domingo, 19 de julho de 2020

Perda prematura de pessoas amadas


PERDA PREMATURA DE PESSOAS AMADAS

Todos os dias, muitas famílias são confrontadas com a perda física de seres amados, indistintamente da idade que estes têm.
A grande maioria de nós não está preparada para a ausência física de quem muito ama e com quem ainda pensava viver muitos sonhos. Incluamos aqui, de igual modo, os que acreditam na imortalidade, pois a gestão íntima da saudade é um grande desafio diário.
Diz-se que a desencarnação de um filho é, frequentemente, a maior aflição experimentada quando estamos encarnados, mas cada um vive a perda física e a saudade de modo próprio e um irmão, um pai, uma mãe, um avô, uma avó e tantos outros laços, consaguíneos ou não, também podem levar qualquer um de nós a senti-la profundamente.

O que nos diz a Doutrina Espírita, a este respeito?

Reflitamos acerca do que nos diz Sanson, através de Allan Kardec, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e que isso traga conforto e esperança, confiantes de que o amor prossegue:

"Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais novos antes dos mais velhos, costumais dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.

Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, a sábia previdência onde pensais divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos advêm, nelas encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis para o último plano.

Crede-me, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Frequentemente, a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra."

"Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida, ao vosso parecer tão cheia de esperanças? Quem vos diz que ela não seria saturada de amarguras? Desdenhais então das esperanças da vida futura, ao ponto de lhe preferirdes as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supondes então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?"

"Mães, sabei que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, a lembrança que deles guardais os transporta de alegria, mas também as vossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.

Vós, que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o porvir que o soberano Senhor prometeu." – Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.)

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