segunda-feira, 30 de novembro de 2020

O PRINCÍPIO DAS COISAS


O PRINCÍPIO DAS COISAS

É possível conhecermos o princípio das coisas?
Vejamos o que Allan Kardec nos diz a este respeito, na obra "O Livro dos Espíritos":
"CONHECIMENTO DO PRINCÍPIO DAS COISAS"
"17. É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?"
“ - Não, Deus não permite que ao homem tudo seja revelado neste mundo.”
"18. Penetrará o homem um dia o mistério das coisas que lhe estão ocultas?"
“ - O véu se levanta a seus olhos, à medida que ele se depura; mas, para compreender certas coisas, são-lhe precisas faculdades que ainda não possui.”
"19. Não pode o homem, pelas investigações científicas, penetrar alguns dos segredos da Natureza?"
“ - A Ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas; ele, porém, não pode ultrapassar os limites que Deus estabeleceu.”
[Nota de Allan Kardec] "Quanto mais consegue o homem penetrar nesses mistérios, tanto maior admiração lhe devem causar o poder e a sabedoria do Criador. Entretanto, seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria inteligência o faz joguete da ilusão. Ele amontoa sistemas sobre sistemas e cada dia que passa lhe mostra quantos erros tomou por verdades e quantas verdades rejeitou como erros. São outras tantas decepções para o seu orgulho."
"20. Dado é ao homem receber, sem ser por meio das investigações da Ciência, comunicações de ordem mais elevada acerca do que lhe escapa ao testemunho dos sentidos?"
“ - Sim, se o julgar conveniente, Deus pode revelar o que à ciência não é dado apreender.”
[Nota de Allan Kardec] "Por essas comunicações é que o homem adquire, dentro de certos limites, o conhecimento do seu passado e do seu futuro."

"Uma assembleia é um foco onde irradiam pensamentos..."

"Uma assembleia é um foco onde irradiam pensamentos diversos; é como uma orquestra, um coro de pensamentos, onde cada um produz a sua nota. Disto resulta uma imensidão de correntes e de eflúvios fluídicos, dos quais cada um recebe a impressão pelo sentido espiritual, como num coro musical cada um recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Dezembro de 1864

domingo, 29 de novembro de 2020

OS LIMBOS

OS LIMBOS

O que nos diz a Doutrina Espírita acerca deste tema?

Vamos encontrar esse esclarecimento na obra "O Céu e o Inferno", Allan Kardec:

"8. É verdade que a Igreja admite uma posição especial em casos particulares.

As crianças falecidas em tenra idade, sem fazer mal algum, não podem ser condenadas ao fogo eterno, mas também, não tendo feito bem, não lhes assiste direito à felicidade suprema. Ficam nos limbos, diz-nos a Igreja, nessa situação jamais definida, na qual, se não sofrem, também não gozam da bem-aventurança. Esta, sendo tal sorte irrevogavelmente fixada, fica-lhes defesa para sempre. Tal privação importa, assim, um suplício eterno e tanto mais imerecido, quanto é certo não ter dependido dessas almas que as coisas assim sucedessem. O mesmo se dá quanto ao selvagem que, não tendo recebido a graça do batismo e as luzes da Religião, peca por ignorância, entregue aos instintos naturais. Certo, este não tem a responsabilidade e o mérito cabíveis ao que procede com conhecimento de causa. A simples lógica repele uma tal doutrina em nome da Justiça de Deus, que se contém integralmente nestas palavras do Cristo: “A cada um, segundo as suas obras.” Obras, sim, boas ou más, porém praticadas voluntária e livremente, únicas que comportam responsabilidade. Neste caso não podem estar a criança, o selvagem e tampouco aquele que não foi esclarecido."

"Para aquele que a inveja e o ciúme atacam..."

"Para aquele que a inveja e o ciúme atacam, não há calma, nem repouso possíveis. (...) Não compreendeis que, com as suas paixões, o homem cria para si mesmo suplícios voluntários, tornando-se-lhe a Terra verdadeiro inferno?”

"O Livro dos Espíritos", Allan Kardec

sábado, 28 de novembro de 2020

EXISTE UM MODELO DE VERDADEIRA JUSTIÇA?

EXISTE UM MODELO DE VERDADEIRA JUSTIÇA?

Em tudo, temos exemplos a seguir.
A justiça não é exceção.
Vejamos o que nos diz a obra "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec.
"879. Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza?”
“O do verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porquanto praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.”
"Disse o Cristo: Queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo. No coração do homem imprimiu Deus a regra da verdadeira justiça, fazendo que cada um deseje ver respeitados os seus direitos. Na incerteza de como deva proceder com o seu semelhante, em dada circunstância, trate o homem de saber como quereria que com ele procedessem, em circunstância idêntica. Guia mais seguro do que a própria consciência não lhe podia Deus haver dado.”
“O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec (resposta à questão 876)
“Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais em outrem, não a podereis ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça.”
"O Livro dos Espíritos", Allan Kardec (resposta à questão 919 a.)

"Confia em Deus; inspira aos teus..."

"Confia em Deus; inspira aos teus (...) uma fé sincera, e terás sucesso quase sempre. Nunca te ocupes da recompensa que advirá, ela será além da tua expectativa."

"O Céu e o Inferno", Allan Kardec

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

O NECESSÁRIO E O SUPÉRFLUO

O NECESSÁRIO E O SUPÉRFLUO

Atentemos ao que Allan Kardec nos diz a este respeito, em contexto da obra "O Livro dos Espíritos":
"715. Como pode o homem conhecer o limite do necessário?"
“ - Aquele que é ponderado o conhece por intuição. Muitos só chegam a conhecê-lo por experiência e à sua própria custa.”
"716. Mediante a organização que nos deu, não traçou a Natureza o limite das nossas necessidades?"
“ - Sem dúvida, mas o homem é insaciável. Por meio da organização que lhe deu, a Natureza lhe traçou o limite das necessidades; porém, os vícios lhe alteraram a constituição e lhe criaram necessidades que não são reais.”
"717. Que se há de pensar dos que açambarcam os bens da Terra para se proporcionarem o supérfluo, com prejuízo daqueles a quem falta o necessário?"
“ - Olvidam a lei de Deus e terão que responder pelas privações que houverem causado aos outros.”
[Nota de Allan Kardec] "Nada tem de absoluto o limite entre o necessário e o supérfluo. A Civilização criou necessidades que o selvagem desconhece e os Espíritos que ditaram os preceitos acima não pretendem que o homem civilizado deva viver como o selvagem. Tudo é relativo, cabendo à razão regrar as coisas. A Civilização desenvolve o senso moral e, ao mesmo tempo, o sentimento de caridade, que leva os homens a se prestarem mútuo apoio. Os que vivem à custa das privações dos outros exploram, em seu proveito, os benefícios da Civilização. Desta têm apenas o verniz, como muitos há que da religião só têm a máscara."

"Nada do que adquirimos..."

"Nada do que adquirimos em inteligência, em saber e em moralidade fica perdido."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Novembro de 1864

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

A VINGANÇA, A CALÚNIA


A VINGANÇA, A CALÚNIA

Allan Kardec traz-nos esclarecimentos acerca destes temas, em diferentes obras. Ficamos, hoje, com a mensagem de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", a este respeito, que nos fala da vingança, mas também da calúnia:
"A vingança é um dos últimos remanescentes dos costumes bárbaros que tendem a desaparecer dentre os homens. É, como o duelo, um dos derradeiros vestígios dos hábitos selvagens sob cujos guantes se debatia a Humanidade, no começo da era cristã, razão por que a vingança constitui indício certo do estado de atraso dos homens que a ela se dão e dos Espíritos que ainda as inspirem. Portanto, meus amigos, nunca esse sentimento deve fazer vibrar o coração de quem quer que se diga e proclame espírita. Vingar-se é, bem o sabeis, tão contrário àquela prescrição do Cristo: “Perdoai aos vossos inimigos”, que aquele que se nega a perdoar não somente não é espírita como também não é cristão. A vingança é uma inspiração tanto mais funesta, quanto tem por companheiras assíduas a falsidade e a baixeza. Com efeito, aquele que se entrega a essa fatal e cega paixão quase nunca se vinga a céu aberto. Quando é ele o mais forte, cai qual fera sobre o outro a quem chama seu inimigo, desde que a presença deste último lhe inflame a paixão, a cólera, o ódio. Porém, as mais das vezes assume aparências hipócritas, ocultando nas profundezas do coração os maus sentimentos que o animam. Toma caminhos escusos, segue na sombra o inimigo, que de nada desconfia, e espera o momento azado para sem perigo feri-lo. Esconde-se do outro, espreitando-o de contínuo, prepara-lhe odiosas armadilhas e, em sendo propícia a ocasião, derrama-lhe no copo o veneno. Quando seu ódio não chega a tais extremos, ataca-o então na honra e nas afeições; não recua diante da calúnia, e suas pérfidas insinuações, habilmente espalhadas a todos os ventos, se vão avolumando pelo caminho. Em consequência, quando o perseguido se apresenta nos lugares por onde passou o sopro do perseguidor, espanta-se de dar com semblantes frios, em vez de fisionomias amigas e benevolentes que outrora o acolhiam. Fica estupefato quando mãos que se lhe estendiam, agora se recusam a apertar as suas. Enfim, sente-se aniquilado, ao verificar que os seus mais caros amigos e parentes se afastam e o evitam. Ah! o covarde que se vinga assim é cem vezes mais culpado do que o que enfrenta o seu inimigo e o insulta em plena face.
Fora, pois, com esses costumes selvagens! Fora com esses processos de outros tempos! Todo espírita que ainda hoje pretendesse ter o direito de vingar-se seria indigno de figurar por mais tempo na falange que tem como divisa: Sem caridade não há salvação! Mas, não, não posso deter-me a pensar que um membro da grande família espírita ouse jamais, de futuro, ceder ao impulso da vingança, senão para perdoar. – Júlio Olivier. (Paris, 1862.)"

"Os Espíritos maus farejam..."

"Os Espíritos maus farejam as chagas da alma, como as moscas farejam as chagas do corpo. Assim como se limpa o corpo, para evitar a bicheira, também se deve limpar de suas impurezas a alma, para evitar os maus Espíritos. Vivendo num mundo onde estes pululam, nem sempre as boas qualidades do coração nos põem a salvo de suas tentativas; dão, entretanto, forças para que lhes resistamos."

"O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

OS ANIMAIS SÃO INTELIGENTES?

OS ANIMAIS SÃO INTELIGENTES?

Por vezes, deparamo-nos com determinados atos de animais que parecem denotar uma certa inteligência. Será isso possível?
É a obra "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec que também se dedica à temática do reino animal.
“592. Se comparamos o homem e os animais em relação à inteligência, parece difícil estabelecer a linha de demarcação, porque certos animais têm, nesse terreno, notória superioridade sobre certos homens. Essa linha de demarcação pode ser estabelecida de maneira precisa?”
“- Sobre esses assuntos os vossos filósofos não estão muito de acordo. Uns querem que o homem seja um animal, e outros que o animal seja um homem. Estão todos errados. O homem é um ser à parte, que desce, às vezes, muito baixo ou que pode elevar-se muito alto. No físico, o homem é como os animais e menos bem provido que muitos dentre eles; a Natureza lhes deu tudo aquilo que o homem é obrigado a inventar com a sua inteligência para prover às suas necessidades e à sua conservação.
Seu corpo se destrói como o dos animais, isto é certo, mas o seu Espírito tem um destino que só ele pode compreender, porque só ele é completamente livre.
Pobres homens, que vos rebaixais mais do que os brutos! Não sabeis distinguir-vos deles? Reconhecei o homem pelo pensamento de Deus.”
Comentário de Allan Kardec à questão 593 da obra supracitada:
“- Além do instinto, não se poderia negar a certos animais a prática de atos combinados que denotam a vontade de agir num sentido determinado e de acordo com as circunstâncias.
Há neles, portanto, uma espécie de inteligência mas cujo exercício é mais precisamente concentrado sobre os meios de satisfazer às suas necessidades físicas e proverá sua conservação. Não há entre eles nenhuma criação nenhum melhoramento; qualquer que seja a arte que admiramos em seus trabalhos, aquilo que faziam antigamente é o mesmo que fazem hoje, nem melhor nem pior segundo formas e proposições constantes e invariáveis. Os filhotes separados de sua espécie não deixam de construir o seu ninho de acordo com o mesmo modelo sem terem sido ensinados. Se alguns são suscetíveis de uma certa educação, esse desenvolvimento intelectual, sempre fechado em estreitos limites, é devido à ação do homem sobre uma natureza flexível, pois não fazem nenhum progresso por si mesmos, e esse progresso é efémero, puramente individual, porque o animal, abandonado a si próprio, não tarda a voltar aos limites traçados pela Natureza.”
“601.(..) Nos mundos superiores onde os homens são mais adiantados, os animais também o são, dispondo de meios de comunicação mais desenvolvidos. São, porém, sempre inferiores e submetidos aos homens, sendo, para estes, servidores inteligentes.
Nada há nisso de extraordinário. Suponhamos os nossos animais de maior inteligência, como o cão, o elefante, o cavalo, dotados de uma conformação apropriada aos trabalhos manuais. O que não poderiam fazer sob a direção do homem?”
”602. Os animais progridem, como o homem, por sua própria vontade, ou pela força das coisas?”
“- Pela força das coisas; e é por isso que, para eles, não existe expiação.”
“O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec

"Muitas faltas que cometemos..."


"Muitas faltas que cometemos passam-nos despercebidas. Se, efetivamente, interrogássemos mais amiúde a nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos."

"O Livro dos Espíritos", Allan Kardec

terça-feira, 24 de novembro de 2020

QUAL O PROPÓSITO DA REENCARNAÇÃO?

QUAL O PROPÓSITO DA REENCARNAÇÃO?

Vejamos o que Allan Kardec nos diz a este respeito, na obra "O Livro dos Espíritos":
"OBJETIVO DA ENCARNAÇÃO"
"132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?"
“ - Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
[Nota de Allan Kardec] "A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximar dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza."
"133. Têm necessidade de encarnação os Espíritos que, desde o princípio, seguiram o caminho do bem?"
“ - Todos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos, conseguintemente sem mérito.”
"a) — Mas, então, de que serve aos Espíritos terem seguido o caminho do bem, se isso não os isenta dos sofrimentos da vida corporal?"
“ - Chegam mais depressa ao fim. Demais, as aflições da vida são muitas vezes a conseqüência da imperfeição do Espírito. Quanto menos imperfeições, tanto menos tormentos. Aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem ambicioso, não sofrerá as torturas que se originam desses defeitos.”

"Ah, se todos os homens pudessem saber..."

"Ah, se todos os homens pudessem saber o que há para além da vida, saberiam também quanto custam as consequências do mal!"

"Revista Espírita", Allan Kardec - Outubro de 1864

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

A DESIGUALDADE DAS APTIDÕES

A DESIGUALDADE DAS APTIDÕES

Cada um de nós apresenta diferentes aptidões.
Vejamos o que Allan Kardec nos diz a este respeito, na obra "O Livro dos Espíritos":
"804. Por que não outorgou Deus as mesmas aptidões a todos os homens?"
“ - Deus criou iguais todos os Espíritos, mas cada um destes vive há mais ou menos tempo, e, conseguintemente, tem feito maior ou menor soma de aquisições. A diferença entre eles está na diversidade dos graus da experiência alcançada e da vontade com que obram, vontade que é o livre-arbítrio. Daí o se aperfeiçoarem uns mais rapidamente do que outros, o que lhes dá aptidões diversas. Necessária é a variedade das aptidões, a fim de que cada um possa concorrer para a execução dos desígnios da Providência, no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais. O que um não faz, fá-lo outro. Assim é que cada qual tem seu papel útil a desempenhar. Demais, sendo solidários entre si todos os mundos, necessário se torna que os habitantes dos mundos superiores, que, na sua maioria, foram criados antes do vosso, venham habitá-lo, para vos dar o exemplo.” (361)
"805. Passando de um mundo superior a outro inferior, conserva o Espírito, integralmente, as faculdades adquiridas?"
“ - Sim, já temos dito que o Espírito que progrediu não retrocede. Poderá escolher, no estado de Espírito livre, um invólucro mais grosseiro, ou posição mais precária do que as que já teve, porém tudo isso para lhe servir de ensinamento e ajudá-lo a progredir.” (180)
[Nota de Allan Kardec] "Assim, a diversidade das aptidões entre os homens não deriva da natureza íntima da sua criação, mas do grau de aperfeiçoamento a que tenham chegado os Espíritos encarnados neles. Deus, portanto, não criou faculdades desiguais; permitiu, porém, que os Espíritos em graus diversos de desenvolvimento estivessem em contacto, para que os mais adiantados pudessem auxiliar o progresso dos mais atrasados e também para que os homens, necessitando uns dos outros, compreendessem a lei de caridade que os deve unir."

"Admitamos que o homem nada pudesse fazer contra..."

"Admitamos que o homem nada pudesse fazer contra os outros males; que todas as preces fossem inúteis para livrar-se deles; já não seria muito, poder afastar todos os que decorrem da sua própria conduta?"

"O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec

domingo, 22 de novembro de 2020

O QUE NOS DISSE JESUS AO AFIRMAR: "AS MINHAS PALAVRAS NÃO PASSARÃO"?


O QUE NOS DISSE JESUS AO AFIRMAR: "AS MINHAS PALAVRAS NÃO PASSARÃO"?

É na obra "A Génese", de Allan Kardec que encontramos a resposta que a Doutrina Espírita nos traz:
"24. Então, aproximando-se dele, seus discípulos lhe disseram: “Sabes que, ouvindo o que acabaste de dizer, os fariseus se escandalizaram?” — Ele respondeu: “Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. — Deixa-os; são cegos a conduzir cegos; se um cego guia outro cego, cairão ambos no barranco.” (Mateus, 15:12 a 14.)
25. “O Céu e a Terra passarão, mas as minhas palavras não passarão.” (Mateus, 24:35.)
26. As palavras de Jesus não passarão, porque serão verdadeiras em todos os tempos. Será eterno o seu código de moral, porque consagra as condições do bem que conduz o homem ao seu destino eterno. Mas terão as suas palavras chegado até nós puras de toda ganga e de falsas interpretações? Apreenderam-lhes o espírito todas as seitas cristãs? Nenhuma as terá desviado do verdadeiro sentido, em consequência dos preconceitos e da ignorância das leis da natureza? Nenhuma as transformou em instrumento de dominação, para servir às suas ambições e aos seus interesses materiais, em degrau, não para se elevar ao céu, mas para elevar-se na Terra? Terão todas adotado como regra de proceder a prática das virtudes, prática da qual fez Jesus condição expressa de salvação? Estarão todas isentas das apóstrofes que Ele dirigiu aos fariseus de seu tempo? Todas, finalmente, serão, assim em teoria, como na prática, expressão pura da sua doutrina?
Sendo uma só, e única, a verdade não pode achar-se contida em afirmações contrárias e Jesus não pretendeu imprimir duplo sentido às suas palavras. Se, pois, as diferentes seitas se contradizem; se umas consideram verdadeiro o que outras condenam como heresias, impossível é que todas estejam com a verdade. Se todas houvessem apreendido o sentido verdadeiro do ensino evangélico, todas se teriam encontrado no mesmo terreno e não existiriam seitas.
O que não passará é o verdadeiro sentido das palavras de Jesus; o que passará é o que os homens construíram sobre o sentido falso que deram a essas mesmas palavras. Tendo por missão transmitir aos homens o pensamento de Deus, somente a sua doutrina, em toda a pureza, pode exprimir esse pensamento. Por isso foi que Ele disse: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada."

"Deus fez da felicidade..."

"Deus fez da felicidade o prémio do trabalho e não do favoritismo para que cada um tenha o seu mérito."

"O Céu e o Inferno", Allan Kardec

sábado, 21 de novembro de 2020

NEM SEMPRE NÃO NOS RECORDAMOS DOS SONHOS. PORQUÊ?


NEM SEMPRE NÃO NOS RECORDAMOS DOS SONHOS. PORQUÊ?

Por vezes, sonhamos e conservamos na nossa memória essa lembrança. Noutros momentos, acordamos com uma vaga lembrança do sonho ou, então, sentimos que, naquela noite, não sonhámos.
A que se deve tudo isto?
Vejamos a reflexão que encontramos em "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec e em "Revista Espírita", do mesmo autor.
"403. Por que não nos recordamos sempre dos sonhos?"
"- Nisso que chamais sono só tens o repouso do corpo, porque o Espírito está em movimento. No sono, ele recobra um pouco de sua liberdade e comunica-se com os que lhe são caros, seja neste ou em outros mundos. Mas como o corpo é de matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito, mesmo porque o Espírito não as percebeu pelos órgãos do corpo.”
"O Livro dos Espíritos", Allan Kardec
“Os sonhos são outras tantas provas da continuação da atividade do Espírito. O homem desperto lembra-se de ter sonhado, mas essas lembranças geralmente se tornam vagas ou obscuras pelas vivas impressões que se precipitam subitamente para o Espírito ao despertar, por intermédio dos sentidos. Se mesmo nesse momento ele ignora de que visões se havia ocupado durante o sono, não obstante conserva, no momento de um despertar súbito, a consciência que sua atenção se destacou de alguma coisa que o tinha preocupado, até então, dentro de si mesmo.”
“Revista Espírita”, Allan Kardec - Outubro de 1868
Em suma, conservamos, dentro de nós, as lembranças necessárias, de acordo com a vontade de Deus.

"Não creias que tudo o que sucede..."

"Não creias que tudo o que sucede esteja escrito, como costumam dizer. Um acontecimento qualquer pode ser a consequência de um ato que praticaste por tua livre vontade, de tal sorte que, se não o houvesses praticado, o acontecimento não se teria dado."

"O Livro dos Espíritos", Allan Kardec

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

AO REENCARNARMOS CONSERVAMOS AS CARACTERÍSTICAS MORAIS DE OUTRAS EXISTÊNCIAS?

AO REENCARNARMOS CONSERVAMOS AS CARACTERÍSTICAS MORAIS DE OUTRAS EXISTÊNCIAS?

Em "O Livro dos Espíritos", diz-nos Allan Kardec, a este respeito:
"216. Em suas novas existências conservará o Espírito traços do caráter moral de suas existências anteriores?
“Isso pode dar-se. Mas, melhorando-se, ele muda. Pode também acontecer que sua posição social venha a ser outra. Se de senhor passa a escravo, inteiramente diversos serão os seus gostos e dificilmente o reconheceríeis. Sendo o Espírito sempre o mesmo nas diversas encarnações, podem existir certas analogias entre as suas manifestações, se bem que modificadas pelos hábitos da posição que ocupe, até que um aperfeiçoamento notável lhe haja mudado completamente o caráter, porquanto, de orgulhoso e mau, pode tornar-se humilde e bondoso, se se arrependeu.”

"O mundo estaria mudado singularmente..."

"O mundo estaria mudado singularmente e a vida privada não estaria protegida atrás da personalidade de cada um, se todos os homens pudessem ler no espírito uns dos outros."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Outubro de 1864

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

OS ESPÍRITOS PODEM CONHECER OS NOSSOS PENSAMENTOS?

OS ESPÍRITOS PODEM CONHECER OS NOSSOS PENSAMENTOS?

Vejamos o que nos diz "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, a este respeito:
"FACULDADE, QUE TÊM OS ESPÍRITOS, DE PENETRAR OS NOSSOS PENSAMENTOS"
"456. Vêem os Espíritos tudo o que fazemos?"
" - Podem ver, pois que constantemente vos rodeiam. Cada um, porém, só vê aquilo a que dá atenção. Não se ocupam com o que lhes é indiferente."
"457. Podem os Espíritos conhecer os nossos mais secretos pensamentos?"
" - Muitas vezes chegam a conhecer o que desejaríeis ocultar de vós mesmos. Nem atos, nem pensamentos se lhes podem dissimular."
"a) — Assim, mais fácil nos seria ocultar de uma pessoa viva qualquer coisa, do que a esconder dessa mesma pessoa depois de morta?
Certamente. Quando vos julgais muito ocultos, é comum terdes ao vosso lado uma multidão de Espíritos que vos observam."
"458. Que pensam de nós os Espíritos que nos cercam e observam?"
" - Depende. Os levianos riem das pequenas partidas que vos pregam e zombam das vossas impaciências. Os Espíritos sérios se condoem dos vossos reveses e procuram ajudar-vos."

"Não há uma só das faculdades..."

"Não há uma só das faculdades concedidas ao homem da qual ele não possa abusar, em virtude de seu livro arbítrio. Não é a faculdade que é má em si mesma, mas o uso que dela se faz. Se os homens fossem bons, nenhuma delas seria temível, porque ninguém as usaria para o mal."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Outubro de 1864

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

OS ESPÍRITOS SÃO SENSÍVEIS À MÚSICA?

OS ESPÍRITOS SÃO SENSÍVEIS À MÚSICA?

Os Espíritos também gostam de escutar música?
Quando estamos a apreciar uma composição musical, eles estão junto de nós?
É a obra "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, que nos ajuda nesta questão.
“251. Os Espíritos são sensíveis à música?”
“- Aludes à vossa música?
Que é ela comparada à música celeste?
A esta harmonia de que nada na Terra vos pode dar ideia? Uma está para a outra como o canto do selvagem para uma doce melodia. Não obstante, Espíritos vulgares podem experimentar certo prazer em ouvir a vossa música, por lhes não ser dado ainda compreenderem outra mais sublime. A música possui infinitos encantos para os Espíritos, por terem eles muito desenvolvidas as qualidades sensitivas. Refiro-me à música celeste, que é tudo o que de mais belo e delicado pode a imaginação espiritual conceber.”
“O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec
Quando Paulo de Tarso nos disse que estamos repletos de uma imensidão de testemunhas, alertou-nos para as tendências que o nosso coração ainda possui, necessitadas de sublimação.
O que determina, num dado momento, a natureza dos Espíritos desencarnados que se aproximam de nós, será, naturalmente quem estamos interiormente.
Esta questão em tudo se reflete, até na música.
Se ainda nos comprazemos com tipos de música agressiva, ruidosa e pouco sublime, teremos, certamente, junto de nós, Espíritos que gostam de escutar esse género musical.
Por outro lado, se o nosso coração optar por géneros musicais mais aproximados com a harmonia e tranquilidade, aproximar-se-ão de nós, indubitavelmente, bons Espíritos para nos inspirar e amparar.

"Os nossos maus instintos..."

"Os nossos maus instintos resultam da imperfeição do nosso próprio Espírito e não da nossa organização física; a não ser assim, o homem achar-se-ia isento de toda espécie de responsabilidade."

"O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec

terça-feira, 17 de novembro de 2020

IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS



IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS

E quando Espíritos se fazem passar por quem não são, recorrendo a nomes respeitáveis de Espíritos Superiores?
Diz-nos, a este respeito, Allan Kardec, na obra "O Livro dos Médiuns":
"...como permitem os Espíritos superiores que outros, de baixo escalão, adotem nomes respeitáveis, para induzirem os homens em erro, por meio de máximas não raro perversas?"
“ - Não é com a permissão dos primeiros que estes o fazem. O mesmo não se dá entre vós? Os que desse modo enganam os homens serão punidos, ficai certos, e a punição deles será proporcionada à gravidade da impostura. Ademais, se não fôsseis imperfeitos, não teríeis em torno de vós senão bons Espíritos; se sois enganados, só de vós mesmos vos deveis queixar. Deus permite que assim aconteça, para experimentar a vossa perseverança e o vosso discernimento e para vos ensinar a distinguir a verdade do erro. Se não o fazeis, é que não estais bastante elevados e precisais ainda das lições da experiência.”

"Quando uma coisa está nos desígnios de Deus..."

"Quando uma coisa está nos desígnios de Deus, ela deve realizar-se de qualquer modo, seja por um meio, seja por outro."

"A Génese", Allan Kardec

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

MEIMEI E ARNALDO ROCHA


MEIMEI E ARNALDO ROCHA

Irma de Castro Rocha teve uma curta existência nesta encarnação em que a conhecemos por Meimei.
"A sua infância foi a de uma criança pobre, mas era extremamente modesta e de espírito elevado. Desde criança, era diferente de todos pela sua beleza física e por sua inteligência notável. Era alegre, comunicativa, espirituosa, espontânea e cativava a todos que com que convivia.
Irma cursou com facilidade o ensino primário, matriculando-se, para dar sequência aos seus estudos, na Escola Normal de Itaúna (atual Colégio Estadual). Sua vida seria marcada pela moléstia que sempre a perseguia desde a infância (nefrite crônica), que se manifestou mais acentuadamente na época em que cursava com brilhantismo o 2º Ano Normal. Era considerada a primeira aluna da classe, mas teve que abandonar os estudos. Muito inteligente e ávida de conhecimentos, foi apurando sua cultura através de boa leitura, importante fonte de refinamento do seu espírito.
Na flor de seus 17 anos, Irma de Castro tornou-se uma bela morena clara, alta, com 1,70m de altura e cabelos negros, ondulados e compridos, grandes olhos negros bastante expressivos e vivazes. Aos 20 anos, mudou-se com sua irmã Alaíde para Belo Horizonte. Foi onde conheceu Arnaldo Rocha (então ateu), de quem se tornou grande amiga e, no futuro, esposa."
Conheceu atrozes sofrimentos na área da saúde, que culminaram na sua desencarnação.
Por este motivo, Meimei foi casada por muito pouco tempo com Arnaldo Rocha, mas o casamento de ambos foi construído com bases de um profundo amor.
Arnaldo Rocha, tratava-a por Meimei. Este nome, surgiu a partir da leitura que o casal fez do livro “Momentos em Pequim”, do filósofo Lyn Yutang. No glossário da obra, eles encontram o significado da palavra Meimei – que significa “a noiva bem amada”.
A partir desse momento, Rocha chamava Irma pelo nome atrás referido, mas ninguém a conhecia por esse nome.
Meimei desencarnou, aos 24 anos.
Quando alguém parte para o plano espiritual, principalmente de forma precoce, perguntamos frequentemente:
E os que ficaram no palco da vida, como prosseguem?
Neste caso concreto, como é que Arnaldo Rocha prosseguiu o seu caminho?
Arnaldo Rocha, amparado por Meimei (no plano espiritual) e Francisco Cândido Xavier (no plano físico), saiu da incredulidade e marchou rumo a Jesus, ancorado na Doutrina Espírita.
"Arnaldo Rocha, depois de ficar viúvo, continuava a não acreditar em Deus. Foi convidado a uma sessão espírita a que compareceu com muito esforço e descrença. Ao retornar, sua mãe lhe emprestou “O Livro dos Espíritos”, que leu desordenada e desatenciosamente. Seu irmão deu-lhe o livro “O Problema do Ser do Destino e da Dor”, de Léon Denis, que leu em conjunto com o livro de sua mãe. Passou a se interessar pelos temas, sem, no entanto acreditar em Deus.
Passando a viajar permanentemente a Pedro Leopoldo, berço da simplicidade da família Xavier, recebeu de Meimei, sua querida esposa, as mais belas missivas através da psicografia e da clarividência de Chico Xavier. Arnaldo tornou-se espírita e fundou o Centro Espírita Meimei.
Trabalhador e conselheiro da União Espírita Mineira desde 1946, Arnaldo Rocha foi inseparável amigo de Chico Xavier. Organizador dos livros “Instruções Psicofônicas” e “Vozes do Grande Além” (FEB), e coautor do livro “Chico, Diálogos e Recordações” (UEM)."
Toda esta mudança de conduta de Arnaldo Rocha, bem como todo o trabalho que realizou no seio do Espiritismo, contribuiu para que outros se aproximassem da Doutrina Espírita e também eles modificaram os seus caminhos para melhor.
Endireitou o seu caminho, uma vez que se encaminhou para os valores imperecíveis, mas consigo levou também aqueles que, pelo seu exemplo arrastou.
Podemos, assim, dizer que Arnaldo endireitou muitos caminhos, entre eles o dele.
Tudo isto também significa que nunca estamos sós nem distantes dos que nos assistem, em cada momento da nossa existência, num primeiro momento para que nos ajustemos ao caminho reto e a partir daí para que não o abandonemos e nem mesmo o protelemos.
“Se Deus permite que o véu seja levantado mais cedo para alguns, não é para que esse conhecimento fique estéril em suas mãos, mas para que, pioneiros infatigáveis, eles desbravem as terras incultas.”
“Revista Espírita”, Allan Kardec – Fevereiro de 1868
O caso de Arnaldo Rocha é um caso no meio de tantos outros que podemos aqui trazer, para falar do propósito maior da nossa existência: a elevação do Espírito.
Através do nosso exemplo, divulgamos uma mensagem. Que essa mensagem possa ser de esperança e retidão.
“O Espiritismo é essa voz poderosa que já repercute até as extremidades da Terra; todos a entenderão.”
“Revista Espírita”, Allan Kardec – Fevereiro de 1868 - João Evangelista
Cada virtude que adquirimos tem repercursões em todos aqueles que connosco se relacionam.
Quando um de nós muda de rumo, altera tantas outras vidas. Essa é uma responsabilidade que estamos a aprender.
“O Espiritismo marca a hora solene do despertamento das inteligências, tendo usado de seu livre-arbítrio para se demorar nos caminhos pantanosos.”
“Revista Espírita”, Allan Kardec – Fevereiro de 1868
Será a nossa persistência nesse novo caminho que irá revelar a direção que já estamos a tomar.
Fontes:
- "Revista Espírita", Allan Kardec;
- "Boa Nova", site;
- "FEB", site.