domingo, 7 de fevereiro de 2021

VÍCIO DO JOGO: OS ESPÍRITOS PODEM RESOLVÊ-LO?

VÍCIO DO JOGO:

OS ESPÍRITOS PODEM RESOLVÊ-LO?
Este tema é desenvolvido na obra "Revista Espírita", de Allan Kardec e elucida-nos quanto às dificuldades interiores, mostrando-nos a intransferível solução para as mesmas:
"Um indivíduo que não era espírita, apressamo-nos em dizê-lo, mas que absolutamente não negava a intervenção dos Espíritos, um dia veio fazer-nos esta proposta singular:
“As casas de jogo são profundamente imorais; o meio de extingui-las é provar que se pode lutar contra elas com segurança. Encontrei, por uma nova combinação, um meio infalível de arrebentá-las todas. Quando se virem arruinadas e na impossibilidade de resistir, serão forçadas a fechar, e o mundo será libertado dessa chaga, que é o roubo organizado. Mas para isto é preciso certo capital que estou longe de possuir. Será que, por meio dos Espíritos, não poderíeis indicar a quem me possa dirigir com segurança? Imaginai o efeito que isto produzirá quando se souber que é por meio dos Espíritos que tão grande resultado é obtido! Quem poderá deixar de acreditar? Os mais incrédulos, os mais obstinados deverão render-se à evidência. Como vedes, meu objetivo é muito moral e eu não me aborreceria se na ocasião tivesse o conselho dos Espíritos sobre a minha combinação.”
─ Sem consultar os Espíritos, facilmente vos posso dizer sua opinião. Eis o que eles vos responderiam: “Achais que o ganho nas bancas de jogo é ilícito e um roubo organizado. Para remediar o mal quereis, por um meio infalível, apoderar-vos desse dinheiro mal adquirido. Em outros termos, quereis roubar o ladrão, o que não é mais moral. Temos um outro meio de chegar ao resultado que vos propondes: Em vez de fazer ganharem os jogadores, arruiná-los o mais possível, a fim de desgostá-los. Os desastres causados por essa paixão provocariam o fechamento de mais casas de jogo do que poderiam fazê-lo os jogadores mais felizes. É o excesso do mal que faz abrir os olhos e conduz a reformas salutares, nisto como em todas as coisas. Para propagar a crença no Espiritismo, temos igualmente meios mais eficazes, e sobretudo mais morais: é o bem que ele faz, as consolações que proporciona e a coragem que dá nas aflições. Assim, dizemos a todos os que almejam o progresso da doutrina: Quereis servir utilmente à causa, fazer uma propaganda verdadeiramente frutífera? Mostrai que o Espiritismo vos tornou melhores; fazei que em vos vendo transformados, cada um possa dizer: Eis os milagres dessa crença; é, pois, uma coisa boa. Mas se, ao lado de uma profissão de fé de crentes, vos virem sempre viciados, ambiciosos, odientos, cúpidos, invejosos ou debochados, dareis razão aos que perguntam para que serve o Espiritismo. A verdadeira propaganda de uma doutrina essencialmente moral se faz tocando o coração e não visando a bolsa. Eis por que favorecemos a uns e desiludimos os cálculos de outros.”
"Revista Espírita", Allan Kardec - Julho de 1865

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