domingo, 28 de fevereiro de 2021

PARA QUE SERVE O ESTUDO DO ESPIRITISMO?

PARA QUE SERVE O ESTUDO DO ESPIRITISMO?

Qual é a utilidade em estudarmos a Doutrina Espírita?
A obra "O Que é o Espiritismo", de Allan Kardec, aborda esta temática.
Vejamos:
"100. Ante a incerteza das revelações feitas pelos Espíritos, perguntarão: para que serve, então, o estudo do Espiritismo?
Para provar materialmente a existência do mundo espiritual. Sendo o mundo espiritual formado pelas almas daqueles que viveram, resulta de sua admissão a prova da existência da alma e sua sobrevivência ao corpo.
As almas que se manifestam nos revelam suas alegrias ou seus sofrimentos, segundo o modo por que empregaram o tempo de vida terrena; nisto temos a prova das penas e recompensas futuras.
Descrevendo-nos seu estado e situação, as almas ou Espíritos retificam as ideias falsas que faziam da vida futura e, principalmente, acerca da natureza e duração das penas.
Passando assim a vida futura do estado de teoria vaga e incerta ao de fato conhecido e positivo, aparece a necessidade de trabalhar o mais possível, durante a vida presente, que é tão curta, em proveito da vida futura, que é indefinida.
Suponhamos que um homem de 20 anos tenha a certeza de morrer aos 25 anos; que fará ele nestes cinco anos que lhe restam? trabalhará para o futuro? Certamente que não; procurará gozar o mais possível, acreditando ser uma tolice submeter-se a fadigas e privações, sem proveito. Se, porém, ele tiver a certeza de viver até os 80 anos, seu procedimento será outro, porque então compreenderá a necessidade de sacrificar alguns instantes do repouso atual para assegurar o repouso futuro, durante longos anos. O mesmo se dá com aquele que tem a certeza da vida futura.
A dúvida relativamente a esse ponto conduz naturalmente a tudo sacrificar aos gozos do presente; daí ligar-se excessiva importância aos bens materiais.
A importância que se dá aos bens materiais excita a cobiça, a inveja e o ciúme do que tem pouco contra aquele que tem muito.
Da cobiça ao desejo de adquirir, por qualquer preço, o que o vizinho possui, o passo é simples; daí ódios, querelas, processos, guerras e todos os males engendrados pelo egoísmo.
Com a dúvida sobre o futuro, o homem, acabrunhado nesta vida pelo desgosto e pelo infortúnio, não vê senão na morte o termo dos seus sofrimentos; e assim, nada esperando, procura pelo suicídio a aproximação desse termo. Sem esperança de futuro é natural que o homem seja afetado e se desespere com as decepções por que passa. Os abalos violentos que experimenta repercutem-lhe no cérebro e são a fonte da maioria dos casos de loucura.
Sem a vida futura, a atual se torna para o homem a coisa capital, o único objeto de suas preocupações, ao qual ele tudo subordina; por isso, quer gozar a todo custo, não só os bens materiais como as honrarias; aspira a brilhar, elevar-se acima dos outros, eclipsar os vizinhos por seu fausto e posição; daí a ambição desordenada e a importância que liga aos títulos e a todos os efeitos da vaidade, pelos quais ele é capaz de sacrificar a própria honra, porque nada mais vê além. A certeza da vida futura e de suas consequências muda-lhe totalmente a ordem de ideias e lhe faz ver as coisas por outro prisma; é um véu que se levanta descobrindo imenso e esplêndido horizonte.
Diante da infinidade e grandeza da vida de além-túmulo, a vida terrena some-se, como um segundo na contagem dos séculos, como o grão de areia ao lado de uma montanha. Tudo se torna pequeno, mesquinho, e ficamos pasmos de haver dado importância a coisas tão efêmeras e pueris. Daí, no meio dos acontecimentos da vida, uma calma, uma tranquilidade que já constituem uma felicidade, comparadas às desordens e tormentos a que nos sujeitamos com o fito de nos elevarmos acima dos outros; daí, também, para as vicissitudes e decepções, uma indiferença que, tirando todo motivo de desespero, afasta numerosos casos de loucura e desvia forçosamente o pensamento do suicídio.
Com a certeza do futuro, o homem espera e se resigna; com a dúvida perde a paciência, porque nada espera do presente.
O exame daqueles que já viveram, provando que a soma da felicidade futura está na razão do progresso moral efetuado e do bem que se praticou na Terra; que a soma de desditas está na razão dos vícios e más ações, imprime em quantos estão bem convencidos dessa verdade uma tendência, assaz natural, para fazer o bem e evitar o mal.
Quando a maioria dos homens estiver convencida dessa ideia, quando ela professar esses princípios e praticar o bem, este, impreterivelmente, triunfará do mal aqui na Terra; procurarão os homens não mais se molestarem uns aos outros, regularão suas instituições sociais — tendo em vista o bem de todos, e não o proveito de alguns; em uma palavra, compreenderão que a lei da caridade ensinada pelo Cristo é a fonte da felicidade, mesmo neste mundo, e assim basearão as leis civis sobre as leis da caridade.
A demonstração da existência do mundo espiritual que nos cerca e de sua ação sobre o mundo corporal é a revelação de uma das forças da natureza e, por consequência, a chave de grande número de fenômenos até agora incompreendidos, tanto na ordem física quanto na moral.
Quando a ciência levar em conta essa nova força até hoje desconhecida, retificará imenso número de erros provenientes de atribuir tudo a uma única causa: a matéria. O conhecimento dessa nova causa, nos fenômenos da natureza, será uma alavanca para o progresso, produzirá o efeito da descoberta de um agente inteiramente novo.
Com o auxílio da lei espírita, o horizonte da ciência se alargará, como se alargou com o da lei da gravitação.
Quando do alto de suas cátedras os sábios proclamarem a existência do mundo espiritual e sua participação nos fenômenos da vida, eles infiltrarão na mocidade o contraveneno das ideias materialistas, em vez de predispô-la à negação do futuro.
Nas lições de filosofia clássica, os professores ensinam a existência da alma e seus atributos, segundo as diversas escolas, mas sem apresentar provas materiais.
Não parece estranho que, quando se lhes fornecem as provas que não tinham, eles as repilam e classifiquem de superstições?
Não será isso o mesmo que confessar a seus discípulos que eles lhes ensinam a existência da alma, mas que de tal fato não têm prova alguma?
Quando um sábio emite uma hipótese, sobre um ponto de ciência, procura com empenho e colhe com alegria tudo o que possa demonstrar a veracidade dessa hipótese; como, pois, um professor de filosofia, cujo dever é provar a seus discípulos que eles têm uma alma, despreza os meios de lhes fornecer uma patente demonstração?"
"O Que é o Espiritismo", Allan Kardec

sábado, 27 de fevereiro de 2021

OS ANIMAIS TÊM LIVRE-ARBÍTRIO?

OS ANIMAIS TÊM LIVRE-ARBÍTRIO?

A obra "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, dedica um capítulo aos animais e aos homens, bem como às relações existentes entre ambos.
Será, então, possível terem os animais livre-arbítrio?
"595. Gozam de livre-arbítrio os animais, para a prática dos seus atos?"
“Os animais não são simples máquinas, como supondes. Contudo, a liberdade de ação de que desfrutam é limitada pelas suas necessidades, e não se pode comparar à do homem. Sendo bem inferiores a este, não têm os mesmos deveres que ele. A liberdade, possuem-na restrita aos atos da vida material.”
"O Livro dos Espíritos", Allan Kardec

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

APTIDÕES ESPECIAIS DOS MÉDIUNS

APTIDÕES ESPECIAIS DOS MÉDIUNS

Para além das aptidões da mediunidade habitualmente enumeradas, muitas outras existem de não menor importância.
É "O Livro dos Médiuns", de Allan Kardec que nos fala acerca do assunto:
"...A mediunidade apresenta uma variedade infinita de matizes, que constituem os chamados médiuns especiais, dotados de aptidões particulares, ainda não definidas, abstração feita das qualidades e conhecimentos do Espírito que se manifesta.
A natureza das comunicações guarda sempre relação com a natureza do Espírito e traz o cunho da sua elevação, ou da sua inferioridade, de seu saber, ou de sua ignorância. Mas, em igualdade de merecimento, do ponto de vista hierárquico, há nele incontestavelmente uma propensão para se ocupar de uma coisa preferentemente a outra. Os Espíritos batedores, por exemplo, jamais saem das manifestações físicas e, entre os que dão comunicações inteligentes, há Espíritos poetas, músicos, desenhistas, moralistas, sábios, médicos, etc. Falamos dos Espíritos de mediana categoria, por isso que, chegando eles a um certo grau, as aptidões se confundem na unidade da perfeição. Porém, de par com a aptidão do Espírito, há a do médium, que é, para o primeiro, instrumento mais ou menos cômodo, mais ou menos flexível e no qual descobre ele qualidades particulares que não podemos apreciar.
Façamos uma comparação: um músico muito hábil tem ao seu alcance diversos violinos, que todos, para o vulgo, são bons instrumentos, mas que são muito diferentes uns dos outros para o artista consumado, o qual descobre neles matizes de extrema delicadeza, que o levam a escolher uns e a rejeitar outros, matizes que ele percebe por intuição, visto que não os pode definir. O mesmo se dá com relação aos médiuns. Em igualdade de condições quanto às forças mediúnicas, o Espírito preferirá um ou outro, conforme o gênero da comunicação que queira transmitir. Assim, por exemplo, indivíduos há que, como médiuns, escrevem admiráveis poesias, sendo certo que, em condições ordinárias, jamais puderam ou souberam fazer dois versos; outros, ao contrário, que são poetas e que, como médiuns, nunca puderam escrever senão prosa, mau grado ao desejo que nutrem de escrever poesias. Outro tanto sucede com o desenho, com a música, etc. Alguns há que, sem possuírem de si mesmos conhecimentos científicos, demonstram especial aptidão para receber comunicações eruditas; outros, para os estudos históricos; outros servem mais facilmente de intérpretes aos Espíritos moralistas. Numa palavra, qualquer que seja a maleabilidade do médium, as comunicações que ele com mais facilidade recebe trazem geralmente um cunho especial; alguns existem mesmo que não saem de uma certa ordem de ideias e, quando destas se afastam, só obtêm comunicações incompletas, lacônicas e não raro falsas. Além das causas de aptidão, os Espíritos também se comunicam mais ou menos preferentemente por tal ou qual intermediário, de acordo com as suas simpatias. Assim, em perfeita igualdade de condições, o mesmo Espírito será muito mais explícito com certos médiuns, apenas porque estes lhe convêm mais."

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

O PERCURSO DA FÉ

O PERCURSO DA FÉ

Como nasce a fé? Que culminâncias pode atingir?
Vejamos um artigo da obra "Revista Espírita", de Allan Kardec:
"A fé plana sobre a Terra, buscando uma pousada onde abrigar-se, buscando um coração para esclarecer. Onde irá ela?... Para começar, ela entrará na alma do homem primitivo e impor-se-á; porá um véu momentâneo sobre a razão que começa a desenvolver-se e vacila nas trevas do espírito. Ela conduzi-lo-á através das idades da simplicidade e far-se-á mestra pelas revelações. Mas, não estando ainda o raciocínio bastante amadurecido para discernir o que é justo do que é falso, para julgar o que vem de Deus, ela arrastará o homem para fora do reto caminho, tomando-o pela mão e pondo-lhe uma venda nos olhos. Muitos desvios, tal deve ser a divisa da fé cega que, entretanto, durante muito tempo teve sua utilidade e sua razão de ser.
Esta virtude desaparece quando a alma, pressentindo que pode ver com seus próprios olhos, a afasta e não mais quer marchar senão com a sua razão. Esta a ajuda a desfazer-se das crenças falsas que ela havia adotado sem exame. Nisto ela é boa. Mas o homem, encontrando em seu caminho muitos mistérios e verdades obscuras, quer desvendá-las e se atrapalha. Seu julgamento não pode acompanhá-la; ele quer ir muito depressa e a progressão em tudo deve ser gradual. Assim, não tem mais a fé que repeliu; não tem mais a razão que ele quis ultrapassar. Então ele faz como as borboletas temerárias; queima as asas na luz e se perde nos desvios impossíveis. Daí saiu a má filosofia que, buscando muito, fez tudo esboroar-se e nada substituiu.
Estava aí o momento da transformação. O homem não era mais o crente cego; também ainda não era o crente que racionaliza a crença; era a crise universal tão bem representada pelo estado da crisálida.
À força de procurar na noite, a claridade brilha, e muitas almas transviadas, encontrando com dificuldade a luz obscurecida por tantos desvios inúteis e retomando como guias seus condutores eternos: a fé e a razão, fazem-nos marchar à sua frente, a fim de que seus dois clarões reunidos impeçam-nos de perder-se uma segunda vez. Elas fazem assentar a fé sobre as bases sólidas da razão, ela própria ajudada pela inspiração.
É vossa oportunidade, meus amigos. Segui o caminho. Deus está no fim."
DEMEURE
"Revista Espírita", Allan Kardec - Agosto de 1865

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

"A alma que entreviu os esplendores..."

"A alma que entreviu os esplendores da eterna verdade não pode recuar; mas, fiel à atração divina que a quer aproximar do foco da justiça, da ciência e do amor, segue seu caminho sem mais se desviar."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Setembro de 1865

O TEMPO PERDIDO

O TEMPO PERDIDO

Na "Revista Espírita" de Novembro de 1860, Allan Kardec inseriu um artigo com este título e que aborda a utilização do tempo.
"O TEMPO PERDIDO"
(MÉDIUM, SRTA. HUET)
"Se, por um instante, pudésseis refletir sobre a perda de tempo, mas refletir muito seriamente e calcular o imenso erro que cometeis, veríeis quanto esta hora, este minuto escoado inutilmente e que não podereis recuperar, poderia ser necessário ao vosso bem futuro. Nem todos os tesouros da Terra vo-lo poderiam devolver, E se o passastes mal, um dia sereis obrigado a repará-lo pela expiação, e, talvez, de maneira terrível! Que não daríeis então para recuperar esse tempo perdido! Votos inúteis; pesares supérfluos! Assim, pensai bem nisto, está no vosso interesse futuro e, mesmo, presente. Porque muitas vezes os pesares nos atingem mesmo na Terra. Quando Deus vos pedir contas da existência que vos deu, da missão que tínheis de cumprir, que lhe respondereis? Sereis como o enviado de um soberano que, longe de cumprir as ordens de seu superior, passasse o tempo a divertir-se e absolutamente não se ocupasse do negócio para o qual foi credenciado, Em que responsabilidade não incorreria à sua volta? Aqui sois enviados de Deus e tereis que prestar contas do tempo passado com os vossos irmãos. Eu vos recomendo esta meditação.
Massillon"

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

TRANSFORMAÇÃO MORAL

TRANSFORMAÇÃO MORAL

A possibilidade de mudança de conduta é acessível a todos nós.
A questão que se coloca é: será que a nossa vontade está alicerçada na firmeza necessária para a mudança?
Vejamos a reflexão que a obra "A Génese", de Allan Kardec, nos apresenta.
"Deus, todo bondade, pôs o remédio ao lado do mal, isto é, faz que do próprio mal saia o remédio. Um momento chega em que o excesso do mal moral se torna intolerável e impõe ao homem a necessidade de mudar de vida. Instruído pela experiência, ele se sente compelido a procurar no bem o remédio, sempre por efeito do seu livre-arbítrio. Quando toma melhor caminho, é por sua vontade e porque reconheceu os inconvenientes do outro. A necessidade, pois, o constrange a melhorar-se moralmente, para ser mais feliz, do mesmo modo que o constrangeu a melhorar as condições materiais da sua existência."
"A Génese", Allan Kardec

domingo, 21 de fevereiro de 2021

ERIC STANISLAC: UM ESPÍRITO QUE SE ARREPENDEU E VOLVEU OS OLHOS PARA DEUS

ERIC STANISLAC:

UM ESPÍRITO QUE SE ARREPENDEU E VOLVEU OS OLHOS PARA DEUS
Trata-se de um Espírito em condição mediana. Allan Kardec inseriu esta sua comunicação espontânea na obra "O Céu e o Inferno":
"Eric Stanislas (Comunicação espontânea. Sociedade de Paris, agosto de 1863.)
“Que ventura nos proporcionam as emoções vivamente sentidas por calorosos corações! Oh! suaves pensamentos que vindes abrir o caminho da salvação a tudo que vive, que respira material e espiritualmente. Não deixe jamais o bálsamo consolador de derramar-se profusamente sobre vós e sobre nós! De que expressões nos servirmos, que traduzam a felicidade dos irmãos desencarnados ao perscrutarem o amor que une a todos? Ah! irmãos, quanto bem por toda parte, que de sentimentos suaves, elevados e simples como vós, como a vossa Doutrina, sois chamados a implantar ao longo da estrada a percorrer, mas também quanto vos será outorgado antes mesmo de terdes adquirido direitos! Assisti a tudo quanto se passou esta noite; ouvi, compreendi e vou procurar a meu nuto cumprir o meu dever e instruir a classe dos Espíritos imperfeitos. Ouvi: eu estava longe de ser feliz; abismado na imensidade, no infinito, os meus padecimentos eram tanto mais intensos, quanto difícil me era o compreendê-los. Bendito seja Deus, que me permitiu vir a um santuário, que não pode ser franqueado impunemente pelos maus. Amigos, quanto vos agradeço, quanto de forças entre vós recobrei! Ó homens de bem, reuni-vos constantemente; estudai, uma vez que não podeis duvidar dos frutos das reuniões sérias; os Espíritos que têm muito ainda a aprender, os que ficam voluntariamente inativos, preguiçosos e esquecidos dos seus deveres, podem encontrar-se, em virtude de circunstâncias fortuitas ou não, aí entre vós; e então, fortemente tocados, quantas vezes lhes é dado, reconhecendo-se, entreverem o fim, o objetivo cobiçado, ao mesmo tempo que procurarem, fortes pelo exemplo que lhes dais, os meios de fugir ao penoso estado que os avassala. Com grande satisfação me constituo intérprete das almas sofredoras, porquanto é a homens de coração que me dirijo, na certeza de não ser repelido. Ainda uma vez aceitai, pois, homens generosos, a expressão do meu reconhecimento em particular, e em geral de todos a quem tanto bem tendes feito, talvez sem o saberdes.” Eric Stanislas O guia do médium – Meus filhos, este é um Espírito que sofreu por muito tempo, transviado do bom caminho. Agora compreendeu os seus erros, arrependeu-se e volveu os olhos para o Deus que negara. A sua posição não é a de um feliz, porém ele aspira à felicidade e não mais sofre. Deus permitiu-lhe esta audição para que desça depois a uma esfera inferior, a fim de instruir e estimular o progresso de Espíritos que, como ele, transgrediram a lei. É a reparação que lhe compete. Afinal, ele conquistará a felicidade, porque tem força de vontade."
Texto presente no: Capítulo III - Espíritos em condições medianas (SEGUNDA PARTE)

sábado, 20 de fevereiro de 2021

HÁ MÉRITO NAS PRIVAÇÕES VOLUNTÁRIAS?


HÁ MÉRITO NAS PRIVAÇÕES VOLUNTÁRIAS?

Em "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, encontramos o esclarecimento necessário para estas temáticas.
"720. São meritórias aos olhos de Deus as privações voluntárias, com o objetivo de uma expiação igualmente voluntária?"
“Fazei o bem aos vossos semelhantes e mais mérito tereis.”
"720 a) — Haverá privações voluntárias que sejam meritórias?"
“Há: a privação dos gozos inúteis, porque desprende da matéria o homem e lhe eleva a alma. Meritório é resistir à tentação que arrasta ao excesso ou ao gozo das coisas inúteis; é o homem tirar do que lhe é necessário para dar aos que carecem do bastante. Se a privação não passar de simulacro, será uma irrisão.”
"721. É meritória, de algum ponto de vista, a vida de mortificações ascéticas, que desde a mais remota antiguidade teve praticantes no seio de diversos povos?"
“Procurai saber a quem ela aproveita e tereis a resposta. Se somente serve para quem a pratica e o impede de fazer o bem, é egoísmo, seja qual for o pretexto com que entendam de colori-la. Privar-se a si mesmo e trabalhar para os outros, tal a verdadeira mortificação, segundo a caridade cristã.”
"O Livro dos Espíritos", Allan Kardec

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

COMO SÃO AS PLANTAS E OS ANIMAIS NOS MUNDOS SUPERIORES?

COMO SÃO AS PLANTAS E OS ANIMAIS NOS MUNDOS SUPERIORES?

É a obra "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, que nos aborda temáticas como as plantas e os animais.
"591. Nos mundos superiores as plantas são de natureza mais perfeita, como os outros seres?"
“Tudo é mais perfeito. As plantas, porém, são sempre plantas, como os animais sempre animais e os homens sempre homens.”
"O Livro dos Espíritos", Allan Kardec

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

A DECEÇÃO PELA INGRATIDÃO

A DECEÇÃO PELA INGRATIDÃO

Perante a deceção, o que deveremos fazer: endurecemos o coração, com receio de novas ilusões ou prosseguimos, com cautela, cumprindo com os princípios de Jesus, no que diz respeito às relações com as outras pessoas?
A obra "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, responde às nossas dúvidas.
"938. As decepções oriundas da ingratidão não serão de molde a endurecer o coração e a fechá-lo à sensibilidade?"
“Seria um erro, porquanto o homem de coração, como dizes, se sente sempre feliz pelo bem que faz. Sabe que se esse bem for esquecido nesta vida será lembrado em outra, e que o ingrato se envergonhará e terá remorsos da sua ingratidão.”
"938 a) — Mas tal raciocínio não impede que se lhe ulcere o coração. Ora, daí não poderá nascer-lhe a ideia de que seria mais feliz se fosse menos sensível?"
“Pode, se preferir a felicidade do egoísta. Triste felicidade essa! Saiba, pois, que os amigos ingratos que o abandonam não são dignos de sua amizade, e que se enganou a respeito deles. Assim sendo, não há de que lamentar o tê-los perdido. Mais tarde achará outros, que saberão compreendê-lo melhor. Lastimai os que usam para convosco de um procedimento que não tenhais merecido, pois bem triste se lhes apresentará o reverso da medalha. Não vos aflijais, porém, com isso: será o meio de vos colocardes acima deles.”
Comentário de Allan Kardec:
"A natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem. Nas alegrias que esses encontros proporcionam tem o homem as primícias da felicidade que o aguarda no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benignidade. Desse gozo está excluído o egoísta."
"O Livro dos Espíritos", Allan Kardec

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

"HÁ SEIS MESES, EU NÃO ACREDITAVA EM DEUS, NEM NO DIABO, NEM NA MINHA ALMA"

"HÁ SEIS MESES, EU NÃO ACREDITAVA EM DEUS, NEM NO DIABO, NEM NA MINHA ALMA"

Testemunho que nos é trazido por Allan Kardec, na obra "Viagem Espírita em 1862":
"Durante a minha estada em Lyon, assistindo a uma reunião espírita, um homem, por cujas roupas identifiquei um trabalhador, levantou-se no fundo da sala e disse: "Senhor, há seis meses eu não acreditava em Deus, nem no diabo, nem em minha alma; estava convencido de que quando morremos tudo se acaba; não temia as penas futuras, pois me parecia que tudo se findava com a vida. Devo dizer-vos que não orava, e que desde a minha primeira comunhão não voltei a pôr os pés numa igreja; além disso, eu era violento e exaltado. Enfim, nada temia, nem mesmo a justiça humana. Há seis meses, assim era eu. Foi então que o Espiritismo chegou; lutei durante dois meses; mas li, compreendi e não pude me furtar à evidência. Uma verdadeira revolução operou-se em mim. Hoje já não sou o mesmo homem; oro todos os dias e vou à igreja. Quanto ao meu caráter, perguntai aos meus camaradas se mudei! Outrora eu me irritava com tudo: um nada me exasperava; agora estou tranqüilo e feliz, bendizendo a Deus por me ter enviado a luz."
Compreendeis do que é capaz um homem que chegou a ponto de não temer sequer a justiça humana? Negarão o efeito salutar do Espiritismo sobre ele? E há milhares como ele. Por mais iletrado que seja, não deixou de o compreender; é que o Espiritismo não é uma teoria abstrata, que só se dirige aos sábios; fala ao coração e, para compreender a linguagem do coração, não há necessidade de diploma. Fazei-o penetrar por este caminho, na mansarda e na choupana, e ele fará milagres."
"Viagem Espírita em 1862", Allan Kardec

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

POSSESSÃO: PODE UM ESPÍRITO TOMAR O CORPO FÍSICO DE ALGUÉM?

POSSESSÃO:

PODE UM ESPÍRITO TOMAR O CORPO FÍSICO DE ALGUÉM?
Atentemos ao que nos diz Allan Kardec a este respeito, na obra "O Livro dos Espíritos":
"473. Pode um Espírito tomar temporariamente o invólucro corporal de uma pessoa viva, isto é, introduzir-se num corpo animado e obrar em lugar do outro que se acha encarnado neste corpo?
O Espírito não entra em um corpo como entras numa casa. Identifica-se com um Espírito encarnado, cujos defeitos e qualidades sejam os mesmos que os seus, a fim de obrar conjuntamente com ele. Mas, o encarnado é sempre quem atua, conforme quer, sobre a matéria de que se acha revestido. Um Espírito não pode substituir-se ao que está encarnado, por isso que este terá que permanecer ligado ao seu corpo até ao termo fixado para sua existência material.
474. Desde que não há possessão propriamente dita, isto é, coabitação de dois Espíritos no mesmo corpo, pode a alma ficar na dependência de outro Espírito, de modo a se achar subjugada ou obsidiada ao ponto de a sua vontade vir a achar-se, de certa maneira, paralisada?
Sem dúvida e são esses os verdadeiros possessos. Mas, é preciso saibas que essa dominação não se efetua nunca sem que aquele que a sofre o consinta, quer por sua fraqueza, quer por desejá-la. Muitos epilépticos ou loucos, que mais necessitavam de médico que de exorcismos, têm sido tomados por possessos.
[Nota de Allan Kardec]O vocábulo possesso, na sua acepção vulgar, supõe a existência de demônios, isto é, de uma categoria de seres maus por natureza, e a coabitação de um desses seres com a alma de um indivíduo, no seu corpo. Pois que, nesse sentido, não há demônios e que dois Espíritos não podem habitar simultaneamente o mesmo corpo, não há possessos na conformidade da idéia a que esta palavra se acha associada. O termo possesso só se deve admitir como exprimindo a dependência absoluta em que uma alma pode achar-se com relação a Espíritos imperfeitos que a subjuguem."

"Nada escapa ao olhar..."

"Nada escapa ao olhar perscrutador da divina Providência."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Setembro de 1865

domingo, 14 de fevereiro de 2021

FASCINAÇÃO

FASCINAÇÃO

A partir da obra "O Livro dos Médiuns", de Allan Kardec:
"239. A fascinação tem consequências muito mais graves. É uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando: o Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda quando esse absurdo salte aos olhos de toda gente. A ilusão pode mesmo ir até ao ponto de o fazer achar sublime a linguagem mais ridícula. Fora erro acreditar que a este gênero de obsessão só estão sujeitas as pessoas simples, ignorantes e baldas de senso. Dela não se acham isentos nem os homens de mais espírito, os mais instruídos e os mais inteligentes sob outros aspectos, o que prova que tal aberração é efeito de uma causa estranha, cuja influência eles sofrem. Já dissemos que muito mais graves são as consequências da fascinação. Efetivamente, graças à ilusão que dela decorre, o Espírito conduz o indivíduo de quem ele chegou a apoderar-se, como faria com um cego, e pode levá-lo a aceitar as doutrinas mais estranhas, as teorias mais falsas, como se fossem a única expressão da verdade. Ainda mais, pode levá-lo a situações ridículas, comprometedoras e até perigosas.
Compreende-se facilmente toda a diferença que existe entre a obsessão simples e a fascinação; compreende-se também que os Espíritos que produzem esses dois efeitos devem diferir de caráter. Na primeira, o espírito que se agarra à pessoa não passa de um importuno pela sua tenacidade e de quem aquela se impacienta por desembaraçar-se. Na segunda, a coisa é muito diversa. Para chegar a tais fins, preciso é que o Espírito seja destro, ardiloso e profundamente hipócrita, porquanto não pode operar a mudança e fazer-se acolhido senão por meio da máscara que toma e de um falso aspecto de virtude. Os grandes termos — caridade, humildade, amor de Deus — lhe servem como que de carta de crédito, porém, através de tudo isso, deixa passar sinais de inferioridade, que só o fascinado é incapaz de perceber. Por isso mesmo, o que o fascinador mais teme são as pessoas que veem claro. Daí o consistir a sua tática, quase sempre, em inspirar ao seu intérprete o afastamento de quem quer que lhe possa abrir os olhos. Por esse meio, evitando toda contradição, fica certo de ter razão sempre."

sábado, 13 de fevereiro de 2021

O NASCIMENTO DE UMA CRIANÇA

O NASCIMENTO DE UMA CRIANÇA

Observemos "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, que trata também deste assunto.
"Somente depois de terem passado pelas provas da vida corpórea, chegam à perfeição os Espíritos. Os que se encontram na erraticidade aguardam que Deus lhes permita volver a uma existência que lhes proporcione meios de progredir, quer pela expiação de suas faltas passadas, mediante as vicissitudes a que fiquem sujeitos, quer desempenhando uma missão proveitosa para a Humanidade. O seu adiantamento e a sua felicidade futura serão proporcionados à maneira por que empreguem o tempo que hajam de estar na Terra. O encargo de lhes guiar os primeiros passos e de os encaminhar para o bem cabe a seus pais, que responderão perante Deus pelo desempenho que derem a esse mandato. Para lhos facilitar, foi que Deus fez do amor paterno e do amor filial uma lei da Natureza, lei que jamais se transgride impunemente."
"O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

"Se quereis viver para o mundo..."

"Se quereis viver para o mundo não avançareis senão com o mundo, não ireis mais depressa que o mundo."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Agosto de 1865

OS ESPÍRITOS CONHECEM O PASSADO? E CONHECEM O FUTURO?

OS ESPÍRITOS CONHECEM O PASSADO?

E CONHECEM O FUTURO?
Recorremos à obra "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, acerca deste tema:
"242. Como é que os Espíritos têm conhecimento do passado? E esse conhecimento é-lhes ilimitado?
“O passado, quando com ele nos ocupamos, é presente. Verifica-se então, precisamente, o que se passa contigo quando recordas qualquer coisa que te impressionou no curso do teu exílio. Simplesmente, como já nenhum véu material nos tolda a inteligência, lembramo-nos mesmo daquilo que se te apagou da memória. Mas, nem tudo os Espíritos sabem, a começar pela sua própria criação.”
243. E o futuro, os Espíritos o conhecem?
“Ainda isto depende da elevação que tenham conquistado. Muitas vezes, apenas o entrevêem, porém nem sempre lhes é permitido revelá-lo. Quando o vêem, parece-lhes presente. À medida que se aproxima de Deus, tanto mais claramente o Espírito descortina o futuro. Depois da morte, a alma vê e apreende num golpe de vista suas passadas migrações, mas não pode ver o que Deus lhe reserva. Para que tal aconteça, preciso é que, ao cabo de múltiplas existências, se haja integrado nele.”
a) — Os Espíritos que alcançaram a perfeição absoluta têm conhecimento completo do futuro?
“Completo não se pode dizer, por isso que só Deus é soberano Senhor e ninguém o pode igualar.”

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

EVOCAÇÕES DE ANIMAIS

EVOCAÇÕES DE ANIMAIS

Vamos encontrar este tema na obra "O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec:
"283. Evocações dos animais"
36 a Pode evocar-se o Espírito de um animal?
“Depois da morte do animal, o princípio inteligente que nele havia se acha em estado latente e é logo utilizado, por certos Espíritos incumbidos disso, para animar novos seres, em os quais continua ele a obra de sua elaboração. Assim, no mundo dos Espíritos, não há, errantes, Espíritos de animais, porém unicamente Espíritos humanos.”
a) Como é então que, tendo evocado animais, algumas pessoas hão obtido resposta?
“Evoca um rochedo e ele te responderá. Há sempre uma multidão de Espíritos prontos a tomar a palavra, sob qualquer pretexto.”
Nota. Pela mesma razão, se se evocar um mito ou uma personagem alegórica, eles responderão, isto é, algum Espírito responderá por eles e lhes tomará o caráter e as maneiras. Alguém teve um dia a ideia de evocar Tartufo e Tartufo veio logo. Mais ainda: falou de Orgon, de Elmira, de Dâmide e de Valéria, de quem deu notícias. Quanto a si próprio, imitou o hipócrita com tanta arte que se diria o próprio Tartufo, se este houvera existido. Disse mais tarde ser o Espírito de um ator que desempenhara esse papel. Os Espíritos levianos se aproveitam sempre da inexperiência dos interrogantes; guardam-se, porém, de dirigir-se aos que eles sabem bastante esclarecidos para lhes descobrir as imposturas e que não lhes dariam crédito aos contos. O mesmo sucede entre os homens. Um senhor tinha em seu jardim um ninho de pintassilgos, pelos quais se interessava muito. Certo dia, desapareceu o ninho. Tendo-se certificado de que ninguém da sua casa era culpado do delito, como fosse ele médium, teve a ideia de evocar a mãe das avezinhas. Ela veio e lhe disse em muito bom francês: “A ninguém acuses e tranquiliza-te quanto à sorte de meus filhinhos; foi o gato que, saltando, derribou o ninho; encontrá-lo-ás debaixo dos arbustos, assim como os passarinhos, que não foram comidos.” Feita a verificação, reconheceu ele exato o que lhe fora dito.
Dever-se-á concluir ter sido o pássaro quem respondeu? Certamente que não, mas apenas um Espírito que conhecia a história. Isso prova quanto se deve desconfiar das aparências e quanto é preciosa a resposta acima: evoca um rochedo e ele te responderá. (Veja-se atrás o capítulo Da mediunidade nos animais, item 234.)"

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

A NINGUÉM ATORMENTEIS

A NINGUÉM ATORMENTEIS

Esta mensagem de São Luís, inserida em "O Livro dos Médiuns", de Allan Kardec, dirige-se a todos nós:
"Não vos arreceeis de certos obstáculos, de certas controvérsias.
A ninguém atormenteis com qualquer insistência. Aos incrédulos, a persuasão não virá, senão pelo vosso desinteresse, senão pela vossa tolerância e pela vossa caridade para com todos, sem exceção.
Guardai-vos, sobretudo, de violar a opinião, mesmo por palavras, ou por demonstrações públicas. Quanto mais modestos fordes, tanto mais conseguireis tornar-vos apreciados. Nenhum móvel pessoal vos faça agir e encontrareis nas vossas consciências uma força de atração que só o bem proporciona.
Por ordem de Deus, os Espíritos trabalham pelo progresso de todos, sem exceção. Fazei o mesmo, vós outros, espíritas."
São Luís
"O Livro dos Médiuns", Allan Kardec