Este tema gera muitas dúvidas e controvérsias.
Muitos atribuem aos animais características que eles não têm, quantas vezes interpretando mal alguns sinais e comportamentos que eles nos dão.
Há que conhecê-los e compreendê-los.
Este é um dever que a todos nós assiste, pelo respeito e pelo amor que merecem.
Consequentemente, devemos ir muito mais além de bem tratá-los, aprofundando quem eles são e estão, de facto.
A obra "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, tem, na sua segunda parte, um capítulo dedicado também aos animais. Trata-se do décimo primeiro capítulo, "Dos três reinos".
Também a "Revista Espírita", de Allan Kardec, nos traz subsídios para este tema, num artigo inserido no mês de Agosto de 1861, dissertação esta feita por um Espírito que nos diz:
“Para começar, entendamo-nos acerca dos nossos fatos.
Que é um médium? É o ser, é o indivíduo que serve aos Espíritos como traço de união, a fim de que estes facilmente possam comunicar-se com os homens, Espíritos encarnados. Por consequência, sem médium, nada de comunicações tangíveis, mentais, escritas, físicas, nem de qualquer espécie.”
Isto significa que para os animais poderem ser médiuns teriam que ter um perispírito semelhante ao nosso, uma vez que a mediunidade pressupõe comunicação de perispírito a perispírito.
“Há um princípio que, disto tenho certeza, é admitido por todos os espíritas; é que os semelhantes agem com e como os seus semelhantes. Ora, quais são os semelhantes dos Espíritos, senão os Espíritos, encarnados ou não? Será preciso repeti-lo incessantemente? Ora, eu vo-lo repetirei ainda: Vosso perispírito e o nosso são tirados do mesmo meio; são de natureza idêntica. Numa palavra, são semelhantes. Possuem uma propriedade de assimilação mais ou menos desenvolvida, de magnetização mais ou menos vigorosa, que nos permite a nós, Espíritos e encarnados, nos pormos em contato pronta e facilmente.”
Desta forma, compreendemos que não podem existir comunicações mediúnicas, com os animais atendendo à óbvia falta de similitude.
“Os Espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis pelos animais, muitas vezes tomados de súbito por esse pavor que vos parece infundado, e que é causado pela vista de um ou vários desses Espíritos mal-intencionados para com os indivíduos presentes ou para com os donos desses animais. Muitas vezes encontrais cavalos que não querem avançar nem recuar ou que empacam ante um obstáculo imaginário. Pois bem! Tende certeza de que o obstáculo imaginário é frequentemente um Espírito ou um grupo de Espíritos que se divertem impedindo-lhes o avanço.”
Os animais podem ter a capacidade de clarividência o que não é o mesmo de mediunidade pois mediunidade pressupõe comunicação e não apenas ver algo.
Por vezes as pessoas notam intranquilidade nos animais, até nos seus lares, de forma súbita e isso pode estar relacionado com o facto de eles estarem a ver algum espírito, achando que é alguém estranho aos habituais elementos na sua vida.
“Repito, não mediunizamos diretamente nem os animais, nem a matéria inerte. Sempre nos é preciso o concurso consciente ou inconsciente de um médium humano, porque nos é necessária a união de fluidos similares, o que não encontramos nos animais, nem na matéria bruta.”
Na obra "O Livro dos Médiuns", de Allan Kardec , no capítulo vigésimo segundo, no item que aborda a questão das evocações dos animais é-nos dito:
“36 a) Como é então que, tendo evocado animais, algumas pessoas hão obtido resposta?
“- Evoca um rochedo e ele te responderá. Há sempre uma multidão de Espíritos prontos a tomar a palavra, sob qualquer pretexto.”
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