sábado, 22 de agosto de 2020

COMO SERIA A NOSSA ENCARNAÇÃO SE PUDÉSSEMOS CONHECER O FUTURO?

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COMO SERIA A NOSSA ENCARNAÇÃO SE PUDÉSSEMOS CONHECER O FUTURO?


"Em todos os tempos, os homens quiseram conhecer o futuro e o fizeram, dando-se ares de importantes, com os meios inventados pela superstição, para levantar o véu que cobre nosso destino. Escondendo-o, a natureza foi muito sábia. Cada um de nós tem sua missão providencial na grande rede humana e concorre para a obra comum, na sua esfera de atividade. Se soubéssemos antes o fim de cada coisa, não há dúvida de que a harmonia geral seria prejudicada. Um futuro feliz, assegurado, tiraria toda a atividade do Homem, já que não teria necessidade de nenhum esforço para chegar ao fim que se propõe: seu bem-estar. Todas as forças físicas e morais seriam paralisadas e a marcha progressiva da humanidade pararia. A certeza da infelicidade teria as mesmas consequências, pelo efeito do desencorajamento. Cada um renunciaria a lutar contra a sentença definitiva do destino. O conhecimento absoluto do futuro seria, então, um presente funesto que nos conduziria ao dogma da fatalidade, o mais perigoso de todos, o mais antipático ao desenvolvimento das ideias. É essa incerteza sobre o momento de nosso fim aqui embaixo que nos faz trabalhar até o último batimento de nosso coração. O viajante arrastado por um veículo se abandona ao movimento que deve levá-lo ao fim, sem pensar em fazê-lo desviar-se, porque conhece sua impotência. Tal seria o homem que conhecesse seu destino irrevogável. Se os videntes pudessem infringir esta lei da Providência, seriam iguais à divindade. Também não é essa, de forma nenhuma, sua missão."

"Obras Póstumas", Allan Kardec

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