vida, mas para consagrá-la unicamente ao bem, isto é, para empregá-la exclusivamente em marchar para o futuro, trabalhando com ardor e por todos os meios ao meu alcance, para o bem de meus semelhantes e, particularmente, dedicando-me à propagação da sublime doutrina que Deus, em sua bondade infinita, envia à pobre Humanidade para regenerá-la.

“Glória seja rendida a Deus pela divina luz que, em sua misericórdia, se dignou enviar às suas criaturas cegas! E graças vos sejam dadas, senhor, a quem ele escolheu para lhes trazer o facho sagrado!

“Senhor, se vos dignardes acolher o meu pedido, eu vos serei profundamente reconhecido por sua transmissão aos vossos honrados colegas. Não tenho a honra de ser vosso conhecido pessoalmente, pois meu estado de saúde sempre me impediu de vos visitar. Mas meu amigo Sr. Canu, vosso colega, poderá responder por mim.

“Recebei, senhor e caro mestre, o preito de meus respeitosos sentimentos e de meu sincero devotamento.”

HERMANN HOBACH

"A consciência é a bússola que..."

"A consciência é a bússola que indica a rota."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Outubro de 1863

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

A ESPERANÇA


A ESPERANÇA


Na "Revista Espírita" do ano 1862 Fevereiro), sob o título "Ensinos e dissertações espíritas", Allan Kardec traz-nos um artigo com o tema "A esperança", que a seguir transcrevemos, para nossa reflexão:

"Meu nome é Esperança. Sorrio à vossa entrada na vida; sigo-vos passo a passo e não vos deixo senão nos mundos onde para vós se realizam as promessas de felicidade, incessantemente murmuradas aos vossos ouvidos. Sou vossa fiel amiga. Não repilais minhas inspirações. Eu sou a Esperança.

Sou eu que canto através do rouxinol e que solto aos ecos das florestas essas notas lamentosas e cadenciadas que vos fazem sonhar com o Céu. Sou eu que inspiro à andorinha o desejo de aquecer os seus amores ao abrigo de vossas moradas; que brinco na brisa ligeira que acaricia os vossos cabelos; que espalho aos vossos pés o suave perfume das flores dos vossos canteiros, e quase não pensais nesta amiga tão devotada! Não a repilais: é a Esperança!

Tomo todas as formas para me aproximar de vós: Sou a estrela que brilha no azul; o quente raio de sol que vos vivifica; embalo as vossas noites com sonhos ridentes; expulso para longe as negras preocupações e os pensamentos sombrios; guio vossos passos para o caminho da virtude; acompanho-vos nas visitas aos pobres, aos aflitos, aos moribundos, e vos inspiro palavras afetuosas e consoladoras. Não me repilais. Eu sou a Esperança.
Eu sou a Esperança! Sou eu que, no inverno, faço crescer na casca dos carvalhos o musgo espesso com que os passarinhos fazem seus ninhos; sou eu que, na primavera, coroo a macieira e a amendoeira de flores rosa e brancas e as espalho sobre a Terra como um tapete celeste, que faz aspirar a mundos felizes. Estou convosco principalmente quando sois pobres e sofredores, e minha voz ressoa incessantemente aos vossos ouvidos. Não me repilais. Eu sou a Esperança.
Não me repilais, porque o anjo do desespero me faz uma guerra encarniçada e se esgota em vãos esforços para junto de vós tomar o meu lugar. Nem sempre sou a mais forte, e quando ele consegue me afastar, vos envolve com suas asas fúnebres; desvia os vossos pensamentos de Deus e vos conduz ao suicídio. Uni-vos a mim para afastar sua funesta influência, e deixai-vos embalar docemente em meus braços, porque eu sou a Esperança."

FELÍCIA, filha da médium

"A alma humana é dotada..."


"A alma humana é dotada de magníficas forças de arrependimento e de reabilitação."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Outubro de 1863

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

APÓS A MORTE, OS ESPÍRITOS MANTÉM AS MESMAS OPINIÕES QUE TINHAM NA TERRA?


APÓS A MORTE, OS ESPÍRITOS MANTÉM AS MESMAS OPINIÕES QUE TINHAM NA TERRA?


Quando alguém desencarna, não raras vezes, alguns familiares, amigos ou conhecidos que ficam, tentam agir de acordo com o entendimento que conheceram ao seu ente querido. Se este último era apologista de determinadas práticas, os que permanecem no palco da vida, prosseguem, adotando essas condutas, acreditando estarem a honrar e respeitar o que conheceram como a sua vontade.

A despeito do carinho que devemos conservar em relação aos nossos amores que nos precederam, porventura eles não evoluirão? Será que, uma vez chegados ao plano espiritual, estagnam no entendimento e nas visões que tinham relativamente a assuntos diversos, como se tudo neles se limitasse a essa existência?

“[Após a desencarnação] Aquele que já está purificado, reconhece-se quase imediatamente, pois que se libertou da matéria antes que cessasse a vida do corpo, enquanto que o homem carnal, aquele cuja consciência ainda não está pura, guarda por muito mais tempo a impressão da matéria.”

“O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec – Segunda Parte, Capítulo III, “Regresso da vida corporal à vida espiritual”, Q. 164

A partir do momento em que o Espírito recupera a consciência de si, resgata, gradualmente, a consciência não só de quem está como também de quem foi, outrora, em existências anteriores.

Vai percepcionando melhor todas as suas capacidades e tudo o que o rodeia.

Então, observa o que ficou, na Terra, com uma visão mais ampla e mais abrangente.

Aquilo que, na encarnação, era a sua opinião, não raras vezes, altera-se uma vez que o seu entendimento acompanha a Lei do Progresso e o Espírito vai adquirindo um maior esclarecimento.

Ajamos da melhor forma que nos for possível pois quem nos ama, independentemente do local e condição em que se encontra, quer que sigamos o caminho mais apropriado para o nosso reequilíbrio.

Acresce que adoptar comportamentos ou tomar decisões que nos parecem de acordo com o que um ser amado pensou, quando aqui caminhava connosco, pode constituir inquietação para este, exatamente pelo facto de que ele mesmo, neste novo entendimento, já não agiria ou decidiria dessa assim.

Reflitamos a este respeito.

"Deus do Céu e da Terra..."

“Deus do Céu e da Terra, soberano senhor de todas as coisas, tem piedade de nossa fraqueza! Eleva nossos corações para ti, a fim de que aprendamos a cumprir nossos deveres segundo tua vontade, e para que todas as nossas ações estejam em relação com a tua lei universal. Senhor, faz que nossa alma se encha de teu amor; que ela se apaixone pelo fogo sagrado da convicção e que prove sua fé por atos de verdadeira caridade. Todas as palavras, por melhores que sejam, se não forem seguidas de efeitos de benevolência para com as tuas criaturas, assemelham-se a uma bonita árvore sem frutos."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Outubro de 1863

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

QUAL O PAPEL DOS EDUCADORES ESPÍRITAS?

QUAL O PAPEL DOS EDUCADORES ESPÍRITAS?


Para muitos, o conceito "ser espírita", resume-se a atitudes e comportamentos superficiais mas, na verdade, ser espírita, na verdadeira acepção da palavra, é, tal como nos diz Allan Kardec, tendo consciência dos ensinamentos que presidem ao Espiritismo, fazer um esforço constante para domar as más inclinações.

Esse trabalho interior é diário e não tem momentos de pausa.
O nível de responsabilidade está diretamente ligado ao grau de conhecimento.
Por isso, onde quer que nos encontremos, a nossa postura será determinante para a nossa consciência e exercerá influência nas vidas que connosco se cruzarem, seja na vida familiar, no círculo de amigos, conhecidos ou no local de trabalho.

Por outro lado, aqueles que lidam, diariamente, com crianças e jovens, têm responsabilidades acrescidas, uma vez que estão a contribuir para a formação de carácteres.

“Ser espírita, na acepção plena da palavra, é engajar-se num processo de auto-educação.
Estar em processo de auto-aperfeiçoamento é requisito básico do educador.”

“O educador espírita, porém, poderá e deverá exercer a sua tarefa com quaisquer crianças ou adultos. Se a verdadeira Educação se dá quando se desperta um processo evolutivo no educando, este processo poderá ser desencadeado em qualquer ser humano, tenha ele a cultura que tiver, seja ele partidário de que religião for.”

“A influência benéfica de um educador, consciente do seu mandato, poderá imprimir-se em qualquer educando.
No relacionamento com pessoas não espíritas, o educador espírita saberá exercer a sua tarefa, sem impor as suas convicções.”

“A Educação Segundo o Espiritismo”, Dora Incontri

“Não basta ensinar à criança os elementos da Ciência. Aprender a governar-se, a conduzir-se como ser consciente e racional, é tão necessário como saber ler, escrever e contar: é entrar na vida armado não só para a luta material, mas, principalmente, para a luta moral. É nisso em que
menos se tem cuidado.”

“Depois da Morte”, Léon Denis

“Como o Espiritismo não é uma doutrina individualista, no sentido de descomprometer o ser humano de deveres para com o próximo – ao contrário, elege na caridade o seu princípio máximo – quem está em processo de melhorar-se a si mesmo, tem o dever moral de exercer uma tarefa pedagógica com todas as criaturas que o cercam.”

“A caridade máxima que o espírita deve procurar realizar como ideal de vida não é apenas o assistencialismo social, respeitável e necessário, mas limitado e superficial, é sim a caridade da Educação. Elevar, transformar, despertar consciências, contribuindo para a mudança interna dos homens – que redundará também numa revolução externa – esta deverá ser a meta de todo o espírita.”

“A Educação Espírita”, Dora Incontri

“Instruamos a juventude, esclareçamos sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos ao seu coração, ensinemos-lhe a despojar-se das suas imperfeições.
Lembremo-nos de que a sabedoria por excelência consiste em nos tornarmos melhores.”

“Depois da morte”, Léon Denis

Inspiremo-nos em exemplos como:

PESTALOZZI

“Tornou-se mais que um professor, um verdadeiro pai para as crianças que ele cuidava, amava e educava.
Organizou grupos de trabalhos manuais, ensinou linguagem, levando as crianças a expressarem-se correctamente, a escreverem, e a terem noções de matemática, de ciências, prática agrícola e evangelização.”

“À noite, Pestalozzi, contava a parábola do bom samaritano, exaltando as virtudes cristãs. Era a aula de evangelização e Pestalozzi baseava-se no Evangelho de Jesus.”

“Pestalozzi”, Walter Oliveira Alves

“O lema: Trabalho, Solidariedade e Tolerância seria adaptado pelo Codificador a partir da tríade de Pestalozzi, emérito educador, que afirmara ser o êxito da educação consequência de três elementos básicos: Trabalho, Solidariedade e Perseverança.”

“Dimensões Espirituais do Centro Espírita”, Suelly Caldas Schubert

“«O Livro dos Espíritos» é um manual de Educação Integral oferecido à Humanidade para a sua formação moral e espiritual na Escola da Terra.”

“Pedagogia Espírita”, José Herculano Pires

“Uma nova educação baseada nos ensinamentos do Mestre de Nazaré. Cujos frutos saborosos e eficientes estão em personalidades como Pestalozzi que indicava a educação pelo Amor do homem integral.”

“Educação Espírita”, Heloísa Pires

“É através da educação que as gerações se transformam e se aperfeiçoam.”

“Depois da Morte”, Léon Denis

Todos temos responsabilidades e influenciamos a vida uns dos outros.

“A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho.”

Fénelon, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec – Capítulo I

"Muita coragem..."

"Muita coragem. Marchai sem medo pelo caminho que vos é traçado, e contai com aquele que jamais vos faltará."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Novembro de 1865

terça-feira, 22 de setembro de 2020

A PRIMEIRA CASA ESPÍRITA


A PRIMEIRA CASA ESPÍRITA


A primeira casa espírita foi fundada por Allan Kardec, em Paris (França), em 01 de Abril de 1858.

Tratou- se da "Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas".

Na obra "O Livro dos Médiuns" , Allan Kardec traz-nos o regulamento que serviu de base à sua fundação e que transcrevemos:

"Capítulo I — Fins e formação da Sociedade

Art. 1o — A Sociedade tem por objeto o estudo de todos os fenômenos relativos às manifestações espíritas e suas aplicações às ciências morais, físicas, históricas e psicológicas. São defesas nela as questões políticas, de controvérsia religiosa e de economia social.

Toma por título: Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

Art. 2o — A Sociedade se compõe de sócios titulados, de associados livres e de sócios correspondentes.

Pode conferir o título de sócio honorário a pessoas residentes na França ou no estrangeiro, que, pela sua posição ou por seus trabalhos, lhe possam prestar serviços assinaláveis.

Os sócios honorários são todos os anos submetidos à reeleição.

Art. 3o — A Sociedade não admitirá senão as pessoas que simpatizem com seus princípios e com o objetivo de seus trabalhos, as que já se achem iniciadas nos princípios fundamentais da ciência espírita, ou que estejam seriamente animadas do desejo de nesta se instruírem. Em consequência, exclui todo aquele que possa trazer elementos de perturbação às suas reuniões, seja por espírito de hostilidade e de oposição sistemática, seja por qualquer outra causa, e fazer, assim, que se perca o tempo em discussões inúteis. A todos os seus associados corre o dever de recíproca benevolência e bom proceder, cumprindo-lhes, em todas as circunstâncias, colocar o bem geral acima das questões pessoais e de amor-próprio.

Art. 4o — Para ser admitido como associado livre deve o candidato dirigir ao Presidente um pedido por escrito, apostilado por dois sócios titulares, que se tornam fiadores das intenções do postulante. O pedido deve informar sumariamente: 1 o , se o requerente já possui alguns conhecimentos do Espiritismo; 2 o , o estado de sua convicção sobre os pontos fundamentais da ciência; 3 o , o compromisso de se sujeitar em tudo ao regulamento.

O pedido será submetido à comissão de que fala o artigo 11, que o examinará e proporá, se julgar conveniente, a admissão, o adiamento, ou indeferimento.

O adiamento é de rigor, com relação a todo candidato que ainda nenhum conhecimento possua da ciência espírita e que não simpatize com os princípios da Sociedade.

Os associados livres têm o direito de assistir às sessões, de tomar parte nos trabalhos e nas discussões que tenham por objeto o estudo, mas, em caso algum, terão voto deliberativo, no que diga respeito aos negócios da Sociedade.

Os associados livres só o serão durante o ano em que tenham sido aceitos e, para permanecerem na Sociedade, a admissão deles deverá ser ratificada no fim desse primeiro ano.

Art. 5o — Para ser sócio titular, é preciso que a pessoa tenha sido, pelo menos durante um ano, associado livre, tenha assistido a mais de metade das sessões e dado, durante esse tempo, provas notórias de seus conhecimentos e de suas convicções em matéria de Espiritismo, de sua adesão aos princípios da Sociedade e do desejo de proceder, em todas as circunstâncias, para com seus colegas, de acordo com os princípios da caridade e da moral espírita.

Os associados livres, que hajam assistido regularmente, durante seis meses, às sessões da Sociedade, poderão ser admitidos como sócios titulares se, ademais, preencherem as outras condições.

A admissão será proposta ex-ofício pela comissão, com o assentimento do associado, se for, além disso, apoiado por três outros sócios titulares. Em seguida, se tiver cabimento, será votada pela Sociedade, em escrutínio secreto, após um relatório verbal da comissão.

Só os sócios titulares têm voto deliberativo e gozam da faculdade concedida pelo art. 25.

Art. 6o — A Sociedade limitará, se julgar conveniente, o número dos associados livres e dos sócios titulares.

Art. 7o — Sócios correspondentes são os que, não residindo em Paris, mantenham relações com a Sociedade e lhe forneçam documentos úteis a seus estudos. Podem ser nomeados por proposta de um único sócio titular.

Capítulo II — Administração

Art. 8o — A Sociedade é administrada por um Presidente-diretor, assistido pelos membros de uma diretoria e de uma comissão.

Art. 9o — A diretoria se compõe de: 1 Presidente, 1 Vice-Presidente, 1 Secretário principal, 2 Secretários adjuntos e 1 Tesoureiro. Além desses, um ou mais Presidentes honorários poderão ser nomeados.

Na falta do Presidente e do Vice-Presidente, as sessões serão presididas por um dos membros da comissão.

Art. 10 — O Presidente-diretor deverá dedicar todos os seus cuidados aos interesses da Sociedade e da ciência espírita. Cabem-lhe a direção geral e a alta superintendência da administração, assim como a conservação dos arquivos.

O Presidente é nomeado por três anos, e os outros membros da diretoria por um ano, indefinidamente reelegíveis.

Art. 11 — A comissão se compõe dos membros da diretoria e de cinco outros sócios titulares, escolhidos de preferência entre os que tiverem dado concurso ativo aos trabalhos da Sociedade, prestado serviços à causa do Espiritismo, ou demonstrado possuir ânimo benevolente e conciliador. Estes cinco membros são, como os da diretoria, eleitos por um ano e reelegíveis. A comissão é, de direito, presidida pelo Presidente-diretor, ou, em falta deste, pelo Vice-Presidente, ou por aquele de seus outros membros que para esse efeito seja designado.

A comissão tem a seu cargo o exame prévio de todas as questões e proposições administrativas e outras que hajam de ser submetidas à Sociedade; a fiscalização das receitas e despesas desta e as contas do Tesoureiro; a autorização das despesas ordinárias e a adoção de todas as medidas de ordem, que julgue necessárias.

Compete-lhe, além disso, examinar os trabalhos e assuntos de estudo, propostos pelos diversos sócios, formulá-los ela própria, a seu turno, e determinar a ordem das sessões, de acordo com o Presidente. O Presidente poderá sempre opor-se a que certos assuntos sejam tratados e postos na ordem do dia, cabendo-lhe recorrer da sua decisão para a Sociedade, que resolverá afinal.

A comissão se reunirá regularmente antes das sessões, para exame dos casos ocorrentes e, também, sempre que julgar conveniente. Os membros da diretoria e da comissão que, sem participação, se ausentem por três meses consecutivos, são tidos como renunciantes às suas funções, cumprindo providenciar-se para a substituição deles.

Art. 12 — As decisões, quer da Sociedade, quer da comissão, serão tomadas por maioria absoluta de votos dos membros presentes; em caso de empate, preponderará o voto do Presidente.

A comissão poderá deliberar quando estiverem presentes quatro de seus membros. O escrutínio secreto será obrigatório, se o reclamarem cinco membros.

Art. 13 — De três em três meses, seis sócios, escolhidos entre os titulares e os associados livres, serão designados para desempenhar as funções de comissários.

Os comissários são encarregados de velar pela boa ordem e regularidade das sessões e de verificar o direito de entrada de toda pessoa que se apresenta para a elas assistir. Para esse efeito, os sócios designados se entenderão, de maneira que um deles esteja presente a abertura das sessões.

Art. 14 — O ano social começa a 1 o de abril.

As nomeações para a diretoria e para a comissão se farão na primeira sessão do mês de maio. Os membros de uma e outra, em exercício, continuarão nas suas funções até essa época.

Art. 15 — Para se proverem às despesas da Sociedade, os titulares pagarão uma cota anual de 24 francos e os associados livres a de 20 francos. Os sócios titulares, ao serem admitidos, pagarão, além disso, de uma vez, como joia de entrada, 10 francos.

A cota é paga integralmente por ano corrente. Os que forem admitidos só terão que pagar, do ano em que se der a admissão, os trimestres ainda não decorridos, incluído o em que essa admissão se verificar.

Quando marido e mulher forem aceitos como associados livres, ou titulares, só uma cota e meia será exigida pelos dois. Cada seis meses, a 1 o de abril e 1 o de outubro, o Tesoureiro prestará à Comissão contas do emprego e da situação dos fundos.

Pagas as despesas ordinárias de alugueres e outras obrigatórias, se houver saldo a Sociedade determinará o emprego a dar-se-lhe.

Art. 16 — A todos os admitidos, associados livres ou titulares, se conferirá um cartão de admissão, comprovando-lhe a categoria. Esse cartão fica com o Tesoureiro, de cujo poder o novo sócio poderá retirá-lo, pagando a sua cota e a joia de entrada. Ele não poderá assistir às sessões senão depois de haver retirado o seu cartão. Não o tendo feito até um mês depois da sua admissão, será considerado demissionário. Será igualmente considerado demissionário, todo sócio que não houver pago sua cota anual no primeiro mês da renovação do ano social, desde que fique sem resultado um aviso que o Tesoureiro lhe enviará.

Capítulo III — Das sessões

Art. 17 — As sessões da Sociedade se realizarão às sextas-feiras, às 8 horas da noite, salvo modificação, se for necessária.

As sessões serão particulares ou gerais; nunca serão públicas. Todos os que façam parte da Sociedade, sob qualquer título, devem, em cada sessão, assinar os nomes numa lista de presença.

Art. 18°— O silêncio e o recolhimento são rigorosamente exigidos durante as sessões, e, principalmente, durante os estudos. Ninguém pode usar da palavra, sem a ter obtido do Presidente.

Todas as perguntas aos Espíritos devem ser feitas por intermédio do Presidente, que poderá recusar formulá-las, conforme as circunstâncias. São especialmente interditas todas as perguntas fúteis, de interesse pessoal, de pura curiosidade, ou que tenham o objetivo de submeter os Espíritos a provas, assim como todas as que não tenham um fim geral, do ponto de vista dos estudos.

São igualmente interditas todas as discussões capazes de desviar a sessão do seu objeto especial.

Art. 19° — Todo sócio tem o direito de reclamar seja chamado à ordem aquele que se afaste das conveniências nas discussões, ou perturbe as sessões, de qualquer maneira. A reclamação será imediatamente posta a votos; se for aprovada, constará na ata.

Três chamadas à ordem, no espaço de um ano, acarretam, de direito, a eliminação do sócio que nelas haja incorrido, qualquer que seja a sua categoria.

Art. 20° — Nenhuma comunicação espírita, obtida fora da Sociedade, pode ser lida, antes de submetida, seja ao Presidente, seja à comissão, que podem admitir ou recusar a leitura.

Nos arquivos deverá ficar depositada uma cópia de toda comunicação estranha, cuja leitura tenha sido autorizada. Todas as comunicações obtidas durante as sessões pertencem à Sociedade, podendo os médiuns que as tomaram, tirar delas uma cópia.

Art. 21 — As sessões particulares são reservadas aos membros da Sociedade. Realizar-se-ão nas 1 a e 3 a sextas-feiras de cada mês e também na 5 a quando houver.

A Sociedade reserva para as sessões particulares todas as questões concernentes aos negócios administrativos, assim como os assuntos de estudo que mais tranquilidade e concentração reclamem, ou que ela julgue conveniente aprofundar, antes de tratá-lo em presença de pessoas estranhas. Têm direito de assistir às sessões particulares, além dos sócios titulares e dos associados livres, os sócios correspondentes, que se achem temporariamente em Paris, e os médiuns que prestem seu concurso à Sociedade. Nenhuma pessoa estranha a esta será admitida às sessões particulares, salvo casos excepcionais e com assentimento prévio do Presidente.

Art. 22 — As sessões gerais se realizarão nas 2 a e 4 a sextas-feiras de cada mês.

Nas sessões gerais, a Sociedade autoriza a admissão de ouvintes estranhos, que poderão a elas assistir temporariamente, sem tomarem parte nelas. Cabe-lhe retirar essa autorização, quando julgue conveniente. Ninguém pode assistir às sessões, como ouvinte, sem ser apresentado ao Presidente, por um sócio, que se torna fiador de seu cuidado em não causar perturbação, nem interrupção.

A Sociedade não admite como ouvintes senão pessoas que aspirem a tornar-se seus associados, ou que simpatizem com seus trabalhos, e que já estejam suficientemente iniciadas na ciência espírita, para compreendê-los. A admissão deverá ser negada de modo absoluto a quem quer que deseje ser ouvinte por mera curiosidade, ou cujos sentimentos sejam hostis à Sociedade.

Aos ouvintes é interdito o uso da palavra, salvo casos excepcionais, a juízo do Presidente. Aquele que, de qualquer maneira, perturbar a ordem, ou manifestar má vontade para com os trabalhos da Sociedade, poderá ser convidado a retirar-se e, em todos os casos, o fato será anotado na lista de admissão e a entrada lhe será de futuro proibida.

Devendo limitar-se o número dos ouvintes pelos lugares disponíveis, os que puderem assistir às sessões deverão ser inscritos previamente num registro criado para esse fim, com indicação dos endereços e das pessoas que os recomendam. Em consequência, todo pedido de entrada deverá ser dirigido, muitos dias antes da sessão, ao Presidente, que expedirá os cartões de admissão até que a lista se ache esgotada. Os cartões de entrada só podem servir para o dia indicado e para as pessoas designadas.

A permissão de entrada não pode ser concedida ao mesmo ouvinte para mais de duas sessões, salvo autorização do Presidente e em casos excepcionais. Nenhum membro da Sociedade poderá apresentar mais de duas pessoas ao mesmo tempo. Não têm limite as entradas concedidas pelo Presidente.

Os ouvintes não serão admitidos depois de aberta a sessão.

Capítulo IV — Disposições diversas

Art. 23 — Todos os membros da Sociedade lhe devem inteiro concurso. Em consequência, são convidados a colher, nos seus respectivos círculos de observações, os fatos antigos ou recentes, que possam dizer respeito ao Espiritismo, e a os assinalar. Cuidarão, ao mesmo tempo, de inquirir, tanto quanto possível, da notoriedade deles.

São igualmente convidados a lhe dar conhecimento de todas as publicações que possam relacionar-se mais ou menos diretamente com objetivo de seus trabalhos.

Art. 24 — A Sociedade submeterá a um exame crítico as diversas obras que se publicarem sobre o Espiritismo, quando julgue oportuno. Para esse efeito, encarregará um de seus membros, associado livre ou titular, de lhe apresentar um relatório, que será impresso, se tiver cabimento na Revista espírita.

Art. 25 — A Sociedade criará uma biblioteca especial composta das obras que lhe forem oferecidas e das que ela adquirir. Os sócios titulares poderão, na sede da Sociedade, consultar quer a biblioteca, quer os arquivos nos dias e horas que para isso forem marcados.

Art. 26 — A Sociedade, considerando que a sua responsabilidade pode achar-se moralmente comprometida pelas publicações particulares de seus associados, prescreve que ninguém poderá, em qualquer escrito, usar do título de sócio da Sociedade, sem que a isso esteja por ela autorizado e sem que previamente tenha ela tido conhecimento do manuscrito. À comissão caberá fazer-lhe um relatório a esse respeito. Se a Sociedade julgar que o escrito é incompatível com seus princípios, o autor, depois de ouvido, será convidado, ou a modificá-lo, ou a renunciar à sua publicação, ou, finalmente, a não se inculcar como sócio da Sociedade. Dado que ele se não submeta à decisão que for tomada, poderá ser resolvida a sua exclusão.

Todo escrito que um sócio publicar sob o véu da anonímia e sem indicação alguma, pela qual se possa reconhecê-lo como autor, será incluído na categoria das publicações ordinárias, cuja apreciação a Sociedade reserva para si. Todavia, sem querer obstar à livre emissão das opiniões pessoais, a Sociedade convida aqueles de seus membros, que tenham a intenção de fazer publicações desse gênero, a que previamente lhe peçam o parecer oficioso, no interesse da ciência.

Art. 27 — Querendo manter no seu seio a unidade de princípios e o espírito de recíproca tolerância, a Sociedade poderá resolver a exclusão de qualquer de seus sócios que se constitua causa de perturbação, ou se lhe torne abertamente hostil, mediante escritos comprometedores para a Doutrina, opiniões subversivas, ou por um modo de proceder que ela não possa aprovar. A exclusão, porém, não pode ser decretada, senão depois de prévio aviso oficioso, se este ficar sem efeito, e depois de ouvir o sócio inculpado, se ele entender conveniente explicar-se. A decisão será tomada por escrutínio secreto e pela maioria de três quartos dos membros presentes.

Art. 28 — O sócio que voluntariamente se retire, no correr do ano, não poderá reclamar a diferença das cotas que haja pago. Essa diferença, porém, será reembolsada, no caso de exclusão decretada pela Sociedade.

Art. 29 — O presente regulamento poderá ser modificado, quando for conveniente. As propostas de modificação não poderão ser feitas à Sociedade, senão pelo órgão de seu Presidente, ao qual deverão ser transmitidas e no caso de terem sido admitidas pela comissão. Pode a Sociedade, sem modificar o seu regulamento nos pontos essenciais, adotar todas as medidas complementares que lhe pareçam necessárias."

"Uma única palavra impura..."

"Uma única palavra impura basta para alterar a pureza de uma criança. Uma única criança impura introduzida numa casa de educação pública basta para gangrenar toda uma geração de crianças, que mais tarde tornar-se-ão homens."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Setembro de 1863

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

QUEM FALA ATRAVÉS DE NÓS?


QUEM FALA ATRAVÉS DE NÓS?


Na obra "Revista Espírita", de Allan Kardec, num artigo inserido no mês de Outubro de 1858, foram elaboradas várias perguntas a São Luís acerca dos comportamentos humanos.
Numa delas, São Luís, elucida-nos acerca da temática da utilização da voz, da palavra.

“Os Espíritos malévolos gostam de se divertir. Cuidado com eles! Aquele que julga dizer uma frase agradável às pessoas que o cercam e que diverte uma sociedade com piadas e atos, por vezes engana-se, e mesmo muitas vezes, quando pensa que tudo isso vem de si próprio. Os Espíritos levianos que o cercam, com ele de tal modo se identificam, que pouco a pouco o enganam a respeito de seus pensamentos, enganando também àqueles que o ouvem.”

“Revista Espírita”, Allan Kardec – Outubro de 1858 «Teoria das motivações nossas ações»

Para além dos aspectos referidos, esses Espíritos tentam enganar-nos acerca de nós próprios confundindo-nos o caminho.

Quem está neste crescendo julga estar a mudar a personalidade e considera normal dizer aquilo que lhe ocorre, em primeiro lugar, sem utilizar o bom-senso, filtrando devidamente.

Mas, na verdade, não raras vezes, trata-se já de uma influência nefasta que encontrou espaço para atuar. Por isso, temos de ser nós os "donos" do que pensamos, sentimos e dizemos, refletindo no propósito que nos motiva a pensar, sentir e agir de determinada forma.

"O mal, venha de onde vier..."

"O mal, venha de onde vier, será sempre punido, ficai certos."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Setembro de 1863

domingo, 20 de setembro de 2020

PODER-SE-Á PERMANECER PARA SEMPRE NOS CAMINHOS DO MAL?


PODER-SE-Á PERMANECER PARA SEMPRE NOS CAMINHOS DO MAL?


Indistintamente, Deus criou-nos a todos simples e ignorantes, após o que cada um de nós seguiu o seu percurso individual.
Em certo momento, alguns escolhem o caminho do aperfeiçoamento moral, ao passo que outros prosseguem por longo tempo nos caminhos do mal, parecendo este não ter fim à vista.

Será possível permanecer para sempre nos caminhos do mal?

Na obra "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec aborda esta questão, citando São Luís, nas questões 1006 e 1007, da referida obra, que abaixo transcrevemos, para nossa reflexão:

"Deus não criou seres tendo por destino permanecerem votados perpetuamente ao mal. Apenas os criou a todos simples e ignorantes, tendo todos, no entanto, que progredir em tempo mais ou menos longo, conforme decorrer da vontade de cada um. Mais ou menos tardia pode ser a vontade, do mesmo modo que há crianças mais ou menos precoces, porém, cedo ou tarde, ela aparece, por efeito da irresistível necessidade que o Espírito sente de sair da inferioridade e de se tornar feliz."

"Há os de arrependimento muito tardio; porém, pretender-se que nunca se melhorarão fora negar a lei do progresso e dizer que a criança não pode tornar-se homem.”

"Não há nenhuma solidariedade..."

"Não há nenhuma solidariedade entre a verdadeira doutrina e os que a parodiam."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Agosto de 1863

sábado, 19 de setembro de 2020

"Alguém que acredite cometer uma falta..."


"Alguém que acredite cometer uma falta séria se se permitir a menor palavra de duplo sentido, diante de uma criança, se estiver rodeado por pessoas maduras, poderá sentir prazer nas piadas obscenas ou triviais que, diz ele, não fazem mal a ninguém. Ele não vê que a obscenidade é um mal tão imoral que mancha tudo o que toca, mesmo o ar, cujas vibrações levarão longe o contágio." 

"Revista Espírita", Allan Kardec - Setembro de 1863

BENEDITA FERNANDES - HISTÓRIA DO ESPIRITISMO


BENEDITA FERNANDES - HISTÓRIA DO ESPIRITISMO


Há vidas que se cruzam com a nossa, direta ou indiretamente e que nos inspiram pela mensagem que encerram mas, também, pelas lutas vencidas uma vez que todos trazemos possibilidades de êxito na encarnação.
Benedita Fernandes foi uma dessas vidas que nos deixou um autêntico legado.

“Benedita Fernandes nasceu no dia 27 de Junho de 1883 em Campos Novos de Cunha (SP) e desencarnou em Araçatuba no dia 9 de Outubro de 1947.

O ingresso de Benedita Fernandes nas ações espíritas foi muito peculiar.

Portadora de atroz obsessão, autêntica subjugação, Benedita perdeu o contacto com a família e perambulava sem rumo.

Certa feita, causava tantos incómodos à população que foi recolhida à Cadeia Pública da cidade de Penápolis. Naquela época não existiam hospitais ou atendimentos para tal fim. O carcereiro Padial e depois o Sr. Marcheze deram assistência à mulher doente, principalmente com passes. Ela recobrou a consciência e resolveu rumar para Araçatuba.

Como gratidão pelo benefício, a mulher simples, negra e semi-analfabeta, juntamente com outras lavadeiras começou a erguer casinhas de madeira no então Bairro Dona Ida (hoje Santana), nos idos de 1927.

Benedita transformou-se em pioneira da assistência social espírita em toda a região Noroeste do Estado de São Paulo, ao fundar a Associação das Senhoras Cristãs, no dia 6 de Março de 1932, em Araçatuba. Como esta obra originou o Sanatório; ela é também, provavelmente, uma das pioneiras dos Hospitais Psiquiátricos Espíritas.

A reunião para fundação da Associação ocorreu nas dependências do Centro Espírita “Paz, Amor e Caridade”, no mesmo bairro. Entre os presentes, destacamos o pioneiro do movimento espírita araçatubense, o Sr. Gedeão Fernandes de Miranda.

A ação assistencial desdobrou-se com inauguração do prédio próprio em 1933. Por exigência dos órgãos governamentais, o trabalho foi desdobrado em duas ações específicas, de atendimento a doentes mentais e a crianças órfãs e carenciadas.

Assim, surgia a “Casa da Criança” e o Asilo Dr. Jaime de Oliveira”. Estas instituições foram, respectivamente, desativadas e transformadas em Sanatório que homenageia Benedita, nos anos 50, após a desencarnação da fundadora.

Benedita Fernandes também oferecia uma classe de aula em convênio com a Prefeitura Municipal e mantinha um albergue noturno.

Benedita Fernandes tornou-se igualmente uma das pioneiras do atual movimento de unificação dos espíritas quando fundou no dia 3 de Agosto de 1940 a União Espírita Regional da Noroeste, sendo eleita sua presidente. Todavia, este movimento, na realidade, somente vicejou com a fundação da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, em 1947.

Assim, Benedita atuava no movimento espírita da cidade, fazia visitas e campanhas na região. Mantinha correspondência com Cairbar Schutel, que sempre publicava notícias sobre o trabalho dela no histórico jornal “O Clarim”. Era visitada por lideranças expressivas como João Leão Pitta e por Leopoldo Machado. Inclusive a este acompanhou até uma histórica confraternização espírita na cidade de Cruzeiro, SP. O pioneiro Dr. Tomaz Novelino (de Franca, SP) também se refere a reunião que participou com Benedita, a propósito de doentes mentais.

Emília Santos, igualmente biografada, e muitos líderes da época foram colaboradores de Benedita. Ela contava com o apoio de autoridades municipais e estaduais, dos espíritas, da maçonaria e do povo em geral.

Há muitos episódios enobrecedores sobre sua dedicação à causa do bem, entremeados da interação com a comunidade.

Atualmente, suas antigas obras restringem-se ao Sanatório “Benedita Fernandes”. Como homenagem, a rua do Sanatório, no Bairro Santana, também tem seu nome. Temos localizado inúmeras instituições espíritas de São Paulo e de outros Estados que têm seu nome designando instituições espíritas ou departamento delas.

Um fato que contribuiu para divulgar o trabalho de Benedita Fernandes.

Benedita Fernandes, abnegada fundadora da Associação das Senhoras Espíritas Cristãs, de Araçatuba, no Estado de São Paulo, foi convidada para uma reunião de damas consagradas à caridade, para exame de vários problemas ligados a obras de assistência. E porque se dedicava, particularmente, aos obsidiados e doentes mentais, não pode esquivar-se.

Entretanto, a presença da conhecida missionária causava espécie.

O domingo era de imenso calor e Benedita ostentava compacto mantô de lã, apenas compreensível em tempo de frio.

– Mania! – cochichava alguém, à pequena distância.

– De tanto lidar com malucos, a pobre espírita enlouqueceu...-

– dizia elegante senhora à companheira de poltrona, em tom confidencial.

– Isso é pura vaidade, – falou outra – ela quer parecer diferente.

– Caso de obsessão! – certa amiga lembrou em voz baixa.

– Benedita, porém, opinava nos temas propostos, cheia de compreensão e de amor.

Em meio aos trabalhos, contudo, por notar agitações na assembléia, a presidente alegou que Benedita suava por todos os poros, e, em razão disso, rogou-lhe que tirasse o mantô por gentileza.

Benedita Fernandes, embora constrangida, obedeceu com humildade e só aí as damas presentes puderam ver que a mulher admirável, que sustentava em Araçatuba dezenas de enfermos, com o suor do próprio rosto, envergava singelo vestido de chitão com remendos enormes.”

“Obra de Vultos”, Antonio Cesar Perri de Carvalho - Use Regional De Araçatuba, 1. Edição, 1999

“Não digais, ao verdes um irmão ferido: «É a justiça de Deus, e é necessário que siga o seu curso», mas dizei, ao contrário: «Vejamos que meios nosso Pai Misericordioso concedeu-me, para aliviar o sofrimento de meu irmão. Vejamos se o meu conforto moral, meu amparo material, meus conselhos, poderão ajudá-lo a transpor esta prova com mais força, paciência e resignação. Vejamos mesmo se Deus não me pôs nas mãos os meios de fazer cessar este sofrimento; se não me deu, como prova também, ou talvez como expiação, o poder de cortar o mal e substituí-lo pela benção da paz.» (...)

O espírita deve pensar que a sua vida inteira tem de ser um acto de amor e de abenegação. (...) Estais todos na Terra para expiar; mas todos sem excepção, deveis fazer esforços para aliviar a expiação de vossos irmãos, segundo a lei de amor e caridade.”

Bernardin, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Karde – Capítulo V “Bem-Aventurados os Aflitos”, Item 27

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

DONS: DIGNIDADE E INDIGNIDADE MORAL


DONS:
DIGNIDADE E INDIGNIDADE MORAL


No item 226, de "O Livro dos Médiuns", Allan Kardec fala-nos na mediunidade, enquanto dom de Deus, e questiona acerca de ser esta concedida a homens de bem, mas também a pessoas que se revelam indignas de usá-la.

Em boa verdade, isto acontece com outros dons de Deus. Afinal, a dignidade moral revela-se em todas as circunstâncias da nossa vida.

Reflitamos no que nos é dito, a este respeito:

"2a) Sempre se há dito que a mediunidade é um dom de Deus, uma graça, um favor. Por que, então, não constitui privilégio dos homens de bem e por que se veem pessoas indignas que a possuem no mais alto grau e que dela usam mal?

“Todas as faculdades são favores pelos quais deve a criatura render graças a Deus, pois que homens há privados delas. Poderias igualmente perguntar por que concede Deus vista magnífica a malfeitores, destreza a gatunos, eloquência aos que dela se servem para dizer coisas nocivas. O mesmo se dá com a mediunidade. Se há pessoas indignas que a possuem, é que disso precisam mais do que as outras para se melhorarem. Pensas que Deus recusa meios de salvação aos culpados? Ao contrário, multiplica-os no caminho que eles percorrem; põe-nos nas mãos deles. Cabe-lhes aproveitá-los. Judas, o traidor, não fez milagres e não curou doentes, como apóstolo? Deus permitiu que ele tivesse esse dom, para mais odiosa tornar aos seus próprios olhos a traição que praticou.”

"Os bons Espíritos velam por nós..."

"Os bons Espíritos velam por nós, assistem-nos e ajudam-nos, mas sob a condição de nos ajudarmos a nós mesmos. O homem está na Terra para a luta; precisa vencer."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Agosto de 1863

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

A CALÚNIA

A CALÚNIA


Ao longo do nosso percurso, somos confrontados com situações que nos transcendem. De qualquer forma, são difíceis até devido ao facto de, por vezes, virem de quem menos esperamos.
O excerto de um artigo da obra "Revista Espírita", de Allan Kardec, que se segue, mostra-nos esta realidade.

“Em certos indivíduos a malevolência não conhece limites. A calúnia tem sempre veneno contra todo aquele que se eleva acima da multidão.”

“Revista Espírita”, Allan Kardec – Abril de 1858 «Variedades»

Aqui encontramos um princípio que denota uma imperfeição humana.
Quando alguém está a tentar elevar-se acima da sua condição terrena, geralmente não é apenas incompreendido mas também perseguido.
A calúnia é uma das armas para tentar abatê-lo.
Estas situações chegam-nos também para testar os nossos limites e atestar a nossa firmeza no caminho escolhido.

"Nenhum Espírito está na condição de nunca se melhorar..."

"Nenhum Espírito está na condição de nunca se melhorar. Se assim fosse ele estaria fatalmente destinado a uma eterna situação de inferioridade e escaparia à lei da evolução que rege providencialmente todas as criaturas."

"O Céu e o Inferno", Allan Kardec

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

A PROSPERIDADE DO MAU E A AFLIÇÃO DO HOMEM DE BEM


A PROSPERIDADE DO MAU E A AFLIÇÃO DO HOMEM DE BEM


Interrogamo-nos, muitas vezes, acerca de situações em que há maus que prosperam, ao mesmo tempo que há bons que são visitados pela aflição.

Na obra "O que é o Espiritismo, Allan Kardec fala-nos a este respeito:

"133. Por que vemos tantas vezes o mau prosperar, enquanto o homem de bem vive em aflição?

- Para aquele cujo pensamento não transpõe as raias da vida presente, para quem a acredita única, isto deve parecer clamorosa injustiça. Não se dá, porém, o mesmo com quem admite a pluralidade das existências e pensa na brevidade de cada uma delas, em relação à eternidade.

O estudo do Espiritismo prova que a prosperidade do mau tem terríveis consequências em suas seguintes existências; que as aflições do homem de bem são, pelo contrário, seguidas de uma felicidade, tanto maior e duradoura, quanto mais resignadamente ele soube suportá-las; não lhe será mais que um dia mau em uma existência próspera."

"Quando os homens só se preocupam com os sucessos..."


"Quando os homens só se preocupam com os sucessos imediatos e lucrativos, perdem o senso da honestidade, renunciam à escolha dos meios, desprezam a felicidade íntima, as virtudes privadas e deixam de se guiar conforme os princípios de justiça e de equidade."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Setembro de 1863

terça-feira, 15 de setembro de 2020

DOIS FILHOS


DOIS FILHOS


A dissertação que se segue é de São Luís e realça que tudo o que temos é um empréstimo ou uma conquista fruto do nosso esforço e do amparo divino. Por esta razão, de tudo daremos contas.

“Tu que possuis, escuta-me. Um dia dois filhos do mesmo pai receberam cada um seu alqueire de trigo. O mais velho fechou o seu num lugar retirado. O outro encontrou no caminho um pobre que pedia esmolas, correu para ele a despejar em seu manto a metade do trigo que recebera. Depois, seguiu seu caminho e foi semear o resto no campo paterno.
Por esse tempo veio uma grande fome e as aves do céu morriam à beira dos caminhos.
O irmão mais velho correu ao seu esconderijo, mas ali só encontrou poeira. O caçula ia tristemente contemplar seu trigo seco no pé, quando deparou com o pobre que havia ajudado. Irmão, disse-lhe o mendigo, eu estava morrendo e tu me socorreste; agora que a esperança secou em teu coração, segue-me. Teu meio alqueire rendeu cinco vezes em minhas mãos. Matarei a tua fome e viverás em abundância.”

“Revista Espírita”, Allan Kardec – Fevereiro de 1858 «A avareza»

"É necessário esforçar-se por se preservar..."

"É necessário esforçar-se por se preservar das investidas dos maus Espíritos, o que só se consegue lhes fechando todas as brechas que lhes poderiam dar acesso em nossa alma, a eles se impondo pela superioridade moral, a coragem, a perseverança e uma fé inabalável na proteção de Deus e dos bons Espíritos."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Agosto de 1863

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

PODER OCULTO TALISMÃS FEITICEIROS


PODER OCULTO

TALISMÃS

FEITICEIROS

Um tema que suscita muito interesse e que a Doutrina Espírita esclarece, em "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec:

"551. Pode um homem mau, com o auxílio de um mau Espírito que lhe seja dedicado, fazer mal ao seu próximo?"

“ - Não; Deus não o permitiria.”

"552. Que se deve pensar da crença no poder, que certas pessoas teriam, de enfeitiçar?"

“ - Algumas pessoas dispõem de grande poder magnético, de que podem fazer mau uso, se maus forem seus próprios Espíritos, caso em que possível se torna serem secundadas por outros Espíritos maus. Não creias, porém, num pretenso poder mágico, que só existe na imaginação de criaturas supersticiosas, ignorantes das verdadeiras leis da natureza. Os fatos que citam como prova da existência desse poder são fatos naturais, mal observados e sobretudo mal compreendidos.”

"553. Que efeito podem produzir as fórmulas e práticas mediante as quais pessoas há que pretendem dispor da vontade dos Espíritos?"

“ - O efeito de torná-las ridículas, se procedem de boa-fé. No caso contrário, são velhacos que merecem castigo. Todas as fórmulas são mera ilusão. Não há palavra sacramental nenhuma, nenhum sinal cabalístico, nem talismã, que tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porquanto estes só são atraídos pelo pensamento e não pelas coisas materiais.”

"a) – Mas alguns Espíritos não têm por vezes ditado, eles próprios, fórmulas cabalísticas?"

“ - Efetivamente, Espíritos há que indicam sinais, palavras estranhas, ou prescrevem a prática de atos, por meio dos quais se fazem os chamados conjuros. Mas ficai certos de que são Espíritos que de vós outros escarnecem e zombam da vossa credulidade.”

"554. Não pode aquele que, com ou sem razão, confia no que chama a virtude de um talismã, atrair um Espírito, por efeito mesmo dessa confiança, visto que, então, o que atua é o pensamento, não passando o talismã de um sinal que apenas lhe auxilia a concentração?"

“ - É verdade; mas da pureza da intenção e da elevação dos sentimentos depende a natureza do Espírito que é atraído. Ora, raramente aquele que seja bastante simplório para acreditar na virtude de um talismã deixará de colimar um fim mais material do que moral. Qualquer, porém, que seja o caso, essa crença denuncia uma inferioridade e uma fraqueza de ideias que favorecem a ação dos Espíritos imperfeitos e escarninhos.”

"555. Que sentido se deve dar ao qualificativo de feiticeiro?"

“ - Aqueles a quem chamais feiticeiros são pessoas que, quando de boa-fé, gozam de certas faculdades, como sejam o poder magnético ou a segunda vista. Então, como fazem coisas que não são compreendidas, são tidas por dotadas de um poder sobrenatural. Os vossos cientistas não têm passado muitas vezes por feiticeiros aos olhos dos ignorantes?”

"O Espiritismo e o magnetismo nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu um sem-número de fábulas, em que os fatos se apresentam exagerados pela imaginação. O conhecimento lúcido dessas duas ciências que, a bem dizer, formam uma única, mostrando a realidade das coisas e suas verdadeiras causas, constitui o melhor preservativo contra as ideias supersticiosas, porque revela o que é possível e o que é impossível, o que está nas leis da natureza e o que não passa de ridícula crendice."

"556. Têm algumas pessoas, verdadeiramente, o poder de curar pelo simples contato?"

“ - O poder magnético pode chegar até aí, quando secundado pela pureza dos sentimentos e por um ardente desejo de fazer o bem, porque então os Espíritos bons lhe vêm em auxílio. Cumpre, porém, desconfiar da maneira pela qual contam as coisas pessoas muito crédulas ou muito entusiastas, sempre dispostas a considerar maravilhoso o que há de mais simples e mais natural. Importa desconfiar também das narrativas interesseiras que costumam fazer os que exploram, em seu proveito, a credulidade alheia.”