O QUE GOSTARIA JESUS QUE EU FIZESSE?
A partir do momento em que existe vontade de agir, experimenta-se a liberdade, naturalmente condicionada, que o livre-arbítrio oferece.
Não obstante, seguimos com as consequências das nossas escolhas, boas ou menos boas e somos os artífices da nossa própria história.
Em “Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas”, diz-nos Allan Kardec, acerca do livre-arbítrio:
“LIVRE-ARBÍTRIO – Liberdade moral do homem; faculdade de guiar-se conforme a sua vontade, na realização de seus atos. Ensinam os Espíritos que a alteração das faculdades mentais, por uma causa acidental ou natural constitui o único caso em que o homem se vê privado do livre-arbítrio. Fora disto é sempre senhor de fazer ou não fazer uma coisa. Ele goza dessa liberdade no estado de Espírito e é em virtude dessa faculdade que livremente escolhe a existência e as provas que julga adequadas ao seu adiantamento. Conserva-a no estado corpóreo, a fim de poder lutar contra as mesmas provas.”
O livre-arbítrio está presente em todos nós, embora limitado nos casos mencionados, incluindo os primeiros tempos de vida, na qualidade de encarnados, em que a liberdade de agir é quase nula. Desenvolve-se à medida que as capacidades latentes se desenvolvem, igualmente, tal como nos dizem os Espíritos Superiores em resposta a Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, na questão 844, ao referirem-se às crianças: “Estando seus pensamentos em concordância com o que a sua idade reclama, a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário.”
Quanto a nós, adultos, podem as nossas más tendências constituir atenuantes, nos momentos em que agimos, deixando-nos levar pelo seu impulso?
Auxiliados pelo “O Livro dos Espíritos”, encontramos a resposta.
"845. Não constituem obstáculos ao exercício do livre-arbítrio as predisposições instintivas que o homem já traz consigo ao nascer?"
“- As predisposições instintivas são as do Espírito antes de encarnar. Conforme seja este mais ou menos adiantado, elas podem arrastá-lo à prática de atos repreensíveis, no que será secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas disposições. Não há, porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder.”
Conscientes de que nenhum de nós reencarnou para falhar mas, antes sim para vencer, compreendemos que uma das nossas batalhas interiores é, exactamente, sublimarmos as nossas escolhas e tornarmo-nos, cada vez menos, prisioneiros de escolhas menos corretas. Não é a carne que é fraca mas sim o Espírito.
Deus, no Seu imenso Amor e na Sua Misericórdia, mostrou-nos o conceito de Justiça, também quando nos dotou de livre-arbítrio para que possamos ser os autores do nosso caminho, tendo o mérito ou o demérito das nossas ações.
Allan Kardec, diz-nos ainda, sobre o livre-arbítrio, em “O Livro dos Espíritos”:
“872. A questão do livre-arbítrio se pode resumir assim: o homem não é fatalmente levado ao mal; os atos que pratica não foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam de uma sentença do destino. Ele pode, por prova e por expiação, escolher uma existência em que seja incitado ao crime, quer sobrevenham, mas será sempre livre de agir ou não agir. Assim, o livre-arbítrio existe para ele, quando no estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência e das provas e, como encarnado, na faculdade de ceder ou de resistir aos arrastamentos a que todos nos submetemos voluntariamente. Cabe à educação combater essas más tendências. Ela terá êxito nesse combate quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene.”
O desafio é para que o nosso coração possa fortalecer-se, mais e melhor, tornando-se persistente no bem e no belo, com Jesus. Quanto aos atos e decisões, perguntemo-nos: “O que Jesus gostaria que eu fizesse, neste momento?”
Sabemos que nem sempre conseguiremos utilizar o livre-arbítrio de forma correta, mas Deus observa os momentos em que ainda falhamos, bem como o esforço que já fazemos para melhor agir.
De pequenas vitórias em pequenas vitórias, venceremos, pois é essa a vontade de Jesus, pela certa.
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