segunda-feira, 31 de agosto de 2020

CELIBATO


CELIBATO


Escolha ou obrigação, este é o caminho de alguns.

O que nos diz a Doutrina Espírita a este respeito?


Reflitamos acerca do que nos diz Allan Kardec, em "O Livro dos Espíritos", acerca deste tema:

"698. O celibato voluntário representa um estado de perfeição meritório aos olhos de Deus?"

“ - Não, e os que assim vivem, por egoísmo, desagradam a Deus e enganam o mundo.”

"699. Da parte de certas pessoas, o celibato não será um sacrifício que fazem com o fim de se votarem, de modo mais completo, ao serviço da Humanidade?"

“- Isso é muito diferente. Eu disse: por egoísmo. Todo sacrifício pessoal é meritório, quando feito para o bem. Quanto maior o sacrifício, tanto maior o mérito.”

[Nota de Allan Kardec] "Não é possível que Deus se contradiga, nem que ache mau o que ele próprio fez. Nenhum mérito, portanto, pode haver na violação da sua lei. Mas, se o celibato, em si mesmo, não é um estado meritório, outro tanto não se dá quando constitui, pela renúncia às alegrias da família, um sacrifício praticado em prol da Humanidade. Todo sacrifício pessoal, tendo em vista o bem e sem qualquer ideia egoísta, eleva o homem acima da sua condição material."

"Tanto é dever de todo o bom espírita..."


"Tanto é dever de todo o bom espírita esclarecer aos que o procuram de boa fé, quanto é inútil discutir com antagonistas de má-fé ou que têm opinião preconcebida, os quais, muitas vezes, estão mais convencidos do que parece, mas não o querem confessar. Com estes toda a polémica é inútil, porque não tem objectivo nem pode resultar em mudança de opinião. Muita gente de boa vontade reclama para que não percamos tempo com os outros."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Maio de 1863

domingo, 30 de agosto de 2020

ADÃO

ADÃO


Há quem diga que tudo começou com Adão, aqui na Terra. Juntamente com Eva, defendem alguns, começou a existência humana, na Terra.
As referências a esse respeito vêm, frequentemente, acompanhadas de inúmeras histórias.

Afinal, quem foi Adão?

É na obra " O Livro dos Espíritos" que Allan Kardec nos esclarece, a este respeito e que aqui transcrevemos:

"50. A espécie humana começou por um único homem?"
" - Não; aquele a quem chamais Adão não foi o primeiro, nem o único a povoar a Terra."

"51. Poderemos saber em que época viveu Adão?"

“ - Mais ou menos na que lhe assinais: cerca de 4.000 anos antes do Cristo.”

O homem cuja tradição se conservou sob o nome de Adão foi dos que sobreviveram, em certa região, a alguns dos grandes cataclismos que revolveram em diversas épocas a superfície do globo, e se constituiu tronco de uma das raças que atualmente o povoam. As leis da natureza se opõem a que os progressos da humanidade, comprovados muito tempo antes do Cristo, se tenham realizado em alguns séculos, como haveria sucedido se o homem não existisse na Terra senão a partir da época indicada para a existência de Adão. Muitos, com mais razão, consideram Adão um mito ou uma alegoria que personifica as primeiras idades do mundo."

"A lei civil não modifica a não ser a superfície..."


"A lei civil não modifica a não ser a superfície. Apenas a lei moral é capaz de penetrar o foro interior da consciência e reformá-lo."

"Obras Póstumas", Allan Kardec

sábado, 29 de agosto de 2020

QUAL O PAPEL DOS PAIS ESPÍRITAS?



QUAL O PAPEL DOS PAIS ESPÍRITAS?


Os pais espíritas devem ter sempre presente que acolheram, nos seus braços, um filho de Deus e que lhes compete, em primeiro lugar, religar este filho ao Criador.
Então: Amar sem limites, limitar por amor.

“Que tipo de cidadão desejamos que o nosso filho seja? Um indivíduo com “bom molejo” corporal e cabeça vazia, ou um ser que cuida do corpo, que aprecia os esportes, que leva uma vida sadia física e espiritualmente, preparando-se para superar os defeitos da sociedade onde se expressa, auxiliando-o a crescer?”

"Educar para ser feliz“, Heloísa Pires

“Estudemos, desde o berço, as tendências que a criança trouxe das suas existências anteriores, apliquemo-nos a desenvolver as boas, a aniquilar as más. Não lhe devemos dar muitas alegrias, pois é necessário habituá-la desde logo à desilusão, para que possa compreender que a vida terrestre é árdua e que não deve contar senão consigo mesma, com seu trabalho, único meio de obter a sua independência e dignidade.”

"Não tentemos desviar dela a ação das leis eternas. Há obstáculos no caminho de cada um de nós.”

“Depois da morte” Léon Denis

“Compreendei neste momento o grande papel da Humanidade! Compreendei que, quando gerais um corpo, a alma que se encarna vem do espaço para progredir.
Tomai conhecimento dos vossos deveres, e ponde todo o vosso amor em aproximar essa alma de Deus: é essa a missão que vos está confiada e da qual recebereis a recompensa, se a cumprirdes fielmente.”

"Vossos cuidados, a educação que lhe derdes, auxiliarão o seu aperfeiçoamento e a sua felicidade futura. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe, Deus perguntará: “Que fizestes da criança confiada à vossa guarda?”

“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec

Reflitamos a este respeito e que cooperemos na obra grandiosa a que fomos chamados a contribuir: a educação moral.

"Admiremos em tudo a solicitude da Providência..."


"Admiremos em tudo a solicitude da Providência, que vela pelos menores detalhes, e saibamos submeter-nos à sua vontade sem murmúrio, porque ela sabe melhor do que nós o que nos é útil ou prejudicial. Ela é para nós como um bom pai, que nem sempre dá a seu filho o que ele deseja."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Agosto de 1866

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

O ESPÍRITO DE UM ANIMAL PODE SER EVOCADO?

Nenhuma descrição de foto disponível.

O ESPÍRITO DE UM ANIMAL PODE SER EVOCADO?


O que nos diz a Doutrina Espírita, a este respeito?

Encontramos a resposta em "O Livro dos Médiuns", de Allan Kardec, segunda parte, capítulo XXV, "Das evocações", que passamos a transcrever, para nosso esclarecimento e reflexão:

"283. Evocações dos animais

"36 a Pode evocar-se o Espírito de um animal?"

“Depois da morte do animal, o princípio inteligente que nele havia se acha em estado latente e é logo utilizado, por certos Espíritos incumbidos disso, para animar novos seres, em os quais continua ele a obra de sua elaboração. Assim, no mundo dos Espíritos, não há, errantes, Espíritos de animais, porém unicamente Espíritos humanos.”

"a) Como é então que, tendo evocado animais, algumas pessoas hão obtido resposta?"

“ - Evoca um rochedo e ele te responderá. Há sempre uma multidão de Espíritos prontos a tomar a palavra, sob qualquer pretexto.”

"Nota. Pela mesma razão, se se evocar um mito ou uma personagem alegórica, eles responderão, isto é, algum Espírito responderá por eles e lhes tomará o caráter e as maneiras. Alguém teve um dia a ideia de evocar Tartufo e Tartufo veio logo. Mais ainda: falou de Orgon, de Elmira, de Dâmide e de Valéria, de quem deu notícias. Quanto a si próprio, imitou o hipócrita com tanta arte que se diria o próprio Tartufo, se este houvera existido. Disse mais tarde ser o Espírito de um ator que desempenhara esse papel. Os Espíritos levianos se aproveitam sempre da inexperiência dos interrogantes; guardam-se, porém, de dirigir-se aos que eles sabem bastante esclarecidos para lhes descobrir as imposturas e que não lhes dariam crédito aos contos. O mesmo sucede entre os homens. Um senhor tinha em seu jardim um ninho de pintassilgos, pelos quais se interessava muito. Certo dia, desapareceu o ninho. Tendo-se certificado de que ninguém da sua casa era culpado do delito, como fosse ele médium, teve a ideia de evocar a mãe das avezinhas. Ela veio e lhe disse em muito bom francês: “A ninguém acuses e tranquiliza-te quanto à sorte de meus filhinhos; foi o gato que, saltando, derribou o ninho; encontrá-lo-ás debaixo dos arbustos, assim como os passarinhos, que não foram comidos.” Feita a verificação, reconheceu ele exato o que lhe fora dito.

Dever-se-á concluir ter sido o pássaro quem respondeu? Certamente que não, mas apenas um Espírito que conhecia a história. Isso prova quanto se deve desconfiar das aparências e quanto é preciosa a resposta acima: evoca um rochedo e ele te responderá."

"Deus não é um tirano cruel e vingativo..."


"Deus não é um tirano cruel e vingativo, que pune um instante de desvario com torturas eternas, mas um pai bom e misericordioso, que vela por seus filhos extraviados com uma solicitude incessante, procurando atraí-los a si por uma série de provas destinadas a lavá-los de toda a mácula. Não está escrito que Deus não quer a morte do pecador, mas a sua conversão?"

"Revista Espírita", Allan Kardec - Fevereiro de 1863

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

O QUE GOSTARIA JESUS QUE EU FIZESSE?

 A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas em pé

O QUE GOSTARIA JESUS QUE EU FIZESSE?


A partir do momento em que existe vontade de agir, experimenta-se a liberdade, naturalmente condicionada, que o livre-arbítrio oferece.
Não obstante, seguimos com as consequências das nossas escolhas, boas ou menos boas e somos os artífices da nossa própria história.

Em “Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas”, diz-nos Allan Kardec, acerca do livre-arbítrio:

“LIVRE-ARBÍTRIO – Liberdade moral do homem; faculdade de guiar-se conforme a sua vontade, na realização de seus atos. Ensinam os Espíritos que a alteração das faculdades mentais, por uma causa acidental ou natural constitui o único caso em que o homem se vê privado do livre-arbítrio. Fora disto é sempre senhor de fazer ou não fazer uma coisa. Ele goza dessa liberdade no estado de Espírito e é em virtude dessa faculdade que livremente escolhe a existência e as provas que julga adequadas ao seu adiantamento. Conserva-a no estado corpóreo, a fim de poder lutar contra as mesmas provas.”

O livre-arbítrio está presente em todos nós, embora limitado nos casos mencionados, incluindo os primeiros tempos de vida, na qualidade de encarnados, em que a liberdade de agir é quase nula. Desenvolve-se à medida que as capacidades latentes se desenvolvem, igualmente, tal como nos dizem os Espíritos Superiores em resposta a Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, na questão 844, ao referirem-se às crianças: “Estando seus pensamentos em concordância com o que a sua idade reclama, a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário.”

Quanto a nós, adultos, podem as nossas más tendências constituir atenuantes, nos momentos em que agimos, deixando-nos levar pelo seu impulso?

Auxiliados pelo “O Livro dos Espíritos”, encontramos a resposta.

"845. Não constituem obstáculos ao exercício do livre-arbítrio as predisposições instintivas que o homem já traz consigo ao nascer?"

“- As predisposições instintivas são as do Espírito antes de encarnar. Conforme seja este mais ou menos adiantado, elas podem arrastá-lo à prática de atos repreensíveis, no que será secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas disposições. Não há, porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder.”

Conscientes de que nenhum de nós reencarnou para falhar mas, antes sim para vencer, compreendemos que uma das nossas batalhas interiores é, exactamente, sublimarmos as nossas escolhas e tornarmo-nos, cada vez menos, prisioneiros de escolhas menos corretas. Não é a carne que é fraca mas sim o Espírito.

Deus, no Seu imenso Amor e na Sua Misericórdia, mostrou-nos o conceito de Justiça, também quando nos dotou de livre-arbítrio para que possamos ser os autores do nosso caminho, tendo o mérito ou o demérito das nossas ações.

Allan Kardec, diz-nos ainda, sobre o livre-arbítrio, em “O Livro dos Espíritos”:

“872. A questão do livre-arbítrio se pode resumir assim: o homem não é fatalmente levado ao mal; os atos que pratica não foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam de uma sentença do destino. Ele pode, por prova e por expiação, escolher uma existência em que seja incitado ao crime, quer sobrevenham, mas será sempre livre de agir ou não agir. Assim, o livre-arbítrio existe para ele, quando no estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência e das provas e, como encarnado, na faculdade de ceder ou de resistir aos arrastamentos a que todos nos submetemos voluntariamente. Cabe à educação combater essas más tendências. Ela terá êxito nesse combate quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene.”

O desafio é para que o nosso coração possa fortalecer-se, mais e melhor, tornando-se persistente no bem e no belo, com Jesus. Quanto aos atos e decisões, perguntemo-nos: “O que Jesus gostaria que eu fizesse, neste momento?”

Sabemos que nem sempre conseguiremos utilizar o livre-arbítrio de forma correta, mas Deus observa os momentos em que ainda falhamos, bem como o esforço que já fazemos para melhor agir.
De pequenas vitórias em pequenas vitórias, venceremos, pois é essa a vontade de Jesus, pela certa.

"Riam das inúteis declamações..."


"Riam das inúteis declamações: deixem os dissidentes falarem, deixem gritar aqueles que não podem se consolar nem serem os primeiros. Todo esse insignificante barulho não impedirá que o Espiritismo siga o seu caminho. Ele é uma verdade e, como um rio, toda verdade deve seguir seu curso."

"Obras Póstumas", Allan Kardec

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

COMUNICAÇÕES APÓCRIFAS

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e pessoas sentadas

COMUNICAÇÕES APÓCRIFAS


A Doutrina Espírita vem confirmar-nos que há comunicação entre os dois planos da existência, traz-nos instruções para as mesmas, nos quais se incluem importantes alertas.
No capítulo XXXI, de "O Livro dos Médiuns", Allan Kardec fala-nos das comunicações apócrifas.

O que são comunicações apócrifas? Como transcrevemos abaixo, a partir da referida obra, são comunicações absurdas, falsas, com erros dissimulados:

"Comunicações apócrifas"

"Muitas comunicações há, de tal modo absurdas, que, embora assinadas com os mais respeitáveis nomes, o senso comum basta para lhes tornar patente a falsidade. Outras, porém, há, em que o erro, dissimulado entre coisas aproveitáveis, chega a iludir, impedindo às vezes se possa apreendê-lo à primeira vista. Essas comunicações, no entanto, não resistem a um exame sério."

Para reflexão, sugere-se a leitura do conteúdo integral do capítulo citado e referido, onde Allan Kardec integrou alguns exemplos de comunicações com estas características.

"Aquele que assume a tarefa moral de pregar a moral..."



"Aquele que assume a tarefa moral de pregar a moral deve, antes de tudo e acima de tudo, pregá-la pelo exemplo."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Abril de 1863

terça-feira, 25 de agosto de 2020

MEDIUNIDADE EM CASA?

Nenhuma descrição de foto disponível.

MEDIUNIDADE EM CASA?

Em tempos de pandemia, muitas casas espíritas estão sem ou com poucas atividades, nas quais se incluem as reuniões mediúnicas.

O que nos diz a Doutrina Espírita acerca do propósito de uma reunião mediúnica?
Ela ocorre para que o intercâmbio entre os dois planos ocorra, contribuindo, assim, para a mudança para melhor de todos os seus envolvidos.
Na ausência desta atividade, alguns propõem-se a realizá-la em casa. É sobre os perigos de situações desta natureza que a mensagem que transcrevemos nos alerta.
Ela vem inserida na "Revista Espírita", de Allan Kardec, em Fevereiro de 1863:

“Uma família fazia evocações com um ardor desenfreado, arrastada por um Espírito que nos foi assinalado como muito perigoso. Era um de seus parentes, falecido depois de uma vida pouco decente e marcada, em seu final, por vários anos de alienação mental. Sob nome fictício, por surpreendentes provas mecânicas, belas promessas e conselhos de uma moralidade sem reservas, tinha conseguido de tal modo fascinar aquela gente muito crédula, que submetia todos às suas exigências e os obrigava aos atos mais excêntricos. Não podendo mais satisfazer a todos os seus desejos, pediram o nosso conselho e tivemos muito trabalho para dissuadi-los e provar-lhes que tratavam com um Espírito da pior espécie. Conseguimo-lo, entretanto, e pudemos obter que eles se abstivessem, ao menos por algum tempo. Desde então a obsessão tomou outro caráter: O Espírito se apoderava completamente do filho mais moço, de quatorze anos, o reduzia ao estado de catalepsia e, por sua boca, solicitava entretenimentos, dava ordens, fazia ameaças. Aconselhamos o mais absoluto mutismo, que foi observado rigorosamente. Os pais entregaram-se às preces e vinham procurar um de nós para assisti-los. O recolhimento e a força de vontade sempre nos deram domínio, em poucos minutos.

Praticamente, hoje, tudo cessou. Esperamos que na casa a ordem suceda a desordem. Longe de se desgostarem do Espiritismo, eles creem mais que nunca, mas creem mais seriamente. Agora eles compreendem sua finalidade e suas consequências morais. Todos compreendem que receberam uma lição. Alguns, uma punição, talvez merecida.

Este exemplo prova, mais uma vez, o inconveniente de nos entregarmos às evocações sem conhecimento de causa e sem objetivo sério. Graças aos conselhos da experiência, que aquelas pessoas escutaram, puderam desembaraçar-se de um inimigo talvez terrível.

Disto ressalta outro ensinamento não menos importante. Aos olhos dos desconhecedores do Espiritismo, o rapaz teria passado por um louco. Não deixariam de lhe dar o tratamento correspondente, que teria possivelmente desenvolvido uma loucura real. Com a assistência de um médico espírita, o mal foi atacado em sua verdadeira causa e não teve consequências."

Em conclusão, devemos ter em atenção três importantes alertas:

- Há perigos na mediunidade e/ou reuniões mediúnicas feitas em casa;
- É necessário usar prudência quando acreditamos na identidade que os Espíritos nos revelam;
- Um Espírito moralmente elevado não dá ordens.

Seja por curiosidade ou por preocupação com a assistência espiritual, o intercâmbio mediúnico em casa oferece perigos.

Este tempo é, para nós, oportunidade para viver e estudar a Doutrina Espírita, trazer até aos nossos lares a prece, o estudo doutrinário, a vivência do Evangelho e, assim, contribuir para a nossa transformação moral, bem como para um bom ambiente vibratório, à nossa volta.
Com este contributo também concorremos, sustentando-a, para a tarefa incessante que os Benfeitores Espirituais realizam em benefício de todos, nos quais também nós estamos incluídos.

Que a elevação seja o nosso caminho, com um responsável, seguro e correto uso de todos os recursos que Deus coloca à nossa disposição!

"Importa desconfiar das dedicações..."

"Importa desconfiar das dedicações e das generosidades de ostentação, como da veracidade de pessoas que dizem não mentir nunca."

"Obras Póstumas", Allan Kardec

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

O SILÊNCIO É RECOLHIMENTO?

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e ar livre

O SILÊNCIO É RECOLHIMENTO?

A prece com que iniciamos os trabalhos, numa reunião espírita, tem o propósito de facilitar a união de pensamentos, o recolhimento e a ligação a Deus, nosso Pai e Criador, que preside aos destinos de todos nós.
Este momento não é um ritual, pois a Doutrina Espírita não os tem, mas um recurso muito importante e necessário, para melhor podermos participar dessa reunião, dando o melhor de nós e recebendo todo o amparo que nos é dirigido e que ali nos aguarda, através dos Benfeitores Espirituais.
É importante o contributo de todos, pois o trabalho também a todos pertence, independentemente do papel que a cada um compete, na ocasião.
Deste modo, para o êxito da reunião e da assistência espiritual, concorrem todos os ali estão , quer tenham tarefas atribuídas, ou estejam no público.

Não basta estar em silêncio. Há que estar presente com o pensamento e o coração.

Como está a ser a nossa participação nas reuniões da casa espírita? Estaremos a cooperar, ou a complicar?
O nosso silêncio é, verdadeiramente, o necessário recolhimento?

Neste tempo de pandemia, em que muitas casas espíritas se encontram fechadas ou com funcionamento parcial, reflitamos a este respeito e corrijamos o que em nós pode ser melhorado, para que o regresso às atividades ocorra com um maior e melhor contributo, a favor de todos os que ali acorrem, nos quais cada um de nós também está incluído.

Sob o título "O verdadeiro recolhimento", a "Revista Espírita", de Allan Kardec, publicou um importante artigo, em Novembro de 1868 e que serve de base à nossa reflexão, acerca deste tema:

"Sociedade de Paris, 16 de outubro de 1868 - Médium: Sr. Bertrand.)"

"Se pudésseis ver o recolhimento dos Espíritos de todas as ordens que assistem às vossas sessões, e isto durante a leitura de vossas preces, não só ficaríeis tocados, mas ficaríeis envergonhados de ver que o vosso recolhimento, que apenas qualifico de silêncio, está muito longe de aproximar-se do dos Espíritos, um bom número dos quais vos são inferiores. O que chamais de recolhimento durante a leitura de vossas belas preces, é observar um silêncio que ninguém perturba, entretanto, se vossos lábios não se mexem, se vosso corpo está imóvel, vosso Espírito vaga e deixa de lado as sublimes palavras que deveríeis pronunciar do mais profundo do vosso coração, a elas vos assemelhando pelo pensamento.

Vossa matéria observa o silêncio; certamente dizer o contrário seria vos injuriar; mas o vosso Espírito tagarela não o observa, e perturba, nesse instante, por vossos pensamentos diversos, o recolhimento dos Espíritos que vos rodeiam. Ah! Se os vísseis prosternados ante o Eterno, pedindo a realização de cada uma das palavras que ledes, vossa alma ficaria comovida e lamentando sua pouca atenção passada, faria uma volta sobre si mesma e pediria a Deus, de todo coração, a realização dessas mesmas palavras que ela apenas pronunciava com os lábios. Pediríeis aos Espíritos que vos tornásseis dóceis aos seus conselhos. E eu, o Espírito que vos fala, após a leitura de vossas preces, e das palavras que acabo de repetir, poderia assinalar mais de um que daqui sairá muito pouco dócil aos conselhos que acabo de dar e com sentimentos muito pouco caridosos para com seu próximo.

Sem dúvida sou um pouco duro, mas creio não o ser senão para com aqueles que o merecem e cujos pensamentos mais secretos não podem ser escondidos aos Espíritos. Não me dirijo, pois, senão aos que aqui vêm pensando em qualquer outra coisa, menos nas lições que aqui devem buscar e nos sentimentos que aqui devem trazer. Mas os que oram do fundo de sua alma orarão também, após a leitura de minha comunicação, por aqueles que vêm aqui e daqui partem sem haver orado.

Seja como for, peço aos que tiveram a bondade de me escutar com ouvidos atentos, que continuem a pôr em prática os ensinamentos e os conselhos dos Espíritos; a isto os convido no seu interesse, pois eles não sabem tudo quanto podem perder não o fazendo."

DE COURSON.

Que em cada dia busquemos ser o que de melhor há em nós!

"É fácil explicar..."


"É fácil explicar os sofrimentos morais de um homem que, sentindo bater no peito um coração nobre, é obrigado a curvar a sua inteligência à vontade de um indivíduo, do qual um punhado de escudos, muitas vezes mal adquiridos, constitui todo o mérito e todo o saber."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Abril de 1863

domingo, 23 de agosto de 2020

A FELICIDADE DOS ESPÍRITAS

A imagem pode conter: interiores

A FELICIDADE DOS ESPÍRITAS

Ao espírita, Deus não pergunta o que sabe ou que possuí, mas quem é, interiormente.
Desta forma é para o aperfeiçoamento íntimo que todo espírita deve trabalhar, antes de tudo, tendo em vista a conquista suprema: a felicidade.
Uma das maiores felicidades que a Doutrina Espírita nos traz é ensinar-nos a colocar os valores morais acima dos valores materiais, pois estes últimos são transitórios, mutáveis e, por isso mesmo, não oferecem uma felicidade consistente e duradoura.

"A felicidade está na razão do progresso realizado."
"O Céu e o Inferno", Allan Kardec

“O verdadeiro espírita, conhecedor dos princípios sublimes da sua doutrina, é um jardineiro do amor, segundo o poema imortal de Tagore. Dia a dia, ele trabalha os canteiros do seu coração, da sua sensibilidade e da sua inteligência, removendo a terra, extraindo as ervas daninhas e semeando a boa semente das flores evangélicas.”

“Não basta acreditar na sobrevivência e participar de sessões ou ouvir palestras. Kardec assinalou que se conhece o verdadeiro espírita pela sua transformação moral. E essa transformação não se verifica sem o trabalho incessante do homem na modelação de si mesmo.”

“Os Espíritos do Senhor podem auxiliar-nos, mas o trabalho de nossa transformação é principalmente nosso, e deve ser realizado por nós mesmos."

"Algumas religiões nos condenam por essa teoria do esforço próprio, alegando a existência da graça mas Kardec definiu a graça como a força que Deus concede ao homem de boa-vontade, para que vença as suas imperfeições.”

“Sabemos que existe a graça. Mas sabemos, também, que devemos nos colocar em condições de merecê-la, e que isso depende de nós mesmos. Trabalhemos, pois, diariamente, o nosso jardim interno, para sermos espíritas.”

«O Jardineiro do amor», em “O Mistério do Bem e do Mal”, José Herculano Pires

Geralmente, procuramos a felicidade fora de nós mas ela vem de dentro.
Muitos dedicam-se a ações sociais, o que é benéfico mas, por si só, não pode isso constituir fuga para adiar a conquista sobre as lacunas morais que persistem em nós. Uma atividade não substitui a outra.

“Felizes os que hajam dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!”

“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec

“O essencial é que o homem aplique o Espiritismo no seu aperfeiçoamento moral.
O mais é apenas curiosidade estéril e quase sempre orgulhosa, cuja satisfação não o faria avançar sequer um passo. O único meio de avançar é tornar-se melhor.”

“O Livro dos Médiuns”, Allan Kardec

A verdadeira felicidade significa, em tudo, paz em nós e para o espírita, não basta compreender bem o Espiritismo mas principalmente bem senti-lo.

"É um grave erro crer-se obrigado a publicar tudo quanto..."



"É um grave erro crer-se obrigado a publicar tudo quanto ditam os Espíritos, porque, se os há bons e esclarecidos, também os há maus e ignorantes.
É preciso semear, sem dúvida, mas semear a boa semente e em tempo oportuno."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Março de 1863

sábado, 22 de agosto de 2020

COMO SERIA A NOSSA ENCARNAÇÃO SE PUDÉSSEMOS CONHECER O FUTURO?

 A imagem pode conter: nuvem, céu, ar livre, natureza e água

COMO SERIA A NOSSA ENCARNAÇÃO SE PUDÉSSEMOS CONHECER O FUTURO?


"Em todos os tempos, os homens quiseram conhecer o futuro e o fizeram, dando-se ares de importantes, com os meios inventados pela superstição, para levantar o véu que cobre nosso destino. Escondendo-o, a natureza foi muito sábia. Cada um de nós tem sua missão providencial na grande rede humana e concorre para a obra comum, na sua esfera de atividade. Se soubéssemos antes o fim de cada coisa, não há dúvida de que a harmonia geral seria prejudicada. Um futuro feliz, assegurado, tiraria toda a atividade do Homem, já que não teria necessidade de nenhum esforço para chegar ao fim que se propõe: seu bem-estar. Todas as forças físicas e morais seriam paralisadas e a marcha progressiva da humanidade pararia. A certeza da infelicidade teria as mesmas consequências, pelo efeito do desencorajamento. Cada um renunciaria a lutar contra a sentença definitiva do destino. O conhecimento absoluto do futuro seria, então, um presente funesto que nos conduziria ao dogma da fatalidade, o mais perigoso de todos, o mais antipático ao desenvolvimento das ideias. É essa incerteza sobre o momento de nosso fim aqui embaixo que nos faz trabalhar até o último batimento de nosso coração. O viajante arrastado por um veículo se abandona ao movimento que deve levá-lo ao fim, sem pensar em fazê-lo desviar-se, porque conhece sua impotência. Tal seria o homem que conhecesse seu destino irrevogável. Se os videntes pudessem infringir esta lei da Providência, seriam iguais à divindade. Também não é essa, de forma nenhuma, sua missão."

"Obras Póstumas", Allan Kardec

"O preconceito, num sentido qualquer..."

"O preconceito, num sentido qualquer, é a pior condição para um observador, porque, então, tudo vê e tudo refere do seu ponto de vista, negligenciando o que pode haver de contrário. Certamente não é o meio de chegar à verdade."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Abril de 1863

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

O QUE DAMOS, VERDADEIRAMENTE?


A imagem pode conter: chapéu

O QUE DAMOS, VERDADEIRAMENTE?

No que toca à caridade material, o que damos e qual a razão que nos leva a fazê-lo?

Reflitamos a este respeito, com os exemplos abaixo transcritos e que nos são trazidos por Allan Kardec, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo":

"Dois homens acabavam de morrer. Dissera Deus: Enquanto esses dois homens viverem, deitar-se-ão em sacos diferentes as boas ações de cada um deles, para que por ocasião de sua morte sejam pesadas. Quando ambos chegaram aos últimos momentos, mandou Deus que lhe trouxessem os dois sacos. Um estava cheio, volumoso, atochado, e nele ressoava o metal que o enchia; o outro era pequenino e tão vazio que se podiam contar as moedas que continha.

Este o meu, disse um, reconheço-o; fui rico e dei muito. Este o meu, disse o outro, sempre fui pobre, oh! quase nada tinha para repartir. Mas, oh! surpresa! postos na balança os dois sacos, o mais volumoso se revelou leve, mostrando-se pesado o outro, tanto que fez se elevasse muito o primeiro no prato da balança. Deus, então, disse ao rico: deste muito, é certo, mas deste por ostentação e para que o teu nome figurasse em todos os templos do orgulho e, ao demais, dando, de nada te privaste. Vai para a esquerda e fica satisfeito com o te serem as tuas esmolas contadas por qualquer coisa. Depois, disse ao pobre: Tu deste pouco, meu amigo; mas, cada uma das moedas que estão nesta balança representa uma privação que te impuseste; não deste esmolas, entretanto, praticaste a caridade, e, o que vale muito mais, fizeste a caridade naturalmente, sem cogitar de que te fosse levada em conta; foste indulgente; não te constituíste juiz do teu semelhante; ao contrário, todas as suas ações lhe relevaste: passa à direita e vai receber a tua recompensa. – Um Espírito protetor. (Lião, 1861.)"

"O fim essencial do Espiritismo..."


"O fim essencial do Espiritismo é a destruição das ideias materialistas e o melhoramento moral do homem."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Março de 1863

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

OS QUATRO DEVERES


A imagem pode conter: flor

OS QUATRO DEVERES

A "Revista Espírita" de Novembro de 1861, traz-nos notícias sobre uma ocasião em que Allan Kardec se reuniu com os espíritas de Bordéus.

Nesse evento, foram produzidas importantes reflexões acerca das transformações que o Espiritismo estava a operar naqueles que o iam conhecendo.

Numa das comunicações proferidas, nessa ocasião, encontramos uma importante instrução para todos nós:

"É uma felicidade inefável ter nascido numa época em que podemos ser esclarecidos pelo Espiritismo. Mas não basta conhecer e desfrutar essa felicidade; com a Doutrina, contraímos compromissos que consistem em quatro deveres diferentes: dever de submissão, que nos faça ouvir com docilidade; dever de afeição, que nos faça amar com ternura; dever de zelo, para atender seus interesses com ardor; dever de prática, que nos faça honrá-la por nossas obras."

Submissão, afeição, zelo e prática, estes são os nossos quatro deveres.
E que as nossas obras, principalmente a que realizamos no interior de nós mesmos, seja um hino de gratidão Deus e de felicidade, na construção de um amanhã melhor.

"Deixai que falem, deixai que pensem livremente..."


"Deixai que falem, deixai que pensem livremente: tudo, exceto a felicidade eterna, dura pouco. (...) Permaneça, pois, tranquila e serena a vossa consciência: é o precursor da felicidade celeste."

"Obras Póstumas", Allan Kardec

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

COMO IDENTIFICAR A NATUREZA MORAL DOS ESPÍRITOS?


A imagem pode conter: uma ou mais pessoas

COMO IDENTIFICAR A NATUREZA MORAL DOS ESPÍRITOS?

Esta é uma dúvida pertinente. O seu esclarecimento possibilita-nos identificar essa natureza moral.
Ela constitui, também, um importante contributo para aferirmos a credibilidade das comunicações.
Vejamos o que nos é dito a esse respeito, na obra "O Livro dos Médiuns", sugerindo o estudo alargado e aprofundado deste tema, também na referida obra:

"267. Podem resumir-se nos princípios seguintes os meios de se reconhecer a qualidade dos Espíritos:

1) Não há outro critério senão o bom senso, para se aquilatar do valor dos Espíritos. Absurda será qualquer fórmula que eles próprios deem para esse efeito e não poderá provir de Espíritos superiores.

2) Apreciam-se os Espíritos pela linguagem de que usam e pelas suas ações. Estas se traduzem pelos sentimentos que eles inspiram e pelos conselhos que dão.

3) Admitido que os bons Espíritos só podem dizer e fazer o bem, de um bom Espírito não pode provir o que tenda para o mal.

4) Os Espíritos superiores usam sempre de uma linguagem digna, nobre, elevada, sem eiva de trivialidade; tudo dizem com simplicidade e modéstia, jamais se vangloriam, nem se jactam de seu saber, ou da posição que ocupam entre os outros. A dos Espíritos inferiores ou vulgares sempre algo refletem das paixões humanas. Toda expressão que denote baixeza, pretensão, arrogância, fanfarronice, acrimônia é indício característico de inferioridade e de embuste, se o Espírito se apresenta com um nome respeitável e venerado.

5 ) Não se deve julgar da qualidade do Espírito pela forma material, nem pela correção do estilo. É preciso sondar-lhe o íntimo, analisar-lhe as palavras, pesá-las friamente, maduramente e sem prevenção. Qualquer ofensa à lógica, à razão e à ponderação não pode deixar dúvida sobre a sua procedência, seja qual for o nome com que se ostente o Espírito. (Item 224.)

6) A linguagem dos Espíritos elevados é sempre idêntica, senão quanto à forma, pelo menos quanto ao fundo. Os pensamentos são os mesmos, em qualquer tempo e em todo lugar. Podem ser mais ou menos desenvolvidos, conforme as circunstâncias, as necessidades e as faculdades que encontrem para se comunicar; porém, jamais serão contraditórios. Se duas comunicações, firmadas pelo mesmo nome, se mostram em contradição, uma das duas é evidentemente apócrifa e a verdadeira será aquela em que nada desminta o conhecido caráter da personagem. Sobre duas comunicações assinadas, por exemplo, com o nome de São Vicente de Paulo, uma das quais propendendo para a união e a caridade e a outra tendendo para a discórdia, nenhuma pessoa sensata poderá equivocar-se.

7) Os bons Espíritos só dizem o que sabem; calam-se ou confessam a sua ignorância sobre o que não sabem. Os maus falam de tudo com desassombro, sem se preocuparem com a verdade. Toda heresia científica notória, todo princípio que choque o bom senso, aponta a fraude, desde que o Espírito se dê por ser um Espírito esclarecido.

8) Reconhecem-se ainda os Espíritos levianos pela facilidade com que predizem o futuro e precisam fatos materiais de que não nos é dado ter conhecimento. Os bons Espíritos fazem que as coisas futuras sejam pressentidas, quando esse pressentimento convenha; nunca, porém, determinam datas. A previsão de qualquer acontecimento para uma época determinada é indício de mistificação.

9 ) Os Espíritos superiores se exprimem com simplicidade, sem prolixidade. Têm o estilo conciso, sem exclusão da poesia das ideias e das expressões, claro, inteligível a todos, sem demandar esforço para ser compreendido. Têm a arte de dizer muitas coisas em poucas palavras, porque cada palavra é empregada com exatidão. Os Espíritos inferiores, ou falsos sábios, ocultam sob o empolamento, ou a ênfase, o vazio de suas ideias. Usam de uma linguagem pretensiosa, ridícula ou obscura, à força de quererem pareça profunda.

10) Os bons Espíritos nunca ordenam; não se impõem, aconselham e, se não são escutados, retiram-se. Os maus são imperiosos; dão ordens, querem ser obedecidos e não se afastam, haja o que houver. Todo Espírito que impõe trai a sua inferioridade. São exclusivistas e absolutos em suas opiniões; pretendem ter o privilégio da verdade. Exigem crença cega e jamais apelam para a razão, por saberem que a razão os desmascararia.

11 ) Os bons Espíritos não lisonjeiam; aprovam o bem que é feito, mas sempre com reserva. Os maus prodigalizam exagerados elogios, estimulam o orgulho e a vaidade, mesmo pregando a humildade, e procuram exaltar a importância pessoal daqueles a quem desejam captar.

12) Os Espíritos superiores desprezam, em tudo, as puerilidades da forma. Só os Espíritos vulgares ligam importância a particularidades mesquinhas, incompatíveis com ideias verdadeiramente elevadas. Toda prescrição meticulosa é sinal certo de inferioridade e de fraude, da parte de um Espírito que tome um nome imponente.

13) Deve-se desconfiar dos nomes singulares e ridículos, que alguns Espíritos adotam quando querem impor-se à credulidade; fora soberanamente absurdo tomar a sério semelhantes nomes.

14) Deve-se igualmente desconfiar dos Espíritos que com muita facilidade se apresentam, dando nomes extremamente venerados, e não lhes aceitar o que digam, senão com muita reserva. Aí, sobretudo, é que uma verificação severa se faz indispensável, porquanto isso não passa muitas vezes de uma máscara que eles tomam para dar a crer que se acham em relações íntimas com os Espíritos excelsos. Por esse meio, lisonjeiam a vaidade do médium e dela se aproveitam frequentemente para induzi-lo a atitudes lamentáveis e ridículas.

15 ) Os bons Espíritos são muito escrupulosos no tocante às atitudes que hajam de aconselhar. Elas, qualquer que seja o caso, nunca deixam de objetivar um fim sério e eminentemente útil. Devem, pois, ter-se por suspeitas todas as que não apresentam este caráter, ou sejam condenáveis perante a razão, e cumpre refletir maduramente antes de tomá-las, a fim de evitarem-se mistificações desagradáveis.

16) Também se reconhecem os bons Espíritos pela prudente reserva que guardam sobre todos os assuntos que possam trazer comprometimento. Repugna-lhes desvendar o mal, enquanto aos Espíritos levianos ou malfazejos apraz pô-lo em evidência. Ao passo que os bons procuram atenuar os erros e pregam a indulgência, os maus os exageram e sopram a cizânia, por meio de insinuações pérfidas.

17) Os bons Espíritos só prescrevem o bem. Máxima nenhuma e nenhum conselho que se não conformem estritamente com a pura caridade evangélica podem ser obra de bons Espíritos.

18 ) Jamais os bons Espíritos aconselham senão o que seja perfeitamente racional. Qualquer recomendação que se afaste da linha reta do bom senso, ou das Leis imutáveis da natureza, denuncia um Espírito atrasado e, portanto, pouco merecedor de confiança.

19 ) Os Espíritos maus, ou simplesmente imperfeitos, ainda se traem por indícios materiais, a cujo respeito ninguém se pode enganar. A ação deles sobre o médium é às vezes violenta e provoca movimentos bruscos e intermitentes, uma agitação febril e convulsiva, que destoa da calma e da doçura dos bons Espíritos.

20) Muitas vezes, os Espíritos imperfeitos se aproveitam dos meios de que dispõem, de comunicar-se, para dar conselhos pérfidos. Excitam a desconfiança e a animosidade contra os que lhes são antipáticos. Especialmente os que lhes podem desmascarar as imposturas são objeto da maior animadversão da parte deles. Alvejam os homens fracos, para os induzir ao mal. Empregando alternativamente, para melhor convencê-los, os sofismas, os sarcasmos, as injúrias e até demonstrações materiais do poder oculto de que dispõem, se empenham em desviá-los da senda da verdade.

21) Os Espíritos dos que na Terra tiveram uma única preocupação, material ou moral, se se não desprenderam da influência da matéria, continuam sob o império das ideias terrenas e trazem consigo uma parte dos preconceitos, das predileções e mesmo das manias que tinham neste mundo. Fácil é isso de reconhecer-se pela linguagem de que se servem.

22 ) Os conhecimentos de que alguns Espíritos se enfeitam, às vezes, com uma espécie de ostentação, não constituem sinal da superioridade deles. A inalterável pureza dos sentimentos morais é, a esse respeito, a verdadeira pedra de toque.

23 ) Não basta se interrogue um Espírito para conhecer-se a verdade. Precisamos, antes de tudo, saber a quem nos dirigimos; porquanto, os Espíritos inferiores, ignorantes que são, tratam frivolamente das questões mais sérias. Também não basta que um Espírito tenha sido na Terra um grande homem, para que, no mundo espírita, se ache de posse da soberana ciência. Só a virtude pode, purificando-o, aproximá-lo de Deus e dilatar-lhe os conhecimentos.

24) Da parte dos Espíritos superiores, o gracejo é muitas vezes fino e vivo, nunca, porém, trivial. Nos Espíritos zombadores, quando não são grosseiros, a sátira mordaz é, não raro, muito apropositada.

25 ) Estudando-se cuidadosamente o caráter dos Espíritos que se apresentam, sobretudo do ponto de vista moral, reconhecem-se-lhes a natureza e o grau de confiança que devem merecer. O bom senso não poderia enganar.

26 ) Para julgar os Espíritos, como para julgar os homens, é preciso, primeiro, que cada um saiba julgar-se a si mesmo. Muita gente há, infelizmente, que toma suas próprias opiniões pessoais como paradigma exclusivo do bom e do mau, do verdadeiro e do falso; tudo o que lhes contradiga à maneira de ver, às suas ideias e ao sistema que conceberam, ou adotaram, lhes parece mau. A semelhante gente evidentemente falta a qualidade primacial para uma apreciação sã: a retidão do juízo. Disso, porém, nem suspeitam. É o defeito sobre que mais se iludem os homens.

Todas estas instruções decorrem da experiência e dos ensinos dos Espíritos."

"Nunca seria demais recomendar aos espíritas..."


"Nunca seria demais recomendar aos espíritas que refletissem maduramente antes de agir."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Março de 1863

terça-feira, 18 de agosto de 2020

HÁ PARAÍSO? HÁ INFERNO? HÁ PURGATÓRIO?


A imagem pode conter: céu, nuvem, natureza e ar livre

HÁ PARAÍSO?
HÁ INFERNO?
HÁ PURGATÓRIO?

Estas questões são esclarecidas pela Doutrina Espírita, em primeiro lugar em "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, que hoje aqui trazemos, para reflexão.

Sugerimos a posterior leitura refletida deste tema, na obra "O Céu e o Inferno", do mesmo autor.

"PARAÍSO, INFERNO E PURGATÓRIO"

"1012. Haverá no Universo lugares circunscritos para as penas e gozos dos Espíritos, segundo seus merecimentos?

“ - Já respondemos a esta pergunta. As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição dos Espíritos. Cada um tira de si mesmo o princípio de sua felicidade ou de sua desgraça. E como eles estão por toda parte, nenhum lugar circunscrito ou fechado existe especialmente destinado a uma ou outra coisa. Quanto aos encarnados, esses são mais ou menos felizes ou desgraçados, conforme é mais ou menos adiantado o mundo em que habitam.”

"— De acordo, então, com o que vindes de dizer, o inferno e o paraíso não existem, tais como o homem os imagina?"

“ - São simples alegorias: por toda parte há Espíritos ditosos e inditosos. Entretanto, conforme também já dissemos, os Espíritos de uma mesma ordem se reúnem por simpatia; mas podem reunir-se onde queiram, quando são perfeitos.”

[Nota de Allan Kardec ] 'A localização absoluta das regiões das penas e das recompensas só na imaginação do homem existe. Provém da sua tendência a materializar e circunscrever as coisas, cuja essência infinita não lhe é possível compreender."

"1013. Que se deve entender por purgatório?"

“ ' Dores físicas e morais: o tempo da expiação. Quase sempre, na Terra é que fazeis o vosso purgatório e que Deus vos obriga a expiar as vossas faltas.”

[Nota de Allan Kardec ] "O que o homem chama purgatório é igualmente uma alegoria, devendo-se entender como tal, não um lugar determinado, porém o estado dos Espíritos imperfeitos, que se acham em expiação até alcançarem a purificação completa, que os elevará à categoria dos Espíritos bem-aventurados. Operando-se essa purificação por meio das diversas encarnações, o purgatório consiste nas provas da vida corporal."

"1014. Como se explica que Espíritos, cuja superioridade se revela na linguagem de que usam, tenham respondido a pessoas muito sérias, a respeito do inferno e do purgatório, de conformidade com as idéias correntes?"

“ - É que falam uma linguagem que possa ser compreendida pelas pessoas que os interrogam. Quando estas se mostram imbuídas de certas idéias, eles evitam chocá-las muito bruscamente, a fim de lhes não ferir as convicções. Se um Espírito dissesse a um muçulmano, sem precauções oratórias, que Maomet não foi profeta, seria muito mal acolhido.”

"— Concebe-se que assim procedam os Espíritos que nos querem instruir. Como, porém, se explica que, interrogados acerca da situação em que se achavam, alguns Espíritos tenham respondido que sofriam as torturas do inferno ou do purgatório?"

“Quando são inferiores e ainda não completamente desmaterializados, os Espíritos conservam uma parte de suas idéias terrenas e, para dar suas impressões, se servem dos termos que lhes são familiares. Acham-se num meio que só imperfeitamente lhes permite sondar o futuro. Essa a causa de alguns Espíritos errantes, ou recém-desencarnados, falarem como o fariam se estivessem encarnados. Inferno se pode traduzir por uma vida de provações, extremamente dolorosa, com a incerteza de haver outra melhor; purgatório, por uma vida também de provações, mas com a consciência de melhor futuro. Quando experimentas uma grande dor, não costumas dizer que sofres como um danado? Tudo isso são apenas palavras e sempre ditas em sentido figurado.”

"1015. Que se deve entender por — uma alma a penar?"

“ - Uma alma errante e sofredora, incerta de seu futuro e à qual podeis proporcionar o alívio, que muitas vezes solicita, vindo comunicar-se convosco.”

"1016. Em que sentido se deve entender a palavra céu?"

“ - Julgas que seja um lugar, como os campos Elíseos dos antigos, onde todos os bons Espíritos estão promiscuamente aglomerados, sem outra preocupação que a de gozar, pela eternidade toda, de uma felicidade passiva? Não; é o espaço universal; são os planetas, as estrelas e todos os mundos superiores, onde os Espíritos gozam plenamente de suas faculdades, sem as tribulações da vida material, nem as angústias peculiares à inferioridade.”

"1017. Alguns Espíritos disseram estar habitando o quarto, o quinto céus, etc. Que queriam dizer com isso?"

“ - Perguntando-lhes que céu habitam, é que formais idéia de muitos céus dispostos como os andares de uma casa. Eles, então, respondem de acordo com a vossa linguagem. Mas, por estas palavras — quarto e quinto céus — exprimem diferentes graus de purificação e, por conseguinte, de felicidade. É exatamente como quando se pergunta a um Espírito se está no inferno. Se for desgraçado, dirá — sim, porque, para ele, inferno é sinônimo de sofrimento. Sabe, porém, muito bem que não é uma fornalha. Um pagão diria estar no Tártaro.”

[Nota de Allan Kardec ] "O mesmo ocorre com outras expressões análogas, tais como: cidade das flores, cidade dos eleitos, primeira, segunda, ou terceira esfera, etc., que apenas são alegorias usadas por alguns Espíritos, quer como figuras, quer, algumas vezes, por ignorância da realidade das coisas, e até das mais simples noções científicas.

De acordo com a idéia restrita que se fazia outrora dos lugares das penas e das recompensas e, sobretudo, de acordo com a opinião de que a Terra era o centro do Universo, de que o firmamento formava uma abóbada e que havia uma região das estrelas, o céu era situado no alto e o inferno embaixo. Daí as expressões: subir ao céu, estar no mais alto dos céus, ser precipitado nos infernos. Hoje, que a Ciência demonstrou ser a Terra apenas, entre tantos milhões de outros, um dos menores mundos, sem importância especial; que traçou a história da sua formação e lhe descreveu a constituição; que provou ser infinito o espaço, não haver alto nem baixo no Universo, teve-se que renunciar a situar o céu acima das nuvens e o inferno nos lugares inferiores. Quanto ao purgatório, nenhum lugar lhe fora designado. Estava reservado ao Espiritismo dar de tudo isso a explicação mais racional, mais grandiosa e, ao mesmo tempo, mais consoladora para a Humanidade. Pode-se assim dizer que trazemos em nós mesmos o nosso inferno e o nosso paraíso. O purgatório, achamo-lo na encarnação, nas vidas corporais ou físicas."

"1018.Em que sentido se devem entender estas palavras do Cristo: Meu reino não é deste mundo?"

“ - Respondendo assim, o Cristo falava em sentido figurado. Queria dizer que o seu reinado se exerce unicamente sobre os corações puros e desinteressados. Ele está onde quer que domine o amor do bem. Ávidos, porém, das coisas deste mundo e apegados aos bens da Terra, os homens com ele não estão.”

"1019. Poderá jamais implantar-se na Terra o reinado do bem?"

“ - O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. Por meio do progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e dela afastará os maus. Estes, porém, não a deixarão, senão quando daí estejam banidos o orgulho e o egoísmo."

“Predita foi a transformação da Humanidade e vos avizinhais do momento em que se dará, momento cuja chegada apressam todos os homens que auxiliam o progresso. Essa transformação se verificará por meio da encarnação de Espíritos melhores, que constituirão na Terra uma geração nova. Então, os Espíritos dos maus, que a morte vai ceifando dia a dia, e todos os que tentem deter a marcha das coisas serão daí excluídos, pois que viriam a estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam. Irão para mundos novos, menos adiantados, desempenhar missões penosas, trabalhando pelo seu próprio adiantamento, ao mesmo tempo que trabalharão pelo de seus irmãos ainda mais atrasados. Neste banimento de Espíritos da Terra transformada, não percebeis a sublime alegoria do Paraíso perdido e, na vinda do homem para a Terra em semelhantes condições, trazendo em si o gérmen de suas paixões e os vestígios da sua inferioridade primitiva, não descobris a não menos sublime alegoria do pecado original? Considerado deste ponto de vista, o pecado original se prende à natureza ainda imperfeita do homem que, assim, só é responsável por si mesmo, pelas suas próprias faltas e não pelas de seus pais."

“Todos vós, homens de fé e de boa vontade, trabalhai, portanto, com ânimo e zelo na grande obra da regeneração, que colhereis pelo cêntuplo o grão que houverdes semeado. Ai dos que fecham os olhos à luz! Preparam para si mesmos longos séculos de trevas e decepções. Ai dos que fazem dos bens deste mundo a fonte de todas as suas alegrias! Terão que sofrer privações muito mais numerosas do que os gozos de que desfrutaram! Ai, sobretudo, dos egoístas! Não acharão quem os ajude a carregar o fardo de suas misérias.” LUÍS

"Lede certas publicações..."


"Lede certas publicações que se dizem simpáticas à ideia [Espírita], mesmo as que aparentam defendê-la; examinai todos os pensamentos e vede se, às vezes, ao lado de uma aprovação posta à guisa de cobertura e de etiqueta, não descobris, como que lançado ao acaso, um pensamento insidioso, uma insinuação de duplo sentido, um fato relatado de modo ambíguo e que pode ser interpretado num sentido desfavorável. Entre estes, uns são menos velados e, sob o manto do Espiritismo, visam suscitar divisões entre os adeptos."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Março de 1863

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

A ORAÇÃO DOS BENFEITORES ESPIRITUAIS


A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e ar livre

A ORAÇÃO DOS BENFEITORES ESPIRITUAIS

A Doutrina Espírita esclarece-nos e consola-nos.

De facto é mesmo uma âncora nas nossas vidas. Quão maravilhoso é saber que temos Benfeitores Espirituais que nos ajudam e tutelam, mesmo quando nos distanciamos deles.
Ainda assim, não desistem de nós e recorrem à prece respeitando as nossas escolhas, mesmo que sejam equivocadas.

“A finalidade da prece é elevar a nossa alma a Deus.”
“O Evangelho Segundo Espiritismo”, Allan Kardec – Capítulo XXVIII «Coletânea de Preces Espíritas», Item 1

Para além de ser um momento de humildade é, igualmente, de ligação a Deus, a Jesus e aos Benfeitores Espirituais.

Quantas vezes, oramos pelos Benfeitores Espirituais? Pelas suas preces, pelos seus trabalhos? Eles também têm sonhos, dos quais, o nosso êxito espiritual faz parte.

“Qual sucede no Plano dos companheiros, ainda jungidos à veste física, também nós, os desencarnados, sofremos o desafio de rudes problemas que nos são endereçados da Terra, ansiando vê-los definitivamente solucionados, entretanto é preciso conformar as próprias deliberações aos impositivos da vida.”
Emmanuel, em “Mão Marcadas”, Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier - «Assistência Espiritual»

Eles não esquecem aqueles que pertencem ao seu coração e que estão na Terra, muitas vezes a atravessar momentos graves, na sua existência.

“Muitas vezes, trememos diante dos perigos que se nos desdobram à frente de seres amados e outro recurso não identificamos para sossegar-nos a alma senão a prece que nos induz à aceitação da Eterna Sabedoria.”
Emmanuel, em “Mão Marcadas”, Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier - «Assistência Espiritual»

Vêm-nos cair, novamente, em caminhos que já não deviam constituir perigos.
Observam novos comprometimentos adquiridos por nós.
Lamentam a nossa ânsia pelas escolhas equivocadas mas oram, fervorosamente, utilizando o recurso que têm em mãos.

“Afligimo-nos, perante filhos queridos, engodados por terríveis enganos e tudo daríamos de nós, para que se harmonizassem com a realidade, sem perda de tempo, mas é forçoso respeitar-lhes o livre arbítrio e contar com o benefício do desencanto, a fim de que a experiência se lhes amadureça, no âmago do ser, por fruto precioso de segurança.”
Emmanuel, em “Mão Marcadas”, Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier - «Assistência Espiritual»

Eles oram para que vençamos todas as nossas provas, dificuldades, desafios...
Não podem tirar-nos das experiências, eles não podem vivê-las por nós.
Mas estão ao nosso lado, amparando-nos e dando-nos forças.

“Partilhamos a dor de enfermos estremecidos que nos envolvem o pensamento nas vibrações atormentadas dos rogos com que nos aguardam a intervenção e renunciaríamos de pronto, a tudo o que significasse nossa própria alegria para rearticular-lhes a saúde terrestre, entretanto, cabe-nos a obrigação de acalentar-lhes a coragem no sofrimento inevitável às vitórias morais deles mesmos.”
Emmanuel, em “Mão Marcadas”, Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier - «Assistência Espiritual»

Trabalham, inspiram-nos e por nós oram, por forma a que não nos comprometamos ainda mais.
Temem as “fugas” que encontramos para nos distanciarmos do caminho do acerto e, por isso, prosseguem em oração, por muito nos amarem.

"Acompanhamos as provas de amigos inolvidáveis que se arrastam em asfixiantes peregrinações no mundo, e, jubilosos, tomar-lhes-íamos o lugar sob as cruzes que carregam, mas é necessário fortalecer-lhes o ânimo, para que não desfaleçam na luta, único meio que lhes garantirá o próprio resgate para a grande libertação.”
Emmanuel, em “Mão Marcadas”, Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier - «Assistência Espiritual»

Quantas vezes pedem a Deus que Ele possa ampliar a nossa percepção da vida, da verdadeira vida.
Outras vezes pedem a Deus para que durante o sono físico possam conversar connosco para nos alertarem e consolarem.

“Seguimos o curso de acontecimentos desagradáveis, entre irmãos que nos partilham ideais e tarefas, entendendo que qualquer sacrifício justo ser-nos-ia uma benção para furtá-los aos conflitos que lhes ferem a sensibilidade, contudo, é imperioso, de nossa parte, sustentar-lhes as forças, na travessia das crises menores que lhes vergastam o coração no presente...”
Emmanuel, em “Mão Marcadas”, Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier - «Assistência Espiritual»

Quantos perigos são por eles evitados.
Perigos que, muitas vezes, nem sequer chegamos a conhecer.

“Para que se lhes ilumine o aprendizado e se lhes acorde mais vivamente o senso de responsabilidade no dever a cumprir, evitando-se calamidades maiores que cairiam, de futuro, por agentes arrasadores, nas construções espirituais deles próprios.”
Emmanuel, em “Mão Marcadas”, Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier - «Assistência Espiritual»

Assim agem para que vençamos.
Por mais dolorosa que a prova seja, quando a tempestade ruge, eles, estão connosco!

Brotamos lágrimas devido ao fato de algo não ter seguido o rumo que desejavamos e eles alegram-se pela prova vencida.
Uma vez que, o não de Deus hoje é sempre o nosso melhor bem amanhã, tal como Emmanuel nos diz em inúmeras mensagens.

“Todos somos de Deus e pertencemo-nos uns aos outros, no entanto, cada qual de nós estagia mentalmente em sítio diverso da evolução.”
Emmanuel, em “Mão Marcadas”, Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier - «Assistência Espiritual»

Eles respeitam o livre-arbítrio mas oram para que não sejamos insubmissos ou ajamos erradamente nos testes da vida.

Na obra "Alma e coração", Emmanuel diz-nos: “O momento mais áspero de um problema pode ser quando se acha a solução."

“O nosso anjo da guarda, sente-se feliz quando correspondemos à sua solicitude, e sofre quando nos vê sucumbir.”
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec – Capítulo XXVIII «Colectânea de Preces Espíritas», Item 10

Recordam o que foi feito para que a nossa encarnação fosse programada para este momento.
Quantas situações foram e são conjugas para que melhor consigamos vencer a encarnação.
Quantos são chamados para nos socorrer em momentos limite, em momentos graves da existência.

“Os Espíritos não vêm isentar o homem da lei do trabalho: vêm unicamente mostrar-lhe a meta que lhe cumpre atingir e o caminho que a ela conduz, dizendo-lhe: Marcha e chegarás. Encontrarás pedras nos teus passos; mantém-te vigilante e afasta-as tu mesmo. Nós te daremos a força necessária, se quiseres empregá-la.”
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec – Capítulo XXV «Buscai e Achareis», Item 4

Quando estivermos em momento difícil, recordemos que também naquele hora estão vários Benfeitores Espirituais, connosco, em oração.

“Nas dificuldades e lutas que nos são próprias, suplicamos à Infinita Bondade concessões disso ou daquilo, mas só a Infinita Bondade conhece realmente o que necessitamos daquilo ou disso.”
Emmanuel, em “Mão Marcadas”, Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier - «Assistência Espiritual»

“Condicionemos, assim, os próprios desejos à Divina Orientação que dirige o Universo em divino silêncio, porque foi ao reconhecer-nos por enquanto incapazes de querer e saber, acertadamente, o que mais nos convenha à verdadeira felicidade, é que Jesus nos ensinou a sentir e dizer na oração, diante do Pai:
«Seja feita a vossa vontade, tanto na Terra, quanto nos Céus».”
Emmanuel, em “Mão Marcadas”, Autores Diversos/Francisco Cândido Xavier - «Assistência Espiritual»

Oram, assim, para que sejamos resignados à vontade Divina mas que ajamos conforme as suas Leis.
Recordando que a obediência é o consentimento da razão e a resignação é o consentimento do coração.

“Pedi a luz que vos clareie o caminho e ela vos será dada; pedi forças para resistirdes ao mal e as tereis; pedi a assistência dos bons Espíritos e eles virão acompanhar-vos, pedi bons conselhos e eles não vos serão jamais recusados; batei à nossa porta e ela se vos abrirá; mas, pedi sinceramente, com fé, confiança e fervor; apresentai-vos com humildade e não com arrogância.”
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec – Capítulo XXV «Buscai e Achareis», Item 4

“Dos Planos Superiores, os amigos que te antecederam na Pátria Espiritual acompanham-te os triunfos ignorados pelos homens e abençoam-te o suor da paciência nas lutas necessárias; encorajam-te na causa do amor puro e sustentam-te as energias para que as tuas esperanças não desfaleçam; comungam-te as alegrias e as dores, ensinando-te a semear a felicidade nos outros, para que recolhas a felicidade maior; se tropeças estendem-te os braços e, se choras, enxugam-te as lágrimas; sobretudo, esperam-te, confiantes, quando termines a tarefa, para te abraçarem, afetuosos, com a alegria de quem recebe um companheiro querido, de volta ao lar.”
“Justiça Divina”, Emmanuel/Francisco Cândido Xavier - «Viverás para sempre»

Sintamos quão amados somos por todos eles!
Que dos nossos corações possa partir uma vibração de carinho e gratidão na direção desses seres queridos e amorosos que nos ajudam a acertar o passo.
A nossa vitória será também deles!

"Recorrer à mentira para se defender..."


"Recorrer à mentira para se defender é a prova mais forte de que não se têm boas razões para dar, porquanto, se as tivessem, não deixariam de as fazer valer."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Março de 1863

domingo, 16 de agosto de 2020

O EXERCÍCIO DA MEDIUNIDADE PODE PROVOCAR TRANSTORNOS DA SAÚDE E DAS FACULDADES MENTAIS?


A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, céu, oceano e água

O EXERCÍCIO DA MEDIUNIDADE PODE PROVOCAR TRANSTORNOS DA SAÚDE E DAS FACULDADES MENTAIS?

A "Revista Espírita", de Allan Kardec, de Janeiro de 1863, traz-nos uma importante elucidação a este respeito, que passamos a transcrever, para nossa reflexão:

"É de notar que, assim formulada, esta é a pergunta feita pela maioria dos antagonistas do Espiritismo ou, melhor dizendo, em vez de uma pergunta, eles reduzem o princípio a um axioma, afirmando que a mediunidade conduz à loucura. Falamos da loucura real e não desta, mais burlesca que séria, com que gratificam os adeptos. Conceber-se-ia a pergunta da parte de quem acreditasse na existência dos Espíritos e na ação que eles pudessem exercer, porque, para eles, existe algo de real. Mas para os que não acreditam a pergunta é um disparate, porquanto, se nada existe, esse nada não poderá produzir algo. Sendo a tese insustentável, eles se estribam nos perigos da superexcitação cerebral que, em sua opinião, é suficiente para produzir a crença nos Espíritos. Já tratamos desse ponto e a ele não mais voltaremos; apenas perguntamos se já foi feito o cadastro de todos os cérebros transtornados pelo medo do diabo e dos terríveis quadros das torturas do inferno e da danação eterna, e se é mais prejudicial acreditarmos que temos ao nosso lado Espíritos bons e benevolentes, os pais, os amigos e o anjo-da-guarda, do que o demônio."