terça-feira, 25 de agosto de 2020

MEDIUNIDADE EM CASA?

Nenhuma descrição de foto disponível.

MEDIUNIDADE EM CASA?

Em tempos de pandemia, muitas casas espíritas estão sem ou com poucas atividades, nas quais se incluem as reuniões mediúnicas.

O que nos diz a Doutrina Espírita acerca do propósito de uma reunião mediúnica?
Ela ocorre para que o intercâmbio entre os dois planos ocorra, contribuindo, assim, para a mudança para melhor de todos os seus envolvidos.
Na ausência desta atividade, alguns propõem-se a realizá-la em casa. É sobre os perigos de situações desta natureza que a mensagem que transcrevemos nos alerta.
Ela vem inserida na "Revista Espírita", de Allan Kardec, em Fevereiro de 1863:

“Uma família fazia evocações com um ardor desenfreado, arrastada por um Espírito que nos foi assinalado como muito perigoso. Era um de seus parentes, falecido depois de uma vida pouco decente e marcada, em seu final, por vários anos de alienação mental. Sob nome fictício, por surpreendentes provas mecânicas, belas promessas e conselhos de uma moralidade sem reservas, tinha conseguido de tal modo fascinar aquela gente muito crédula, que submetia todos às suas exigências e os obrigava aos atos mais excêntricos. Não podendo mais satisfazer a todos os seus desejos, pediram o nosso conselho e tivemos muito trabalho para dissuadi-los e provar-lhes que tratavam com um Espírito da pior espécie. Conseguimo-lo, entretanto, e pudemos obter que eles se abstivessem, ao menos por algum tempo. Desde então a obsessão tomou outro caráter: O Espírito se apoderava completamente do filho mais moço, de quatorze anos, o reduzia ao estado de catalepsia e, por sua boca, solicitava entretenimentos, dava ordens, fazia ameaças. Aconselhamos o mais absoluto mutismo, que foi observado rigorosamente. Os pais entregaram-se às preces e vinham procurar um de nós para assisti-los. O recolhimento e a força de vontade sempre nos deram domínio, em poucos minutos.

Praticamente, hoje, tudo cessou. Esperamos que na casa a ordem suceda a desordem. Longe de se desgostarem do Espiritismo, eles creem mais que nunca, mas creem mais seriamente. Agora eles compreendem sua finalidade e suas consequências morais. Todos compreendem que receberam uma lição. Alguns, uma punição, talvez merecida.

Este exemplo prova, mais uma vez, o inconveniente de nos entregarmos às evocações sem conhecimento de causa e sem objetivo sério. Graças aos conselhos da experiência, que aquelas pessoas escutaram, puderam desembaraçar-se de um inimigo talvez terrível.

Disto ressalta outro ensinamento não menos importante. Aos olhos dos desconhecedores do Espiritismo, o rapaz teria passado por um louco. Não deixariam de lhe dar o tratamento correspondente, que teria possivelmente desenvolvido uma loucura real. Com a assistência de um médico espírita, o mal foi atacado em sua verdadeira causa e não teve consequências."

Em conclusão, devemos ter em atenção três importantes alertas:

- Há perigos na mediunidade e/ou reuniões mediúnicas feitas em casa;
- É necessário usar prudência quando acreditamos na identidade que os Espíritos nos revelam;
- Um Espírito moralmente elevado não dá ordens.

Seja por curiosidade ou por preocupação com a assistência espiritual, o intercâmbio mediúnico em casa oferece perigos.

Este tempo é, para nós, oportunidade para viver e estudar a Doutrina Espírita, trazer até aos nossos lares a prece, o estudo doutrinário, a vivência do Evangelho e, assim, contribuir para a nossa transformação moral, bem como para um bom ambiente vibratório, à nossa volta.
Com este contributo também concorremos, sustentando-a, para a tarefa incessante que os Benfeitores Espirituais realizam em benefício de todos, nos quais também nós estamos incluídos.

Que a elevação seja o nosso caminho, com um responsável, seguro e correto uso de todos os recursos que Deus coloca à nossa disposição!

Sem comentários:

Enviar um comentário