quinta-feira, 23 de julho de 2020

Os momentos de doença são úteis?

      

OS MOMENTOS DE DOENÇA SÃO ÚTEIS?
Todos somos criação de Deus e percorremos um caminho longo na conquista do aperfeiçoamento espiritual, por entre derrotas e vitórias.
Se as vitórias nos enchem de alegria, as derrotas costumam trazer consigo dores e sofrimentos, como consequência.
Nem sempre os momentos de dor ou de sofrimento, nossos ou de outros, são fáceis. Contudo, se ocorrem, alguma causa os produziu, ainda que, no momento, ela não seja lembrada.
Tudo o que Deus permite que aconteça tem um propósito e traz consigo os recursos necessários à vitória em vista. Falamos da vitória do Espírito. Então, para que esta ocorra, somos frequentemente visitados pela prova, pela expiação, através de dificuldades no corpo físico, ou seja, o que habitualmente acontece na doença e suas consequências.
A questão que se coloca é: para quê sofrer, se isso significa, muitas vezes, não só a diminuição ou cessação de atividades úteis e necessárias ao próprio, como o trabalho, podendo mesmo este vir ocasionar adependência de outros?
É que entre muitos outros e inúmeros motivos, não raras vezes, é nesse período que surge a oportunidade de olhar verdadeiramente para si mesmo e modificar, resolvendo e esclarecendo, equívocos, conflitos, problemas , que permitem a pacificação íntima que constrói e eleva.
Por outro lado, para os que partilham e acompanham esses momentos, é tempo de viver o amor ao próximo e talvez, quem sabe, o esquecimento de si mesmo dilatado à grandiosidade da abnegação.
Terminamos com Allan Kardec, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo":
"Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias, apressando-se-lhe o fim?
Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir o homem até à borda do fosso, para daí o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias diversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá enganado nunca em suas previsões?
Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades! Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento.
O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro. – S. Luís. (Paris,1860.)

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