quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

"Quem quer que ame..."

"Quem quer que ame, sabe e sente que nenhum dos pontos de apoio do homem está na Terra. Amar é viver além da vida. Sem essa fé, nenhum dom perfeito do coração seria possível. Amar, que é o objetivo do homem, seria o seu suplício. Este paraíso seria o inferno. Não! Digamos bem alto que não, pois a criatura amante exige a criatura imortal. O coração necessita da alma."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Fevereiro de 1865

DESENCARNAÇÃO NA INFÂNCIA E NA JUVENTUDE

DESENCARNAÇÃO NA INFÂNCIA E NA JUVENTUDE

Tema abordado em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec:
"PERDA DE PESSOAS AMADAS. MORTES PREMATURAS"
"Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais moços antes dos velhos, costumais dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.
Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, a sábia previdência onde pensais divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos advêm, nelas encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis para o último plano.
Crede-me, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Freqüentemente, a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra."

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O INSTINTO DE CONSERVAÇÃO EXISTE EM TODOS OS SERES VIVOS?

O INSTINTO DE CONSERVAÇÃO EXISTE EM TODOS OS SERES VIVOS?

Vejamos o que nos diz Allan Kardec a este respeito, na obra "O Livro dos Espíritos":
"702. É lei da Natureza o instinto de conservação?
“Sem dúvida. Todos os seres vivos o possuem, qual quer que seja o grau de sua inteligência. Nuns, é puramente maquinal, raciocinado em outros.”
703. Com que fim outorgou Deus a todos os seres vivos o instinto de conservação?
“Porque todos têm que concorrer para cumprimento dos desígnios da Providência. Por isso foi que Deus lhes deu a necessidade de viver. Acresce que a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres. Eles o sentem instintivamente, sem disso se aperceberem.”

"Nada é absoluto e sempre chegará..."

"Nada é absoluto e sempre chegará uma hora mais fecunda, mais produtiva que a hora precedente."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Fevereiro de 1865

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

A PARÁBOLA DO SEMEADOR

A PARÁBOLA DO SEMEADOR

Como nos explica a Doutrina a "Parábola do Semeador"?
Vejamos o que, a este respeito, nos diz "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec:
"PARÁBOLA DO SEMEADOR"
"Naquele mesmo dia, tendo saído de casa, Jesus sentou-se à borda do mar; – em torno dele logo reuniu-se grande multidão de gente; pelo que entrou numa barca, onde sentou-se, permanecendo na margem todo o povo. – Disse então muitas coisas por parábolas, falando-lhes assim: Aquele que semeia saiu a semear; – e, semeando, uma parte da semente caiu ao longo do caminho e os pássaros do céu vieram e a comeram. – Outra parte caiu em lugares pedregosos onde não havia muita terra; as sementes logo brotaram, porque carecia de profundidade a terra onde haviam caído. – Mas, levantanto-se, o Sol as queimou e, como não tinham raízes, secaram. – Outra parte caiu entre espinheiros e estes, crescendo, as abafaram. – Outra, finalmente, caiu em terra boa e produziu frutos, dando algumas sementes cem por um, outras sessenta e outras trinta. – Ouça quem tem ouvidos de ouvir. (S. MATEUS , 13:1 a 9.)
Escutai, pois, vós outros a parábola do semeador. – Quem quer que escuta a palavra do reino e não lhe dá atenção, vem o espírito maligno e tira o que lhe fora semeado no coração. Esse é o que recebeu a semente ao longo do caminho. – Aquele que recebe a semente em meio das pedras é o que escuta a palavra e que a recebe com alegria no primeiro momento. – Mas, não tendo nele raízes, dura apenas algum tempo. Em sobrevindo reveses e perseguições por causa da palavra, tira ele daí motivo de escândalo e de queda. – Aquele que recebe a semente entre espinheiros é o que ouve a palavra; mas, em quem, logo, os cuidados deste século e a ilusão das riquezas abafam aquela palavra e a tornam infrutífera. – Aquele, porém, que recebe a semente em boa terra é o que escuta a palavra, que lhe presta atenção e em quem ela produz frutos, dando cem ou sessenta, ou trinta por um. ( MATEUS , 13:18 a 23.)
A parábola do semeador exprime perfeitamente os matizes existentes na maneira de serem utilizados os ensinos do Evangelho. Quantas pessoas há, com efeito, para as quais não passa ele de letra morta e que, como a semente caída sobre pedregulhos, nenhum fruto dá! Não menos justa aplicação encontra ela nas diferentes categorias espíritas. Não se acham simbolizados nela os que apenas atentam nos fenômenos materiais e nenhuma conseqüência tiram deles, porque neles mais não vêem do que fatos curiosos? Os que apenas se preocupam com o lado brilhante das comunicações dos Espíritos, pelas quais só se interessam quando lhes satisfazem à imaginação, e que, depois de as terem ouvido, se conservam tão frios e indiferentes quanto eram? Os que reconhecem muito bons os conselhos e os admiram, mas para serem aplicados aos outros e não a si próprios? Aqueles, finalmente, para os quais essas instruções são como a semente que cai em terra boa e dá frutos?"

"O que é verdade mais cedo ou mais tarde..."

"O que é verdade mais cedo ou mais tarde deve triunfar."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Dezembro de 1864

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

A ESPERANÇA DO REENCONTRO

A ESPERANÇA DO REENCONTRO

A certeza que o Espiritismo nos transmite, ao mostrar-nos que aqueles que nos antecederam, embora fisicamente distantes de nós, continuam conosco, pelos laços do coração, ajuda-nos a prosseguir a nossa encarnação com persistência e coragem.
A obra "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, também nos fala a este respeito.
"Que horrenda é a ideia do Nada! Quão de lastimar são os que acreditam que no vácuo se perde, sem encontrar eco que lhe responda, a voz do amigo que chora o seu amigo! Jamais conheceram as puras e santas afeições os que pensam que tudo morre com o corpo; que o gênio, que com a sua vasta inteligência iluminou o mundo, é uma combinação de matéria, que, qual sopro, se extingue para sempre; que do mais querido ente, de um pai, de uma mãe, ou de um filho adorado não restará senão um pouco de pó que o vento irremediavelmente dispersará. Como pode um homem de coração conservar-se frio a essa idéia? Como não o gela de terror a idéia de um aniquilamento absoluto e não lhe faz, ao menos, desejar que não seja assim? Se até hoje não lhe foi suficiente a razão para afastar de seu espírito quaisquer dúvidas, aí está o Espiritismo a dissipar toda incerteza com relação ao futuro, por meio das provas materiais que dá da sobrevivência da alma e da existência dos seres de além-túmulo. Tanto assim é que por toda a parte essas provas são acolhidas com júbilo; a confiança renasce, pois que o homem doravante sabe que a vida terrestre é apenas uma breve passagem conducente a melhor vida; que seus trabalhos neste mundo não lhe ficam perdidos e que as mais santas afeições não se despedaçam sem mais esperanças."

"Ligai-vos aos homens de boa fé..."

"Ligai-vos aos homens de boa fé, mas não percais o vosso tempo com os cegos que não querem ver, e os surdos que não querem ouvir. Agir assim é faltar à caridade? Não, pois para estes será apenas um retardamento. Enquanto perdeis tempo com eles, negligenciais dar consolações a uma porção de gente necessitada e que aceitaria com alegria o pão da vida que lhes oferecêsseis. Pensai, ainda, que os refratários, que resistem às vossas palavras e às provas que lhes dais, cederão um dia sob o ascendente da opinião que se formará em volta deles. Seu amor-próprio sofrerá menos com isto."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Fevereiro de 1865

domingo, 27 de dezembro de 2020

O PAPEL DO HOMEM NA TRANSFORMAÇÃO MATERIAL DA TERRA

O PAPEL DO HOMEM NA TRANSFORMAÇÃO MATERIAL DA TERRA

Recorremos à obra "O Evangelho Segundo o Espiritismo", onde Allan Kardec nos traz este tema:
"[...] O homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta. Cabe-lhe desobstrui-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão comporta. Para alimentar essa população que cresce incessantemente, preciso se faz aumentar a produção. Se a produção de um país é insuficiente, será necessário buscá-la fora. Por isso mesmo, as relações entre os povos constituem uma necessidade. A fim de mais as facilitar, cumpre sejam destruídos os obstáculos materiais que os separam e tornadas mais rápidas as comunicações. Para trabalhos que são obra dos séculos, teve o homem de extrair os materiais até das entranhas da terra; procurou na Ciência os meios de os executar com maior segurança e rapidez. Mas, para os levar a efeito, precisa de recursos: a necessidade fê-lo criar a riqueza, como o fez descobrir a Ciência. A atividade que esses mesmos trabalhos impõem lhe amplia e desenvolve a inteligência, e essa inteligência que ele concentra, primeiro, na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais. Sendo a riqueza o meio primordial de execução, sem ela não mais grandes trabalhos, nem atividade, nem estimulante, nem pesquisas. Com razão, pois, é a riqueza considerada elemento de progresso."

"O Espiritismo fincou as baliza..."


"O Espiritismo fincou as balizas da rota que conduz a Deus. Marchemos sem perdê-las de vista. A linha traçada pelos bons Espíritos, geômetras da Divindade, está ladeada de precipícios. As urzes e os espinhos são as suas margens. Não temamos os arranhões. Que são tais feridas, comparadas à felicidade eterna, que acolherá o viajor que chegou ao termo da viagem?"

"Revista Espírita", Allan Kardec - Setembro de 1862

sábado, 26 de dezembro de 2020

O QUE É ADORAR?

O QUE É ADORAR?

Recorremos à obra "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec:
"649. Em que consiste a adoração?"
“ - Na elevação do pensamento a Deus. Deste, pela adoração, aproxima o homem sua alma.”
"650. Origina-se de um sentimento inato a adoração, ou é fruto de ensino?"
“ - Sentimento inato, como o da existência de Deus. A consciência da sua fraqueza leva o homem a curvar-se diante daquele que o pode proteger.”
"651. Terá havido povos destituídos de todo sentimento de adoração?"
“ - Não, que nunca houve povos de ateus. Todos compreendem que acima de tudo há um Ente Supremo.”
"652. Poder-se-á considerar a lei natural como fonte originária da adoração?"
“ - A adoração está na lei natural, pois resulta de um sentimento inato no homem. Por essa razão é que existe entre todos os povos, se bem que sob formas diferentes.”

"Coragem! Aqui estamos para vos sustentar..."

"Coragem! (...) Aqui estamos para vos sustentar e Deus vela por vós."

Jobard, em "Revista Espírita", Allan Kardec - Dezembro de 1864

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

JESUS CAMINHOU SOBRE AS ÁGUAS?

JESUS CAMINHOU SOBRE AS ÁGUAS?

Vejamos o que nos é dito a este respeito, na obra "A Génese", de Allan Kardec:
"Jesus caminha sobre a água"
"41. Logo, fez Jesus que seus discípulos tomassem a barca e passassem para a outra margem antes dele, que ficava a despedir o povo. — Depois de o ter despedido, subiu a um monte para orar e, tendo caído a noite, achou-se Ele sozinho naquele lugar.
Entrementes, a barca era fortemente açoitada pelas ondas, em meio do mar, por ser contrário o vento. — Mas na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, caminhando por sobre o mar.
Nota de Allan Kardec: O lago de Genesaré ou de Tiberíades.
— Quando eles o viram andando sobre o mar, turbaram-se e diziam: “É um fantasma e se puseram a gritar amedrontados.” Jesus então lhes falou, dizendo: “Tranquilizai-vos, sou eu, não tenhais medo.” Pedro lhe respondeu: “Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro, caminhando sobre as águas.” Disse-lhe Jesus: “Vem.” Pedro, descendo da barca, caminhava sobre a água ao encontro de Jesus. Mas vindo um grande vento ele teve medo; e como começasse a submergir, clamou: “Senhor, salva-me.” Logo, Jesus, estendendo-lhe a mão, disse: “Homem de pouca fé! por que duvidaste?” — E, tendo subido para a barca, cessou o vento. — Então, os que estavam na barca, aproximando-se dele, o adoraram, dizendo: “És verdadeiramente filho de Deus.” (Mateus, 14:22 a 33.)
42. Este fenômeno encontra explicação natural nos princípios acima expostos, cap. XIV, item 43. Exemplos análogos provam que ele nada tem de impossível, nem de miraculoso, pois que se produz sob a ação das leis da natureza. Pode operar-se de duas maneiras. Jesus, embora estivesse vivo, pôde aparecer sobre a água, com uma forma tangível, estando alhures o seu corpo. É a hipótese mais provável. Fácil é mesmo descobrir-se na narrativa alguns sinais característicos das aparições tangíveis. (Cap. XIV, itens 35 a 37.) Por outro lado, também pode ter sucedido que seu corpo fosse sustentado e neutralizada a sua gravidade pela mesma força fluídica que mantém no espaço uma mesa, sem ponto de apoio. Idêntico efeito se produz muitas vezes com os corpos humanos."

"O homem facilmente esquece o bem..."

"O homem facilmente esquece o bem, para, de preferência, lembrar-se do que o aflige. Se registrássemos, dia a dia, os benefícios de que somos objeto, sem os havermos pedido, ficaríamos, com frequência, espantados de termos recebido tantos e tantos que se nos varreram da memória, e nos sentiríamos humilhados com a nossa ingratidão."

“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

"Esta é a noite em que..."


“Esta é a noite em que, no mundo cristão, se festeja a Natividade do Menino Jesus.
Mas vós, meus irmãos, deveis também vos alegrar e festejar o nascimento da nova Doutrina Espírita.
Vê-la-eis crescer como esta criança; como ele, ela virá esclarecer os homens e mostrar-lhes o caminho que devem percorrer."

São Luís, em “Revista Espírita”, Allan Kardec – Abril de 1863

FELIZ AQUELE QUE CHEGA A BOM PORTO!

FELIZ AQUELE QUE CHEGA A BOM PORTO!

Na obra "O Livro dos Médiuns", de Allan Kardec, encontramos uma dissertação de um Espírito, que se intitula São Bento e que nos mostra não só o caminho que estamos a percorrer, como também a importância do mesmo, para nós e para todos os que nos rodeiam:
"É bela e santa a vossa Doutrina. O primeiro marco está plantado e plantado solidamente. Agora, só tendes que caminhar. A estrada que vos está aberta é grande e majestosa. Feliz daquele que chegar ao porto; quanto mais prosélitos houver feito, tanto mais lhe será contado. Mas, para isso, cumpre não abraçar friamente a Doutrina; é preciso fazê-lo com ardor e esse ardor será duplicado, porquanto Deus está convosco, sempre que fazeis o bem. Todos os que atrairdes serão outras tantas ovelhas que voltaram ao aprisco. Pobres ovelhas meio transviadas! Crede que o mais céptico, o mais ateu, o mais incrédulo, enfim, tem sempre no coração um cantinho que ele desejara poder ocultar a si mesmo. Esse cantinho é que é preciso procurar, é que é preciso achar. É o lado vulnerável que se deve atacar. É uma brechazinha que Deus intencionalmente deixa aberta, para facilitar à sua criatura o meio de lhe voltar ao seio."
São Bento

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

O QUE É A PNEUMATOGRAFIA OU ESCRITA DIRETA?

O QUE É A PNEUMATOGRAFIA OU ESCRITA DIRETA?

Em "O Livro dos Médiuns", diz-nos Allan Kardec, a este respeito:
"146. A pneumatografia é a escrita produzida diretamente pelo Espírito, sem intermediário algum; difere da psicografia, por ser esta a transmissão do pensamento do Espírito, mediante a escrita feita com a mão do médium.
O fenómeno da escrita direta é, não há negar, um dos mais extraordinários do Espiritismo, mas, por muito anormal que pareça à primeira vista, constitui hoje fato averiguado e incontestável. A teoria, sempre necessária para nos inteirarmos da possibilidade dos fenômenos espíritas em geral, talvez mais necessária ainda se faz neste caso que, sem contestação, é um dos mais estranhos que se possam apresentar, porém que deixa de parecer sobrenatural, desde que se lhe compreenda o princípio.
Da primeira vez que este fenómeno se produziu, a da dúvida foi a impressão dominante que deixou. A ideia de um embuste logo acudiu aos que o presenciaram. Toda gente, com efeito, conhece a ação das tintas chamadas simpáticas, cujos traços, a princípio completamente invisíveis, aparecem ao cabo de algum tempo. Podia, pois, dar-se que houvessem, por esse meio, abusado da credulidade dos assistentes e longe nos achamos de afirmar que nunca o tenham feito. Estamos até convencidos de que algumas pessoas, seja com intuitos mercantis, seja apenas por amor-próprio e para fazer acreditar nas suas faculdades, hão empregado subterfúgios. (Veja-se o capítulo Do charlatanismo e do embuste.)
Entretanto, do fato de se poder imitar uma coisa, fora absurdo concluir-se pela sua inexistência. Nestes últimos tempos, não se há encontrado meio de imitar a lucidez sonambúlica, ao ponto de causar ilusão? Mas, por que esse processo de escamoteação se tenha exibido em todas as feiras, dever-se-á concluir que não haja verdadeiros sonâmbulos? Por que certos comerciantes vendem vinho falsificado, será uma razão para que não haja vinho puro? O mesmo sucede com a escrita direta. Bem simples e fáceis eram, aliás, as precauções a serem tomadas para garantir a realidade do fato e, graças a essas precauções, já hoje ele não pode constituir objeto da mais ligeira dúvida.
147. Uma vez que a possibilidade de escrever sem intermediário representa um dos atributos do Espírito; uma vez que os Espíritos sempre existiram desde todos os tempos e que desde todos os tempos se hão produzindo os diversos fenômenos que conhecemos, o da escrita direta igualmente se há de ter operado na Antiguidade, tanto quanto nos dias atuais. Deste modo é que se pode explicar o aparecimento das três palavras célebres, na sala do festim de Baltazar. A Idade Média, tão fecunda em prodígios ocultos, mas que eram abafados por meio das fogueiras, também conheceu necessariamente a escrita direta, e possível é que, na teoria das modificações por que os Espíritos podem fazer passar a matéria, teoria que desenvolvemos no capítulo VIII, se encontre o fundamento da crença na transmutação dos metais.
Todavia, quaisquer que tenham sido os resultados obtidos em diversas épocas, só depois de vulgarizadas as manifestações espíritas foi que se tomou a sério a questão da escrita direta. Ao que parece, o primeiro a torná-la conhecida, estes últimos anos, em Paris, foi o barão de ­Guldenstubbé, que publicou sobre o assunto uma obra muito interessante, com grande número de fac-símiles das escritas que obteve. 20 O fenômeno já era conhecido na América havia algum tempo. A posição social do Sr. Guldenstubbé, sua independência, a consideração de que goza nas mais elevadas rodas i ­ ncontestavelmente afastam toda suspeita de fraude intencional, porquanto nenhum motivo de interesse havia a que ele obedecesse. Quando muito, o que se poderia supor é que fora vítima de uma ilusão; a isto, porém, um fato responde peremptoriamente: o de haverem outras pessoas obtido o mesmo fenômeno, cercadas de todas as precauções necessárias para evitar qualquer embuste e qualquer causa de erro.
148. A escrita direta se obtém, como, em geral, a maior parte das manifestações espíritas não espontâneas, por meio da concentração, da prece e da evocação. Têm-se produzido em igrejas, sobre túmulos, no sopé de estátuas ou imagens de personagens evocadas. Evidente, porém, é que o local nenhuma outra influência exerce além da de facultar maior recolhimento espiritual e maior concentração dos pensamentos, porquanto provado está que o fenômeno se obtém, igualmente, sem esses acessórios e nos lugares mais comuns, sobre um simples móvel caseiro, desde que os que desejam obtê-lo se achem nas devidas condições morais e que entre esses se encontre quem possua a necessária faculdade mediúnica.
Julgou-se, a princípio, ser preciso colocar-se aqui ou ali um lápis com o papel. O fato então podia, até certo ponto, explicar-se. É sabido que os Espíritos produzem o movimento e a deslocação dos objetos; que, algumas vezes, os tomam e atiram longe. Bem podiam, pois, tomar também do lápis e servir-se dele para traçar letras. Visto que o impulsionam, utilizando-se da mão do médium, de uma prancheta etc., podiam, do mesmo modo, impulsioná-lo diretamente. Não tardou, porém, se reconhecesse que o lápis era dispensável, que bastava um pedaço de papel, dobrado ou não, para que, ao cabo de alguns minutos, se achassem nele grafadas letras. Aqui, já o fenômeno muda completamente de aspecto e nos transporta a uma ordem inteiramente nova de coisas. As letras hão de ter sido traçadas com uma substância qualquer. Ora, sendo certo que ninguém forneceu ao Espírito essa substância, segue-se que ele próprio a compôs. Donde a tirou? Esse o problema.
Quem queira reportar-se às explicações dadas no capítulo VIII, itens 127 e 128, encontrará completa a teoria do fenômeno. Para escrever dessa maneira, o Espírito não se serve das nossas substâncias, nem dos nossos instrumentos. Ele próprio fabrica a matéria e os instrumentos de que há mister, tirando, para isso, os materiais precisos, do elemento primitivo universal que, pela ação da sua vontade, sofre as modificações necessárias à produção do efeito desejado. Possível lhe é, portanto, fabricar tanto o lápis vermelho, a tinta de imprimir, a tinta comum, como o lápis preto, ou, até, caracteres tipográficos bastante resistentes para darem relevo à escrita, conforme temos tido ensejo de verificar. A filha de um senhor que conhecemos, menina de 12 a 13 anos, obteve páginas e páginas escritas com uma substância análoga ao pastel.
149. Tal o resultado a que nos conduziu o fenômeno da tabaqueira, descrito no capítulo VII, item 116, e sobre o qual nos estendemos longamente, porque nele percebemos oportunidade para perscrutarmos uma das mais importantes leis do Espiritismo, lei cujo conhecimento pode esclarecer mais de um mistério, mesmo do mundo visível. Assim é que, de um fato aparentemente vulgar, pode sair a luz. Tudo está em observar com cuidado e isso todos podem fazer como nós, desde que se não limitem a observar efeitos, sem lhes procurarem as causas. Se a nossa fé se fortalece de dia para dia, é porque compreendemos. Tratai, pois, de compreender, se quiserdes fazer prosélitos sérios. Ainda outro resultado decorre da compreensão das causas: o de deixar riscada uma linha divisória entre a verdade e a superstição.
Considerando a escrita direta do ponto de vista das vantagens que possa oferecer, diremos que, até o presente, sua principal utilidade há consistido na comprovação material de um fato sério: a intervenção de um poder oculto que, nesse fenômeno, tem mais um meio de se manifestar. Todavia, raramente são extensas as comunicações que por essa forma se obtêm. Em geral espontâneas, elas se reduzem a algumas palavras ou proposições e, às vezes, a sinais ininteligíveis. Têm sido dadas em todas as línguas: em grego, em latim, em sírio, em caracteres hieroglíficos etc., mas ainda se não prestaram às dissertações seguidas e rápidas, como permite a psicografia ou a escrita pela mão do médium."

"Não se devem considerar..."

"Não se devem considerar como sucessos ditosos apenas o que seja de grande importância. Muitas vezes, coisas aparentemente insignificantes são as que mais influem em nosso destino."

“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec 

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

TRANSFORMAÇÃO MORAL

TRANSFORMAÇÃO MORAL

A possibilidade de mudança de conduta é acessível a todos nós.
A questão que se coloca é: será que a nossa vontade está alicerçada na firmeza necessária para a mudança?
Vejamos o que nos apresenta Allan Kardec, obra "A Génese":
"Deus, todo bondade, pôs o remédio ao lado do mal, isto é, faz que do próprio mal saia o remédio. Um momento chega em que o excesso do mal moral se torna intolerável e impõe ao homem a necessidade de mudar de vida. Instruído pela experiência, ele se sente compelido a procurar no bem o remédio, sempre por efeito do seu livre-arbítrio. Quando toma melhor caminho, é por sua vontade e porque reconheceu os inconvenientes do outro. A necessidade, pois, o constrange a melhorar-se moralmente, para ser mais feliz, do mesmo modo que o constrangeu a melhorar as condições materiais da sua existência."

"Sede confiantes..."

"Sede confiantes, sem orgulho do que vos acontecer."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Janeiro 1865

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

"Cada luta enfrentada corajosamente..."

"Cada luta enfrentada corajosamente sob o olhar de Deus é uma prece fervorosa, que sobe a ele. Se bastasse formular palavras para se dirigir a Deus, os inoperantes apenas teriam que tomar um livro de preces para satisfazer a obrigação de orar. O trabalho, a atividade da alma, é a única boa prece que a purifica e a faz crescer."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Janeiro 1865

A TEMPESTADE ACALMADA

A TEMPESTADE ACALMADA

Este conhecido episódio da vida de Jesus é abordado na obra "A Génese", de Allan Kardec:
"45. Certo dia, tendo tomado uma barca com seus discípulos, disse-lhes Ele: “Passemos à outra margem do lago.” Partiram então. Durante a travessia, Ele adormeceu. — Então, um grande turbilhão de vento se abateu de súbito sobre o lago, de sorte que, enchendo-se de água a barca, eles se viam em perigo. Aproximaram-se, pois, dele e o despertaram, dizendo-lhe: “Mestre, perecemos.” Jesus, levantando--se, falou, ameaçador, aos ventos e às ondas agitadas e uns e outras se aplacaram, sobrevindo grande calma. Ele então lhes disse: “Onde está a vossa fé?” Eles, porém, cheios de temor e admiração, perguntavam uns aos outros: “Quem é este que assim dá ordens ao vento e às ondas, e eles lhe obedecem?” (Lucas, 8:22 a 25.)
46. Ainda não conhecemos bastante os segredos da natureza para dizer se há ou não inteligências ocultas presidindo à ação dos elementos. Na hipótese de haver, o fenômeno em questão poderia ter resultado de um ato de autoridade sobre essas inteligências e provaria um poder que a nenhum homem é dado exercer.
Como quer que seja, o fato de estar Jesus a dormir tranquilamente, durante a tempestade, atesta de sua parte uma segurança que se pode explicar pela circunstância de que seu Espírito via não haver perigo nenhum e que a tempestade ia amainar."

domingo, 20 de dezembro de 2020

"O Criador é grande..."

"O Criador é grande, admirai-o em suas obras."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Janeiro 1865

ADÉLAÏDE-MARGUERITE GOSSE - Expiação terrestre

ADÉLAÏDE-MARGUERITE GOSSE - Expiação terrestre

Um exemplo de expiação terrestre que nos é trazido pela obra "O Céu e o Inferno", de Allan Kardec:
"Era uma humilde e pobre criada, de Harfleur, Normandia. Aos 11 anos entrou para o serviço de uns horticultores ricos, da sua terra. Um ano depois, uma inundação do Sena arrebatava-lhes, afogando-os, todos os animais! Ainda por outras desgraças supervenientes, os patrões da rapariga caíram na miséria! Adélaïde reuniu-se-lhes no infortúnio, abafou a voz do egoísmo e, só ouvindo o generoso coração, obrigou-os a aceitarem quinhentos francos de suas economias, continuando a servi-los independentemente de salário. Depois da morte dos patrões, passou a dedicar-se a uma filha que deixaram, viúva e sem recursos. Mourejava pelos campos, recolhia o produto, e, casando-se, reuniu os seus esforços aos do marido, para manterem juntos a pobre mulher, a quem continuou a chamar sua patroa! Cerca de meio século durou esta abnegação sublime. A Sociedade de emulação de Rouen não deixou no esquecimento essa mulher digna de tanto respeito e admiração, porquanto lhe decretou uma medalha de honra e uma recompensa em dinheiro; a este testemunho associaram-se as lojas maçônicas do Havre, oferecendo-lhe uma pequena soma destinada ao seu bem-estar.
Finalmente, a administração local também se interessou por ela, delicadamente, de modo a não lhe ferir a suscetibilidade. Este anjo de bondade foi arrebatado da Terra, instantânea e suavemente, em consequência de um ataque de paralisia. Singelas, porém decentes, foram as últimas homenagens prestadas à sua memória. O secretário da municipalidade foi à frente do cortejo fúnebre.
(Sociedade de Paris – 27 de dezembro de 1861.)
Evocação. — Ao Deus Onipotente rogamos nos permita a comunicação do Espírito Marguerite Gosse.
— P. Felizes nos consideramos em poder testemunhar-vos a nossa admiração pela vossa conduta na Terra, e esperamos que tanta abnegação tenha recebido a sua recompensa.
— R. Sim, Deus foi bom e misericordioso para com a sua serva.
Tudo quanto fiz, e louvável vos parece, era natural.
— P. Podereis dizer-nos, para edificação nossa, qual a causa da humildade de vossa condição terrena?
— R. Em duas encarnações sucessivas ocupei posição assaz elevada, sendo-me fácil a prática do bem, que fazia sem sacrifício, sendo, como era, rica. Pareceu-me, porém, que me adiantava lentamente, e por isso pedi para voltar em condições mesquinhas, nas quais houvesse mesmo de lutar com as privações. Para isso me preparei durante longo tempo, e Deus manteve-me a coragem, de modo a poder atingir o fim a que me propusera.
— P. Já tornastes a ver os antigos patrões? Dizei-nos qual a vossa posição perante eles, e se ainda vos considerais deles subalterna?
— R. Vi-os, pois, quando cheguei a este mundo, já aqui estavam. Humildemente vos confesso que me consideram como lhes sendo superior.
— P. Tínheis qualquer motivo de afeição para com eles, de preferência a outros quaisquer?
— R. Obrigatório, nenhum, visto que em qualquer parte conseguiria o meu objetivo. Escolhi-os, no entanto, para retribuir uma dívida de reconhecimento. É que outrora haviam sido benévolos para comigo, prestando-me serviços.
— P. Que futuro julgais que vos aguarda?
— R. Espero a reencarnação em um mundo onde se não conheçam dores. Talvez me julgueis muito presunçosa, porém eu vos falo com a vivacidade própria do meu caráter. Além disso, submeto-me à vontade de Deus.
— P. Gratos à vossa presença, não duvidamos que Deus vos cumule de benefícios.
— R. Obrigada. Assim Deus vos abençoe a todos, para que possais, quando desencarnados, gozar das puras alegrias que a mim foram concedidas."

sábado, 19 de dezembro de 2020

QUAL A ORIGEM DOS NOSSOS PENSAMENTOS?

QUAL A ORIGEM DOS NOSSOS PENSAMENTOS?

Surgem, dissipam-se ou persistem. Mas, afinal, como surgem os nossos pensamentos?
É também a obra "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, que aborda esta questão com propriedade.
"Duas origens pode ter qualquer pensamento mau: a própria imperfeição de nossa alma, ou uma funesta influência que sobre ela se exerça. Neste último caso, há sempre indício de uma fraqueza que nos sujeita a receber essa influência; há, por conseguinte, indício de uma alma imperfeita. De sorte que aquele que venha a falir não poderá invocar por escusa a influência de um Espírito estranho, visto que esse Espírito não o teria arrastado ao mal, se o considerasse inacessível à sedução. Quando surge em nós um mau pensamento, podemos, pois, imaginar um Espírito maléfico a nos atrair para o mal, mas a cuja atração podemos ceder ou resistir, como se se tratara das solicitações de uma pessoa viva. Devemos, ao mesmo tempo, imaginar que, por seu lado, o nosso anjo guardião, ou Espírito protetor, combate em nós a má influência e espera com ansiedade a decisão que tomemos. A nossa hesitação em praticar o mal é a voz do Espírito bom, a se fazer ouvir pela nossa consciência. Reconhece-se que um pensamento é mau, quando se afasta da caridade, que constitui a base da verdadeira moral, quando tem por princípio o orgulho, a vaidade, ou o egoísmo; quando a sua realização pode causar qualquer prejuízo a outrem; quando, enfim, nos induz a fazer aos outros o que não quereríamos que nos fizessem."
"O Evangelho Segundo o Espiritismo", Allan Kardec

"Deus é tão justo quão grande..."

"Deus é tão justo quão grande. Apoiai-vos nele e ele vos inundará de sua graça. Vossos corações expandir-se-ão e tornar-se-ão o asilo da fé."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Janeiro 1865

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

CAIRBAR SCHUTEL


CAIRBAR SCHUTEL

"Cairbar de Souza Schutel nasceu em 22 de setembro de 1868 na cidade do Rio de Janeiro, filho do negociante Anthero de Souza Schutel e de Rita Tavares Schutel. Ficou órfão de pai e mãe aos dez anos de idade e foi criado pelo avô, Henrique Schutel, que matriculou o menino no Imperial Colégio de Pedro II.
No educandário, estudou até o segundo ano do Ensino Médio e, logo que atingiu a maioridade, mudou-se da casa do avô e se tornou independente, trabalhando como prático de farmácia (semelhante ao farmacêutico, mas curso superior para tal).
Aos 17 anos de idade, Cairbar Schutel já era um bom prático de farmácia quando decidiu mudar-se do Rio de Janeiro para o Estado de São Paulo. Fixou-se, primeiramente, na cidade de Piracicaba, onde dirigiu a Farmácia Neves, e, posteriormente, em Araraquara e Matão.
Naquela época, a vila de Matão contava com poucas centenas de habitantes e tinha características mais próximas da ruralidade. Lutando para que a cidade se emancipasse do município de Araraquara, Cairbar contribuiu de modo decisivo para que Matão subisse à categoria de Município, tendo sido o primeiro Presidente de sua Câmara Municipal (1889). Ele ficou conhecido na política pela sua competência e, com seus próprios recursos, construiu o prédio para a instalação da Câmara Municipal.
A inserção no conhecimento espírita foi por meio de um amigo, Manuel Pereira do Prado - mais conhecido por Manuel Calixto, cujo pai era espírita. Procurado por Cairbar, o pai de Manuel lhe relatou que havia dois anos que não fazia mais sessões espíritas, pois ali só se comunicavam espíritos atrasados, que pediam missas, e os pedidos eram tantos que ele tinha que arrumar dinheiro para encomendar as missas.
Intrigado com a opinião do velho Calixto, ele pediu para que pudesse assistir a um trabalho mediúnico, no qual Calixto recebeu uma mensagem de elevado cunho espiritual, o que sensibilizou Caibar.
Tempos depois, Schutel teve o afloramento de suas faculdades mediúnicas, sobressaindo a da psicografia, por meio da qual o pai se manifestou, provando a sua sobrevivência. Ele, então, resolveu aprofundar-se no conhecimento doutrinário, estudando as Obras Básicas de Allan Kardec e todas as outras publicadas em português.
Cairbar fundou, no dia 15 de julho de 1905, o Centro Espírita Amantes da Pobreza, o primeiro em toda aquela zona paulista. Em 15 de agosto de 1905, fundou o Jornal O Clarim, e, no dia 15 de fevereiro de 1925, de colaboração com Luís Carlos de Oliveira Borges, que lhe garantiu os meios materiais, lançava a Revista Internacional do Espiritismo.
Casou-se, em Itápolis, com Maria Elvira da Silva (Mariquinhas) e dessa união não houve filhos, tendo a consorte precedido o velho Schutel na vida de além túmulo. Caibar ficou conhecido como “Médico dos pobres” e “Pai da Pobreza de Matão”, pois, receitava e dava gratuitamente os remédios. Sua residência tornou-se numa espécie de “Casa dos Pobres”. O sentimento de amor ao próximo teve nele um modelo digno de ser imitado. Atos de desprendimento e de renúncia eram coisas comuns para ele.
De acordo com Zêus Wantuil no livro Grandes Espíritas do Brasil, a personalidade de Schutel era de um:
“Polemista emérito, jamais se curvou as injunções e às perseguições que naqueles tempos se moviam ao Espiritismo. Os próprios adversários do Espiritismo não tinham coragem de atacá-lo, tão grande era a sua projeção moral. E a grandeza da sua dedicação fazia que o estimassem, cheios de respeito.”
Cercado da consideração de seus familiares e de numerosos espíritas, Cairbar Schutel desencarnou na cidade de Matão-SP, às 16h15 do dia 30 de janeiro de 1938. Na lápide onde seu corpo foi sepultado está gravada a célebre frase: “Vivi, vivo e viverei, porque sou imortal”. Ele é conhecido nos meios espíritas como o “Apóstolo de Matão”, e o Espiritismo teve nele zeloso e esforçado propagador. Sua memória é cultivada com carinho e admiração."
-- Fontes:
- WANTUIL, Zêus. Grandes Espíritas do Brasil - Editora FEB (1969);
- _____ . Grandes Vultos do Espiritismo – Editora FEB (1981);
- Site da Federação Espírita Brasileira (FEB);
- Vídeo sobre a Biografia de Cairbar Schutel, pela FEBtv.
- União Espírita Mineira

"Espíritas, sede fortes em coragem..."

"Espíritas, sede fortes em coragem, perseverança e firmeza, mas humildes de coração, segundo o preceito do Evangelho e Jesus vos conduzirá e abençoará os vossos trabalhos."

"Revista Espírita", Allan Kardec - Janeiro 1865

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

MENSAGENS ESCRITAS: PODERÁ UM MÉDIUM ANALFABETO RECEBÊ-LAS?

MENSAGENS ESCRITAS:

PODERÁ UM MÉDIUM ANALFABETO RECEBÊ-LAS?
Em "O Livro dos Médiuns", diz- nos Allan, a este respeito:
"223. (18a)Poderia uma pessoa analfabeta escrever como médium?"
“Sim, mas é fácil de compreender-se que terá de vencer grande dificuldade mecânica, por faltar à mão o hábito do movimento necessário a formar letras. O mesmo sucede com os médiuns desenhistas que não sabem desenhar.”