O QUE FIZESTE DA CRIANÇA QUE DEUS TE CONFIOU?
Temos a responsabilidade ou, até mesmo, o dever de ajudar as nossas crianças a aproximarem-se de Deus ou devemos deixá-las optar?
Hermínio Miranda, aborda esta temática na sua obra "Nossos filhos são Espíritos".
"O que importa é a presença de Deus em nós, claro, mas não apenas isso e sim a nossa consciência de tal presença. E isso começamos a perceber, primeiro, no coração de mães generosas, antes de notar que também em nós ele está. Se lá não conseguimos vê-lo, qualquer que seja a razão, podemos estar certos de que ficará mais difícil encontrá-lo em nós mesmos.”
Os filho que são educados no seio materialista encontram, não raras vezes, maiores dificuldades quando a vida lhes apresenta contrariedades.
Ainda que esses desafios sejam ligeiros, o grau de dificuldade tornar-se-á ainda maior por não terem um suporte moral e cristão que lhes sirva de âncora e de roteiro, também para os momentos graves da existência.
Heloísa Pires, diz-nos em várias das suas obras que temos de preparar os filhos para suportarem corajosamente a vida, caso esta apresente vicissitudes de dureza extrema.
Como fazer esse preparo sem a religação com o Criador?
“A criança deve ser habituada a orar desde o início, de preferência com suas palavras, a seu jeito. Há numerosas oportunidades para isso, em diferentes horas do dia, quando acorda de manhã, quando se deita, à noite, para dormir, quando se prepara para sair à rua, ou se põe à mesa para a refeição, quando alguém da família está doente, ou, simplesmente, para agradecer o privilégio da vida, da saúde, das oportunidades de aprendizado e maturação espiritual. Enfim, são muitas as situações, qualquer que seja a filiação religiosa dos pais. Ore, cada um, dentro do contexto de suas crenças e costumes, judeus, muçulmanos, cristãos, espíritas, budistas. Não importa. Por mais que se esforce tanta gente em achar que é dono de um Deus específico e exclusivo, só há um Deus, pai de todos nós, o que nos faz membros de uma só família universal e, portanto, irmãos e irmãs.”
Então, a questão que se apresenta é: como ensinar as crianças a conversarem com Deus?
Por exemplo: somos espíritas, devemos incutir os princípios nobres do Evangelho de Jesus nos nossos filhos?
Se os consciencializamos dos seus deveres enquanto cidadãos, alunos, filhos, netos, entre outros deveres, porque é que não deveremos ajudá-los a terem consciência dos seus deveres na qualidade de Espíritos imortais?
“Insisto em dizer que a criança deve ser ensinada a orar tão cedo quanto possível, como são ensinados os hábitos de higiene, limpeza, ordem e educação social. São os costumes adquiridos na infância que testemunharão pela vida inteira.
A criança deve sair de casa, para suas primeiras atividades sociais, a partir do jardim de infância, com um mínimo de preparo para resistir aos inevitáveis impactos do desaprendizado que irá enfrentar na rua, na escola, nos meios de transporte.”
A criança necessita de estar preparada para, mais tarde, saber conduzir-se para não enveredar por um caminho de marginalidade.
“Daí a grave responsabilidade de pais, tutores, orientadores e educadores de crianças, que poderão ser estimuladas a dar importante passo à frente, desenvolvendo faculdades e potencialidades que trazem em si mesmas, como também poderão estacionar na ociosidade, ou até mesmo recair em situações que já poderiam ter sido superadas se lhes fossem incutidos os adequados hábitos de vida, as motivações corretas, o sadio propósito de caminhar no sentido da realização pessoal, como espírito, na ampla e luminosa perspectiva do processo evolutivo.”
Não exerçamos pressão para que sejam médicos ou engenheiros se eles estão com dificuldades ou não gostam ou não sentem apetência para essas áreas.
Preocupemo-nos com os estudos, o futuro material mas, acima de tudo, preparemo-los para a vida e para a sua retidão de caráter.
Um dia, deixarão os cargos e as profissões e chegarão à pátria espiritual. Que conquistas levarão?
“Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe, Deus perguntará:
«Que fizestes da criança confiada à vossa guarda?»”
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec
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